Rosalba faz “contabilidade de bodega” ao falar da geração de empregos em Mossoró em programa oficial de rádio

Centenas de pessoas formaram fila em vão (Foto: Jornal De Fato)

Há alguns dias o blogueiro Tio Colorau alertou que a prefeita Rosalba Ciarlini (PP) estava propagando no programa oficial de rádio da Prefeitura de Mossoró que graças aos “salários em dia” estava havendo geração de empregos na capital do Oeste.

Hoje ela voltou a usar o horário ocupado nas rádios locais para dizer que os salários em dia estão movimentando a economia e gerando empregos no comércio. Ela também declarou que as obras de saneamento básico tocadas pela gestão dela estavam impulsionando os dados positivos na construção civil.

Reduzir a capacidade de se gerar empregos em Mossoró a uma dependência dos salários em dia dos servidores é tratar a economia da segunda maior cidade do Rio Grande do Norte como se fosse um lugar sem qualquer perspectiva.

Mossoró é um município de médio porte com economia diversificada. Possui universidades, comércio que atende as cidades circunvizinhas, agropecuária, sal, construção civil, serviços, hospitais e indústria. O impulsionamento da geração de empregos dependente dos salários em dia em uma prefeitura é coisa de cidade pequena.

Rosalba faz uma “contabilidade de bodega” que não bate com a realidade.

Primeiro porque a geração de empregos em Mossoró foi pequena nos últimos 12 meses conforme dados do CAGED, órgão do Governo Federal. A variação positiva foi de 0,31%. Em números absolutos foram criados 156 postos de trabalho no período.

Indo aos temas específicos.

Rosalba, repito, disse que graças aos salários em dia o comércio de Mossoró teve mais empregos gerados. Nos últimos 12 meses a variação positiva foi de 0,39%, na prática 57 novas vagas.

Já a construção civil cuja geração de empregos foi motivada pelas obras de saneamento básico do município, segundo Rosalba, teve um saldo negativo de 5,11% na geração de empregos. Uma redução de 242 postos de trabalho.

A prefeita faz festa com dados insignificantes e negativos. Faz propaganda negativa contra Mossoró usando dinheiro público e, de quebra, subestima a capacidade de povo de se informar.

Logicamente, salários em dia ajudam a movimentar a economia, mas não são determinantes para gerar empregos como apregoa Rosalba.

Na verdade, o que falta em Mossoró é uma política de geração de empregos mais contundente, atrair indústrias e a definição de uma pauta de ações para recuperar a combalida economia local que sofre dia a dia, principalmente, por causa dos desinvestimentos da Petrobras. Sobre este último assunto ninguém faz ideia do que pensa a chefe do executivo municipal.

O último gesto marcante da Prefeitura de Mossoró no tocante a geração empregos foi uma suposta seleção de funcionários para trabalhar na Porcellanati que seria, segundo a versão oficial, reaberta em janeiro deste ano.

Tudo em plena época de campanha eleitoral.

Milhares de currículos recolhidos, fila quilométrica e a promessa de reabertura da fábrica. Até hoje nada aconteceu.

Rosalba precisa urgentemente de uma boa dose de realidade e encontrar ações concretas para levar para esta confusão entre propaganda pessoal e prestação de contas que ela faz nas rádios da cidade.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto