A prefeita Rosalba Ciarlini (PP) vive o pior momento de suas quatro passagens pela Prefeitura de Mossoró, mas não pode ser subestimada.
Ela não é Francisco José Junior.
Há um grande hiato em termos de musculatura política entre ela e o antecessor.
Rosalba é uma líder consolidada e com o recall de suas três gestões anteriores. Nos últimos dois anos ela foi queimando esse ativo político ao não conseguir dar uma virada na administração municipal.
Ela se limitou a apagar incêndios, quando conseguiu apagar, diga-se.
Mas Rosalba tem um trunfo que poucos políticos possuem no Brasil: militância e base social.
É preciso lembrar que essa militância e base social não tem se renovado com o tempo e isso passa pelo mau desempenho dela como governadora e as dificuldades da atual gestão.
Mas a Rosa ainda provoca paixão e é um trator em campanhas eleitorais. Em 2018 ela fez um esforço hercúleo e mesmo perdendo as disputas majoritárias dentro de Mossoró conseguiu mostrar desenvoltura nas ruas. Não apareceu ninguém, por exemplo, para dizer que ela era uma “praga do Egito” como aconteceu com Francisco José Junior. Há um respeito maior pela prefeita que passa pela história política dela.
Repito e acrescento: Rosalba tem base social, militância, a caneta na mão, poder de articulação política e liderança. Seu capital político reduzido apenas a própria base social pode lhe garantir a vitória mesmo que o desgaste atual se sustente até outubro de 2020. Sem segundo turno em Mossoró qualquer erro tático da fragmentada e heterogênea oposição pode lhe abrir uma avenida para vitória ainda que seja com baixo percentual de votos.
Não subestimem a Rosa.