O prefeito Allyson Bezerra (SD) anunciou como um gesto de transparência a antecipação da ida do secretário de infraestrutura Rodrigo Lima para prestar esclarecimentos a respeito do controverso aditivo de R$ 433 mil na reforma do Memorial da Resistência. A boa impressão aumenta ainda mais com o plus do envio do secretário de administração Kadson Eduardo.
Noves fora o avanço institucional de mandar os secretários (uma bancada de Rosalba teria derrubado a convocação no plenário e pronto), a jogada foi esperta para acuar a oposição que estava assumindo as rédeas no debate público em relação ao assunto.
Pela primeira vez Allyson não ficou com o controle da narrativa.
Na verdade, a antecipação é um desrespeito ao tempo do parlamento. Hoje era dia de sessão ordinária por isso a convocação ficou para a quinta-feira. O prefeito quis dizer “eles vão quando eu quiser” e sem ser na condição de convocados.
A ideia era fazer um contra-ataque com a presença de Kadson que se expressa bem e tem conhecimento jurídico. O secretário de infraestrutura visivelmente nervoso se ateve a questões técnicas.
Kadson até tentou minimizar a questão dizendo que a licitação foi feita na gestão de Rosalba Ciarlini (PP) omitindo que o processo foi concluído com a assinatura de Allyson.
Outro plano era criar as condições políticas para impedir a convocação de amanhã sob a alegação de que os secretários vieram de espontânea vontade.
Mas um acordo celebrado hoje entre as bancadas de que as convocações de secretários passarão pelo plenário, mas só nas próximas oportunidades. Isso manteve a convocação de Rodrigo Lima para amanhã, às 10h.
O secretário pode faltar alegando que já foi hoje, mas o estrago já está feito.
Allyson mexeu as peças, a oposição também.