Senador é alvo de mandado de busca e apreensão e número dois da previdência vai a prisão domiciliar em nova fase da Operação Sem Desconto

Foto: reprodução

Por Fábio Amato, Isabela Camargo, Afonso Ferreira, Márcio Falcão, TV Globo — Brasília
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (18) uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema nacional de descontos ilegais em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A TV Globo apurou que um dos alvos de mandados de buscas é o senador Weverton Rocha (PDT-MA).
O secretário-executivo do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal, foi afastado do cargo e teve prisão domiciliar decretada. Após a operação, o ministro Wolney Queiroz determinou que ele seja exonerado do cargo, segundo informações do blog da Camila Bomfim, do g1.
A PF também prendeu Romeu Carvalho Antunes, filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS” e preso pelo mesmo esquema desde setembro, e Eric Fidelis, filho do ex-diretor de Benefícios do órgão, André Fidelis (veja quem são os alvos mais abaixo).
🔎 Em abril, investigações da PF revelaram um esquema criminoso para realizar descontos irregulares de valores recebidos por aposentados e pensionistas do INSS, ocorridos no período de 2019 a 2024. Os desvios, conforme as investigações, podem chegar a R$ 6,3 bilhões.
Em nota, o senador Weverton afirmou que “recebeu com surpresa a busca na sua residência, mas com serenidade, e se coloca à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas assim que tiver acesso integral à decisão”.
O g1 entrou em contato com os demais alvos da operação, mas ainda não obteve retorno.
Nesta quinta, a PF e a Controladoria Geral da União (CGU) cumprem 52 mandados de busca e apreensão, 16 mandados de prisão preventiva e outras medidas cautelares.
A operação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e ocorre nos estados de São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais e Maranhão, além do Distrito Federal.
Quem são os alvos?
Segundo a TV Globo apurou, estão entre os alvos desta fase da operação:
• Senador Weverton (PDT-MA), foi alvo de mandados de busca e apreensão;
• Secretário-executivo do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal, foi afastado do cargo e teve prisão domiciliar decretada (número 2 da Previdência, é ex-chefe de gabinete do senador Weverton).
• Romeu Carvalho Antunes, filho do “Careca do INSS”, foi preso;
• Éric Fidelis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis, foi preso.
• Domingos Sávio de Castro, empresáro sócio do “Careca do INSS”, foi preso;
• Rubens Oliveira Costa, economista preso durante a CPMI do INSS apontado como braço financeiro do “Careca do INSS”, também foi preso;
• Adelino Rodrigues Junior, sócio da DM&H Assessoria Empresarial e Corretora de Seguros com Domingos Sávio de Castro, também está entre os presos.
Entenda o esquema de fraudes
O caso foi revelado em 23 de abril, após a primeira fase da operação da Polícia Federal. De acordo com as investigações, os suspeitos cobravam mensalidades irregulares, descontadas dos benefícios de aposentados e pensionistas, sem a autorização deles.
O esquema consistia em retirar valores de beneficiários do INSS mensalmente, como se eles tivessem se tornado membros de associações de aposentados, quando, na verdade, não haviam se associado nem autorizado os descontos.
Segundo informou o ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, à época, as associações envolvidas no esquema diziam prestar serviços como assistência jurídica para aposentados e ofereciam descontos em mensalidades de academias e planos de saúde, por exemplo, mas não tinham estrutura.
Ao todo, 11 entidades foram alvos de medidas judiciais. Os contratos de aposentados e pensionistas com essas entidades foram suspensos, segundo o ministro da CGU.
O ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT) pediu demissão após sua gestão entrar em crise por conta da investigação. Ele foi substituído pelo então secretário-executivo do órgão, Wolney Queiroz, atual titular da pasta.
Governo está devolvendo valores descontados
Em julho, o governo anunciou a devolução do dinheiro descontado a aposentados e pensionistas que tiveram desconto associativo não autorizado. O repasse está sendo feito em parcela única e sem lista de prioridades.
O governo prorrogou o prazo para contestar descontos indevidos. Os cidadãos que foram prejudicados pelo esquema terão até 14 de fevereiro de 2026 para pedir o dinheiro de volta.
🚨Atenção: a contestação de descontos que foram feitos nos pagamentos pode ser realizada somente por três canais:
• Meu INSS (aplicativo ou site): serviço “Consultar Descontos de Entidades Associativas”;
• Central 135: ligação gratuita, de segunda a sábado, das 7h às 22h;
• Correios: mais de 5 mil agências oferecem atendimento assistido e gratuito.
Outro lado
A assessoria do senador Weverton Rocha (PDT-MA) enviou a seguinte nota:
“Confio plenamente nas instituições e no Estado Democrático de Direito, reafirmando meu respeito ao trabalho da Procuradoria-Geral da República e do Supremo Tribunal Federal.
Ressalto que a decisão da Corte é clara ao reconhecer a ausência de provas que me vinculem a práticas ilícitas ou ao recebimento de recursos irregulares. Relações profissionais de terceiros não podem ser usadas para me imputar responsabilidade sem fatos concretos.
Sigo exercendo meu mandato com serenidade e colaborando para o esclarecimento dos fatos, certo de que a verdade prevalecerá e minha inocência será plenamente reconhecida.”
A defesa dos alvos Domingos Sávio de Castro, Rubens Oliveira Costa e Adelino Rodrigues Junior enviou a seguinte nota:
“A defesa técnica de Domingos Sávio de Castro, Rubens Oliveira Costa e Adelino Rodrigues Junior informa que, desde o início das apurações relacionadas à CPI do INSS, tem adotado postura colaborativa e transparente, colocando seus clientes integralmente à disposição das autoridades competentes.
Nesse sentido, foram protocoladas diversas manifestações junto ao Supremo Tribunal Federal, reafirmando o compromisso com o esclarecimento dos fatos e com o regular andamento das investigações.
A defesa esclarece que, até o presente momento, não teve acesso completo aos autos do procedimento, razão pela qual ainda desconhece os fundamentos que motivaram a decretação das prisões preventivas. O acesso integral somente será possível após a liberação formal dos autos pelo STF.
Por fim, a defesa reforça sua confiança nas instituições, no devido processo legal e na apuração técnica e isenta dos fatos, mantendo-se à disposição para quaisquer esclarecimentos no momento oportuno, assim que tiver pleno conhecimento do conteúdo dos autos”.

Por Fábio Amato, Isabela Camargo, Afonso Ferreira, Márcio Falcão, TV Globo — Brasília
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (18) uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema nacional de descontos ilegais em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A TV Globo apurou que um dos alvos de mandados de buscas é o senador Weverton Rocha (PDT-MA).
O secretário-executivo do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal, foi afastado do cargo e teve prisão domiciliar decretada. Após a operação, o ministro Wolney Queiroz determinou que ele seja exonerado do cargo, segundo informações do blog da Camila Bomfim, do g1.
A PF também prendeu Romeu Carvalho Antunes, filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS” e preso pelo mesmo esquema desde setembro, e Eric Fidelis, filho do ex-diretor de Benefícios do órgão, André Fidelis (veja quem são os alvos mais abaixo).
🔎 Em abril, investigações da PF revelaram um esquema criminoso para realizar descontos irregulares de valores recebidos por aposentados e pensionistas do INSS, ocorridos no período de 2019 a 2024. Os desvios, conforme as investigações, podem chegar a R$ 6,3 bilhões.
Em nota, o senador Weverton afirmou que “recebeu com surpresa a busca na sua residência, mas com serenidade, e se coloca à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas assim que tiver acesso integral à decisão”.
O g1 entrou em contato com os demais alvos da operação, mas ainda não obteve retorno.
Nesta quinta, a PF e a Controladoria Geral da União (CGU) cumprem 52 mandados de busca e apreensão, 16 mandados de prisão preventiva e outras medidas cautelares.
A operação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e ocorre nos estados de São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais e Maranhão, além do Distrito Federal.
Quem são os alvos?
Segundo a TV Globo apurou, estão entre os alvos desta fase da operação:
• Senador Weverton (PDT-MA), foi alvo de mandados de busca e apreensão;
• Secretário-executivo do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal, foi afastado do cargo e teve prisão domiciliar decretada (número 2 da Previdência, é ex-chefe de gabinete do senador Weverton).
• Romeu Carvalho Antunes, filho do “Careca do INSS”, foi preso;
• Éric Fidelis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis, foi preso.
• Domingos Sávio de Castro, empresáro sócio do “Careca do INSS”, foi preso;
• Rubens Oliveira Costa, economista preso durante a CPMI do INSS apontado como braço financeiro do “Careca do INSS”, também foi preso;
• Adelino Rodrigues Junior, sócio da DM&H Assessoria Empresarial e Corretora de Seguros com Domingos Sávio de Castro, também está entre os presos.
Entenda o esquema de fraudes
O caso foi revelado em 23 de abril, após a primeira fase da operação da Polícia Federal. De acordo com as investigações, os suspeitos cobravam mensalidades irregulares, descontadas dos benefícios de aposentados e pensionistas, sem a autorização deles.
O esquema consistia em retirar valores de beneficiários do INSS mensalmente, como se eles tivessem se tornado membros de associações de aposentados, quando, na verdade, não haviam se associado nem autorizado os descontos.
Segundo informou o ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, à época, as associações envolvidas no esquema diziam prestar serviços como assistência jurídica para aposentados e ofereciam descontos em mensalidades de academias e planos de saúde, por exemplo, mas não tinham estrutura.
Ao todo, 11 entidades foram alvos de medidas judiciais. Os contratos de aposentados e pensionistas com essas entidades foram suspensos, segundo o ministro da CGU.
O ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT) pediu demissão após sua gestão entrar em crise por conta da investigação. Ele foi substituído pelo então secretário-executivo do órgão, Wolney Queiroz, atual titular da pasta.
Governo está devolvendo valores descontados
Em julho, o governo anunciou a devolução do dinheiro descontado a aposentados e pensionistas que tiveram desconto associativo não autorizado. O repasse está sendo feito em parcela única e sem lista de prioridades.
O governo prorrogou o prazo para contestar descontos indevidos. Os cidadãos que foram prejudicados pelo esquema terão até 14 de fevereiro de 2026 para pedir o dinheiro de volta.
🚨Atenção: a contestação de descontos que foram feitos nos pagamentos pode ser realizada somente por três canais:
• Meu INSS (aplicativo ou site): serviço “Consultar Descontos de Entidades Associativas”;
• Central 135: ligação gratuita, de segunda a sábado, das 7h às 22h;
• Correios: mais de 5 mil agências oferecem atendimento assistido e gratuito.
Outro lado
A assessoria do senador Weverton Rocha (PDT-MA) enviou a seguinte nota:
“Confio plenamente nas instituições e no Estado Democrático de Direito, reafirmando meu respeito ao trabalho da Procuradoria-Geral da República e do Supremo Tribunal Federal.
Ressalto que a decisão da Corte é clara ao reconhecer a ausência de provas que me vinculem a práticas ilícitas ou ao recebimento de recursos irregulares. Relações profissionais de terceiros não podem ser usadas para me imputar responsabilidade sem fatos concretos.
Sigo exercendo meu mandato com serenidade e colaborando para o esclarecimento dos fatos, certo de que a verdade prevalecerá e minha inocência será plenamente reconhecida.”
A defesa dos alvos Domingos Sávio de Castro, Rubens Oliveira Costa e Adelino Rodrigues Junior enviou a seguinte nota:
“A defesa técnica de Domingos Sávio de Castro, Rubens Oliveira Costa e Adelino Rodrigues Junior informa que, desde o início das apurações relacionadas à CPI do INSS, tem adotado postura colaborativa e transparente, colocando seus clientes integralmente à disposição das autoridades competentes.
Nesse sentido, foram protocoladas diversas manifestações junto ao Supremo Tribunal Federal, reafirmando o compromisso com o esclarecimento dos fatos e com o regular andamento das investigações.
A defesa esclarece que, até o presente momento, não teve acesso completo aos autos do procedimento, razão pela qual ainda desconhece os fundamentos que motivaram a decretação das prisões preventivas. O acesso integral somente será possível após a liberação formal dos autos pelo STF.
Por fim, a defesa reforça sua confiança nas instituições, no devido processo legal e na apuração técnica e isenta dos fatos, mantendo-se à disposição para quaisquer esclarecimentos no momento oportuno, assim que tiver pleno conhecimento do conteúdo dos autos”.