O Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (SINMED) está totalmente alinhado a pauta do bolsonarismo no Rio Grande do Norte, principalmente no toca ao debate sobre as saídas para a pandemia do novo coronavírus.
Se o presidente defende o uso da hidroxicloroquina para tratamento de pacientes acometidos por covid-19, o Sinmed está lá para defender a ideia por mais que a maioria esmagadora dos estudos mostre a ineficácia da medicação para esta doença.
O presidente Bolsonaro defende isolamento vertical e é contra o lockdown e o Sinmed está alinhadíssimo com esta ideia.
O presidente da entidade, Geraldo Ferreira, um médico anestesiologista que foi candidato a deputado federal recebendo 6.797 (0,42%) votos pelo PPS (atual Cidadania) nas eleições de 2018, que tem pretensões políticas nas eleições deste ano.
Até aqui ele têm atuado duramente contra a gestão estadual sob o comando do PT. Fez uma verdadeira cruzada contra o Hospital de Campanha na Arena das Dunas, mas se calou diante de um equipamento semelhante, com fortes indícios de ilegalidades denunciadas pela imprensa da capital, feito pela Prefeitura do Natal.
Ferreira também se envolveu em outra polêmica quando o sindicato presidido por ele patrocinou um show de Grafith nas imediações do Hospital Walfredo Gurgel, o maior do Rio Grande do Norte. A medida reproduziu bem o “e daí?” de Bolsonaro quando questionado sobre o crescente número de mortes por covid-19 no país.
Com o silêncio de boa parte dos médicos do Estado, o Sinmed se tornou uma trincheira na guerra de narrativas do bolsonarismo no Rio Grande do Norte.