
Eleito com forte discurso moralista e dizendo que não era político Styvenson Valentim (PODE) daria a entender que faria uma ostensiva defesa do povo doa a quem doer no estilo paladino que lhe levou à fama com fiscalizador de bêbados ao volante.
Passados dois anos e meio de mandato e cotado para disputar o Governo do Rio Grande do Norte aquele que se gaba de ser eleito sem pedir voto, usar fundo partidário, horário eleitoral nem santinho começa mostrar que faz cálculos políticos.
Reforço que isso é normal e pertence ao jogo. O registro neste caso é necessário devido ao contexto que envolve o senador.
Na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura os desmandos do Governo Jair Bolsonaro na pandemia da covid-19 Styvenson tem sido uma voz ausente.
Enquanto os seus colegas de bancada potiguar Zenaide Maia (PROS) e Jean Paul Prates (PT) participam diariamente das sessões, ex-policial militar nunca deu as caras.
Defensor da transparência, ele tem se recusado a explicar os motivos para não comparecer a CPI.
Talvez seja o constrangimento em admitir que está fazendo cálculo político. Ele sabe que se for a CPI terá que ser implacável com o Governo Bolsonaro para manter a fama de durão e isso vai queimá-lo com os fãs que compartilha com o inquilino do Palácio do Planalto.
Styvenson está bem mais interessado na CPI da Assembleia Legislativa voltada para a covid-19. Se derem brecha ele assume o protagonismo e se dispôs a isso.
Styvenson tem uma estratégia política.