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Auditores apontam necessidade da recomposição de alíquota do ICMS no RN

O Sindicato dos Auditores Fiscais do Rio Grande do Norte emitiu uma nota, nesta segunda-feira (11), alertando sobre a necessidade da recomposição da alíquota de 20% do ICMS, a partir de 2025. Segundo a entidade que representa os servidores de carreira do Fisco Estadual, a arrecadação já insuficiente para manter o custeio e os investimentos no Estado, pode ficar ainda mais comprometida com a entrada em vigor da Reforma Tributária.

No texto, o SINDIFERN destaca que a Reforma Tributária, aprovada pelo Congresso Nacional pela Emenda Constitucional 132/2023, prevê que a distribuição da arrecadação aos estados será feita de acordo com a participação proporcional à receita média de cada ente federativo entre 2019 e 2026, devendo ser considerada, no caso dos estados, a arrecadação do ICMS após o repasse aos municípios. Isso significa que quanto menor a alíquota e a arrecadação do Estado, menos ele receberá no futuro com a nova regra tributária.

Leia a nota na íntegra:

O Sindicato dos Auditores Fiscais vem a público esclarecer à sociedade Norteriograndese, de forma técnica e sem qualquer comprometimento com viés político, sobre a necessidade de recomposição da alíquota do ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços.

É fato que o Estado do Rio Grande do Norte vem passando há anos por uma série de dificuldades de equilíbrio das contas públicas, com receitas menores que as despesas, o que já resultou em atrasos salariais, precariedade em serviços públicos, trava em investimentos e dificuldades no próprio custeio da máquina. Por maior que seja o esforço dos Governos e do Fisco, para atrair novos investimentos, gerar desenvolvimento e incrementar as receitas próprias, o Rio Grande do Norte está ficando atrás dos demais estados da Região Nordeste.

Some-se a isso, as perdas da arrecadação acarretadas pelas Leis Complementares 192/22 e 194/22 que reduziu alíquotas sobre combustíveis, energia e telecom, o que provocou um impacto negativo significativo à arrecadação própria dos entes, provocando desequilíbrio fiscal e socioeconômico nos Estados. A recomposição das receitas com a alíquota de 20% é portanto necessária para o RN se recuperar.

Hoje, temos a menor alíquota da Região (18%). Num estado já pobre, com baixa capacidade de investimentos e endividamento, essa redução que gera menor arrecadação que os demais entes da federação deixam o RN numa situação dramática. Sem falar que o consumidor que compra pela internet não consegue um desconto maior, mesmo com alíquota menor, ficando os 2% para o outro Estado, visto que nos outros Estados as empresas continuam pagando mais ICMS. O prejuízo nesse caso, fica apenas para o nosso Estado.

Essa situação pode ficar ainda pior nos próximos anos, depois de implementada a Reforma Tributária aprovada no Congresso Nacional, que prevê um novo modelo de distribuição da arrecadação dos impostos. A mudança estabelece que o rateio da arrecadação do novo imposto sobre consumo, o IBS, vai levar em conta o que foi recolhido pelos estados entre 2019 e 2026. Ou seja, se o RN mantiver a menor alíquota do Nordeste e não aumentar a arrecadação, também teremos o menor repasse do país. Isso é desastroso.

É fato que ninguém gosta de pagar mais imposto. Mas os serviços públicos como segurança, saúde, educação, saneamento, iluminação, infraestrutura viária, transporte e etc dependem desses recursos. Por isso, o Governo do RN encaminhou um projeto de lei para recompor e readequar as alíquotas, suas formas de cobrança e novos mecanismos de controle dos gastos públicos e proteção às pessoas em situação de vulnerabilidade.

Do ponto de vista técnico, o Fisco reconhece o esforço da administração pública e aprova a iniciativa. Esperamos que a sociedade, os poderes constituídos, a classe produtiva e os parlamentares na Assembleia Legislativa compreendam a necessidade dessa recomposição. Não se trata de um Governo, mas da “sobrevivência” de um Estado e seus serviços públicos ofertados à população.

destaca que a Reforma Tributária, aprovada pelo Congresso Nacional pela Emenda Constitucional 132/2023, prevê que a distribuição da arrecadação aos estados será feita de acordo com a participação proporcional à receita média de cada ente federativo entre 2019 e 2026, devendo ser considerada, no caso dos estados, a arrecadação do ICMS após o repasse aos municípios. Isso significa que quanto menor a alíquota e a arrecadação do Estado, menos ele receberá no futuro com a nova regra tributária.

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DIEESE aponta previsão de perdas de R$ 675 milhões para o RN sem alíquota de 20% do ICMS. Autor rebate Fecomércio: “alíquota de 18% não vai baixar preços”

Um estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (DIEESE) apontou que o Governo do Estado terá uma perda de aproximadamente 7,86%, algo em torno de R$ 675,01 milhões, na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em 2024 caso a alíquota de 20% não seja mantida. Os números são próximos aos apresentados pelo secretário estadual da fazenda Cadu Xavier, que indica perdas de R$ 700 milhões.

O trabalho conduzido pelo supervisor do DIEESE no Rio Grande do Norte Ediran Teixeira apontou que entre 1º de abril, quando a alíquota modal passou a ser de 20%, e outubro apontou uma arrecadação (18% até agora) do tributo mais que o triplo da inflação acumulada no ano (4,03%).

A estimativa consolidada é de que até o final do ano o Rio Grande do Norte encerre o ano crescimento de 19,47% de arrecadação do ICMS. Apesar disso, Ediran disse ao Blog do Barreto que os valores não compensaram as perdas causadas pelas medidas eleitoreiras do Governo Jair Bolsonaro (PL) que alteraram as alíquotas do tributo de cima para baixo, quebrando o pacto federativo e ferindo a Constituição Federal. “Isso não compensa todas as perdas causadas pelas medidas do Governo Bolsonaro”, frisou.

Ele também rebateu a versão da Fecomércio de que a alíquota de 20% gerou queda nas vendas. “Isso é porque quando você institui uma alíquota nova há internalização nos preços e há um aumento brusco na arrecadação. A economia já está recuperando e a arrecadação ia aumentar. A inflação não está alta”, explicou.

“Não vai aumentar preços porque os efeitos já ocorreram. O argumento da Fecomércio não faz sentido nenhum. Eles querem baixar para 18% para manter os preços atuais e aumentar os lucros”, complementou.

Ediran disse ainda que manter a alíquota de 20% é fundamental para que o Governo do Estado possa efetuar reajustes salariais, manter a folha em dia e realizar concursos.

Confira o estudo do DIEES 

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CCJ aprova ICMS de 20%

A Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte se reuniu nesta quarta-feira (7), de forma extraordinária, para apreciar e votar três projetos de lei. De iniciativa do Governo do Estado, foi aprovado pela maioria, o PL que altera a lei estadual nº 6.968, de 30 de dezembro de 1996. O projeto visa suprimir o prazo final de vigência da alíquota modal de 20% da cobrança do ICMS, fixado para ocorrer até 31 de dezembro de 2023.

Logo no início da reunião o deputado Galeno Torquato (PSDB) reclamou da falta de zelo do Governo do Estado com o documento que traz o impacto financeiro da matéria no orçamento estadual, enviado à Comissão, já que o mesmo não estava assinado. Em seguida o documento foi reenviado pela administração estadual, através do líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Francisco do PT, dessa vez impresso em papel timbrado e assinado pela secretária executiva da Fazenda, Jane Carmem Carneiro e Araújo. Somente depois desse processo, a matéria foi votada e aprovada pela maioria dos deputados presentes na reunião.

“É preciso ressaltar que o que a CCJ está aprovando são os aspectos da regimentalidade, da constitucionalidade, da técnica legislativa e da juridicidade do projeto. Nesse sentido o meu parecer é favorável pela admissibilidade da matéria”, disse Francisco do PT, líder do Governo na Assembleia Legislativa e relator da matéria. Decisão seguida pela maioria dos deputados presentes.

Ainda na reunião, os membros da CCJ aprovaram a unanimidade a matéria, de iniciativa do Tribunal de Justiça, que altera a lei complementar nº 715, de 21 de junho de 2022, para reajustar a remuneração dos servidores do quadro de pessoal do Poder Judiciário do RN. O terceiro projeto da pauta, que veda a eliminação de candidatos aprovados fora das vagas disponíveis nos certames realizados na administração direta do Poder Executivo do Estado, teve um pedido de vistas solicitado pelo deputado estadual Adjuto Dias (MDB).

As matérias aprovadas na CCJ seguem a tramitação normal do Parlamento Potiguar, até que cheguem ao plenário da Casa Legislativa, onde serão analisadas e votadas pelos deputados estaduais.

Participaram da reunião os deputados Hermano Morais (PV), Dr. Kerginaldo (PSDB), Kleber Rodrigues (PSDB), Galeno Torquato (PSDB), Francisco do PT, Ubaldo Fernandes (PSDB), Adjuto Dias (MDB), Luiz Eduardo (SDD).

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Secretário afirma que medidas eleitoreiras de Bolsonaro tiraram R$ 1 bilhão do RN

O secretário estadual de administração Pedro Lopes apresentou nas redes social o tamanho do rombo causado pelas medidas eleitoreiras do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas vésperas das eleições do ano passado que mexeram na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS): R$ 1 bilhão.

Deste montante, 25%, ou seja, R$ 250 milhões deixaram de ir para os municípios potiguares desde julho do ano passado.

Para quem não entendeu ainda o Blog lembra: Bolsonaro, com anuência do Congresso Nacional, mexeu nas alíquotas do ICMS, um imposto estadual, estabelecendo teto na cobrança. Os combustíveis que eram 27% no Rio Grande do Norte desde 2015 tiveram que cair para 18%.

A saída para conter os danos em 2023 foi aumentar provisoriamente a alíquota modal do ICMS de 18 para 20%, mas como a situação fiscal não se equilibrou e a compensação financeira que o Estado recebeu do Governo Federal este ano não cobriu o déficit, é preciso manter a cobrança no mesmo patamar sob risco do Rio Grande do Norte ser prejudicado após a entrada em vigor da reforma tributária.

“A manutenção da alíquota modal do ICMS em 20% é uma necessidade de Estado, não do governo atual em curso. Em 2022 o gov Bolsonaro tirou R$ 1 bilhão anual de receita permanente do Estado, após a redução do ICMS

sobre combustível e energia, impactando fortemente no desequilíbrio das finanças”, lembrou Pedro Lopes.

“Não se trata de aumentar a carga tributária do RN, mas tão somente manter o nível de arrecadação que tínhamos até jul22. Equilibrar as finanças do RN e investir na estabilidade da economia potiguar”, complementou o secretário.

O Governo do Estado calcula perdas de R$ 700 milhões em 2024 com a voltar do ICMS de 18%, gerando prejuízos também para os municípios.

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Femurn rebate deputado de oposição e volta a defender manutenção do ICMS de 20%

O presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn), o prefeito de Lagoa Nova Luciano Santos (MDB) reagiu aos ataques sofridos a partir de críticas do deputado estadual Tomba Farias (PSDB), um dos expoentes do bolsonarismo na Assembleia Legislativa.

Tomba disse em entrevista à Jovem Pan News que a Femurn está à serviço do governo de Fátima Bezerra (PT).

“Acho que o atual presidente da Femurn está à disposição do Governo Fátima. Ele não é presidente olhando voltado para os municípios. Discute algumas coisas, mas ele é muito ligado a Walter Alves (vice-governador), muito ligado ao governo e está fazendo um papel que não vejo com bons olhos. Eu acho que ele não está defendendo os municípios”*, frisou.

Por meio de nota publicada no site da Femurn, Luciano Santos rebateu a fala de Tomba lembrando que em diversos momentos bateu de frente com a governadora, inclusive organizando protesto na porta da Governadoria em agosto deste ano. “Esta gestão da Federação dos Municípios não foi eleita para defender segmento político A ou B. Caso o fato tenha acontecido preteritamente, na atual gestão não se repetirá em hipótese alguma, seja para agradar deputados, prefeitos ou segmentos corporativos. Todos os gestores têm inclinações partidárias, mas a defesa dos municípios deve ser a única incumbência da Femurn”, argumentou. “Reforçamos que política partidária fica para os prefeitos, deputados e senadores, em momento oportuno, que é o que não se pode extrair da entrevista do ex-prefeito de Santa Cruz, a menos que existam outros interesses no posicionamento”, complementou.

Em seguida, Santos lista alguns posicionamentos adotados pela gestão dele este ano:

-Em divergência e cobrança contra o governo Estadual na pactuação das compensações. Aliás, a compensação só existiu porque representantes políticos, partidariamente, não se insurgiram contra a lei aprovada no governo federal anterior, que violentou a autonomia dos municípios ao retirar recursos pela redução da alíquota do ICMS;

– Manifestação em frente a governadoria para cobrar o repasse referente a ação no STF, que deu ganho de causa aos Estados derivado da redução do ICMS, feito pelo governo federal anterior. Os municípios tinham contrapartida que até então, não havia sido repassada;

– Manifestação na assembleia legislativa em defesa do FPM, com várias pautas definidas através da defesa de várias PECs e PLs, aprovando projetos de lei no congresso, inclusive com participação dos deputados estaduais no ato;

– Luta pela compensação do patrimônio público danificado nos municípios no episódio criminoso de ataque às instituições no início de 2023;

– Seguimos em defesa da manutenção da alíquota de 20% do ICMS, como forma de superar a crise que vivenciam os municípios brasileiros e em especial, os do Rio Grande do Norte;

– Ressalta-se que restabelecida a autonomia orçamentária, preconizamos o imediato retorno da alíquota ao patamar anterior;

– Defesa e cobrança contra o Governo do Estado referente a compensação do convênio GovRN x COSERN, em que a cota parte dos municípios não foi repassada, pauta esta, aberta e em diálogo com os entes envolvidos.

Em seguida Santos mandou um recado a Tomba e aos demais deputados de oposição para colocar os interesses dos municípios em primeiro lugar. “Para restaurar a verdade, a gestão da Femurn ressalta que esse é o momento de nossos representantes políticos, em todos os âmbitos, trabalharem para dar maior autonomia aos municípios, o que rogamos que seja feito. Política ideológica partidária, fica para o momento que essa atuação for relevante para quem assim age e não neste momento”, frisou. “Certo é que os cidadãos, em todos as cidades do Rio Grande do Norte, precisam de suporte para ações na saúde, educação, assistência, infraestrutura urbana e vários outros setores que, em primeiro momento, são executadas pelos municípios e para isso são necessários recursos. Com o devido respeito, não é hora e nem nunca será, do quanto pior melhor”, complementou.

*Aspas extraídas do Portal Agora RN.

Nota do Blog: Tomba foi intelectualmente desonesto na crítica a Luciano Santos que chegou a ser alvo de críticas desta página por exagerar na dureza com a governadora durante a crise do mês de agosto. O presidente da Femurn está certo em defender a alíquota de 20% do ICMS porque isso é de interesse dos municípios, quem está errado é Tomba que se diz municipalista e trabalha para que as prefeituras fiquem com menos recursos.