O Rio Grande do Norte teve redução no número de feminicídios, em um comparativo entre 2021 e 2022. Os dados do relatório da violência contra a mulher no estado foram apresentados no Anuário da Violência, que é elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
O feminicídio é classificado como o assassinato de uma mulher pelo simples fato de ser mulher. Os motivos mais comuns são o ódio, o desprezo ou o sentimento de perda do controle e da propriedade sobre as mulheres, comuns em sociedades marcadas pela associação de papéis discriminatórios ao feminino, como é o caso brasileiro.
Segundo os dados do anuário, em 2021 foram registrados 20 feminicídios e no ano passado 16, o que representa uma queda de 20,3%. No que se refere a homicídios contra mulheres também houve redução. Em 2021 foram 75, enquanto no ano seguinte foram 60, representando também uma queda de 20,3%. Veja o gráfico com os números de feminicídios e homicídios em todo o país
A redução nos assassinatos de mulheres não significou, porém, a diminuição em outros tipos de violências de gênero. Segundo os dados do anuário, o número de tentativas de feminicídios no RN foi maior em 2022 do que no ano anterior. Em 2021 foram registradas 30 tentativas e no ano passado 38, uma alta de 26,2%. As tentativas de homicídio contra mulheres também aumentaram, saindo de 295 para 346, uma variação de 16,9%
No que se refere ao crime de lesão corporal dolosa contra mulheres, os números também aumentaram. Em 2021 foram registrados 1.988 casos e em 2022, 2.740 casos, o que representa uma alta de 37,3 %
Outro índice a ser avaliado foram os pedidos de medidas protetivas concedidas a mulheres vítimas de violência. Em 2021 foram 3.652 enquanto em 2022 foram 4.780, uma alta de 30,4%.
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública se baseia em informações fornecidas pelas secretarias de segurança pública estaduais, pelas polícias civis, militares e federal, entre outras fontes oficiais da Segurança Pública. A publicação é uma ferramenta importante para a promoção da transparência e da prestação de contas na área, contribuindo para a melhoria da qualidade dos dados. Além disso, produz conhecimento, incentiva a avaliação de políticas públicas e promove o debate de novos temas na agenda do setor. Trata-se do mais amplo retrato da segurança pública brasileira.