O vereador Ricardo de Dodoca (PP) entrou em contato com o Blog do Barreto para negar que esteja existindo uma crise entre o prefeito Allyson Bezerra (SD) e a bancada governista.
“Não tem crise. Neste final de semana estivemos com o prefeito e ele atendeu as nossas demandas”, garantiu.
Dodoca falou que está satisfeito na base governista e que já foi convidado para trocar o PP pelo Solidariedade. “Vejo com bons olhos a ideia”, frisou.
A declaração de Dodoca rebate matéria do Blog do Barreto (ver AQUI) que apontou um clima tenso nos bastidores entre o prefeito e parte da base, com destaque para Ricardo e Zé Peixeiro (PP).
Ele, inclusive, afirmou que votará a favor da proposta que remaneja 30% da arrecadação da CIP para outras áreas da administração.
Nota do Blog: reafirmamos que existe uma tensão entre o prefeito e parte da base.
A Câmara Municipal de Mossoró aprovou, nesta terça-feira (25/06), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2020 (Projeto de Lei do Executivo 1.209/2019). Foram necessárias quatro sessões sequenciais, para que a matéria fosse votada hoje, em dois turnos. A LDO lança bases para a produção da Lei Orçamentária Anual (LOA), no final do ano.
Na sessão ordinária, os vereadores votaram as emendas e o projeto em si, em primeiro turno. A discussão das emendas foi a parte mais controversa da sessão. Parecer da Comissão de Orçamento, Finanças e Contabilidade (COFC) recomendava aprovação de 66 emendas. Mas, os vereadores apresentaram destaques, para análise de emendas em separado.
Emendas
Resultado: uma emenda aprovada em Destaque pelo Requerimento 186 (vereadora Maria das Malhas); duas emendas aprovadas em Destaque pelo Requerimento 187 (vereador Rondinelli Carlos); 22 emendas rejeitadas em Destaque pelo Requerimento 190 (vereador Alex Moacir) todas da oposição e sete emendas aprovadas em Destaque pelo Requerimento 192 (vereador Didi de Arnor).
Os destaques são feitos para mudar a decisão da Comissão de Orçamento. No caso, as emendas de Maria das Malhas, Didi de Arnor e Rondinelli Carlos estavam rejeitadas, mas foram aprovadas pelos destaques. E as 22 solicitadas por Alex Moacir estavam aprovadas, mas acabaram rejeitadas. Ao final, o plenário aprovou 54 emendas à LDO do próximo ano.
Voto de Izabel Montenegro garante aprovação final da LDO
Votadas as emendas, os vereadores aprovaram o projeto em si da LDO, em primeiro turno. Na sequência, a Mesa Diretora convocou duas sessões extraordinárias, a fim de cumprir o interstício regimental de duas reuniões entre cada turno de votação, e viabilizar a segunda votação ainda hoje.
A primeira sessão extraordinária foi dedicada ao parecer prévio do Tribunal de Contas do Estado (TCE) às contas da Prefeitura de 2013. O parecer foi lido em plenário e encaminhado para análise da Comissão de Orçamento, Finanças e Contabilidade (COFC).
Na segunda sessão extraordinária (a terceira do dia), o plenário aprovou dois projetos de concessão de honrarias. Cumpridas as duas sessões de intervalo, a Mesa Diretora convocou nova sessão extraordinária, dessa vez, para votação do projeto da LDO, em segundo turno.
Porém, quando foram contabilizados os votos, existiam 10 favoráveis, enquanto que o projeto requer maioria simples (10 + 1). Foi necessário o chamado de voto de minerva da presidente da Câmara, Izabel Montenegro (MDB), que votou favorável e garantiu a aprovação da LDO para 2020.
“É um líder que não lidera”. Esse é o resumo que o vereador Ricardo de Dodoca (PROS) faz da atuação de Alex Moacir (MDB) na liderança da bancada governista na Câmara Municipal de Mossoró.
“Ele não entra em bola dividida”, completa.
O vereador contou que essa sensação de desemparo levou a uma elevação da tensão na última reunião da bancada governista ocorrida na última terça-feira no gabinete do vereador Manoel Bezerra de Maria (PRTB). “Deixei a sala avisando que ele não me representa”, conta.
Ricardo conta que os pleitos da bancada ao casal Carlos Augusto Rosado e Rosalba Ciarlini (PP) não estão chegando e que isso tem contribuído para que exista a tensão. “As coisas não são do jeito que Alex está dizendo nas entrevistas. Não se trata apenas dos vetos”, frisa.
Ricardo reforçou que segue fiel ao governo e que votará a favor da manutenção dos dez vetos assinados pela prefeita.
A pauta da Câmara Municipal de Mossoró está trancada há três semanas. São dez vetos a serem analisados que por seguidas falta de quórum ficam para a sessão seguinte.
Não se trata apenas do temor de assumir o desgaste por manter o veto a projetos como “Ronda Mulher”, por exemplo, mas também outros interesses que não são necessariamente os mesmos do público.
O líder da bancada governista Alex Moacir (MDB) pôs panos quentes em entrevista aos jornalistas Vonúvio Paraxedes da TCM/Blog Diário Político e Saulo Vale Rádio Rural/Blog Saulo Vale. Negou que exista crise, mas apenas uma falta de consenso em torno dos vetos que devem ser mantidos.
Nos bastidores o Blog do Barreto recebeu uma outra informação. A base da prefeita Rosalba Ciarlini (PP) quer mais cargos na administração municipal ou a garantia de apoio financeiro para a reeleição no próximo ano.
A gota d’água para a “rebelião” foi a possibilidade de vereadores da oposição migrarem para a base governista aumentando a disputa por espaços na gestão e outros interesses.
Tanto a prefeita como o marido dela, o líder do rosalbismo Carlos Augusto Rosado, estão tentando ganhar tempo para se entender com os vereadores após o Mossoró Cidade Junina na perspectiva de o evento ajudar a recuperar a popularidade de Rosalba.
Magoados com os outdoors espalhados pela cidade, os vereadores governistas preparam uma ofensiva para cima da direção do Sindicato dos Servidores Público Municipais (SINDSERPUM).
A prestação de contas anual da entidade será o primeiro alvo dos governistas.
A bancada governista iniciou o ano legislativo aprontando para cima da prefeita Rosalba Ciarlini (PP) ao aprovar em massa a permissão para que a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Mossoró (SINDSERPUM), Marleide Cunha usasse a Tribuna Popular mesmo sem prévia inscrição como prevê o Regimento Interno.
Com a palavra dada, Marleide não poupou Rosalba. “Ela é a prior prefeita que já tivemos para o servidor público”, disparou.
As galerias do parlamento municipal estavam lotadas de servidores e a iniciativa é parte de um protesto contra a atual gestão.
Há meses a presidente do Sindserpum tenta uma audiência com a prefeita de Mossoró.
A deputada estadual Larissa Rosado (PSDB) ainda não conseguiu receber a bancada governista na Câmara Municipal completa no acordo com a prefeita Rosalba Ciarlini (PP) que levou sua mãe, vereadora Sandra Rosado (PSDB), a desistir de ser candidata a deputado federal.
Há muitas resistências entre os governistas que desejam ter uma conversa com a deputada antes de firmar parceria. Nos bastidores o assunto é interpretado como uma tentativa de “se valorizar”.
Mas pelo menos quatro vereadores da base de Rosalba não fecham com Larissa.
Confira a situação de cada um:
Izabel Montenegro (MDB): já foi parceira política de Larissa no passado, mas hoje está convertida em desafeto de Sandra Rosado. O deputado estadual dela é Hermano Morais (MDB);
Ricardo de Dodoca (PROS): sempre foi um nome distante do sandrismo e hoje é alinhado a Izabel Montenegro. Está aberto para conversas, mas caminha para fechar com Hermano Morais;
Aline Couto (PHS): no passado foi apoiadora entusiasmada de Larissa e Sandra. Mas deve fechar com George Soares (PR);
Flávio Tácito (PPL): é candidato a deputado estadual. Vota nele mesmo, obviamente.
Ainda tem o caso do vereador Manoel Bezerra (PRTB) que nunca teve qualquer relação com o sandrismo e é pressionado para declarar apoio a Larissa Rosado. Bezerra chegou a declarar voto em Jorge do Rosário (PR) para deputado estadual (ainda voltaremos ao tema).
Devem seguir com Larissa os vereadores Alex Moacir (MDB), Francisco Carlos (PP), Didi de Arnor (PRB), Toni Cabelos (PSD), Emílio Ferreira (PSD), Maria das Malhas (PSD), Zé Peixeiro e, logicamente, Sandra Rosado.
Nem todos estão garantidos. Será preciso muita conversa para que essa parte da bancada venha para Larissa.