Morreu às 6h30 deste domingo no Hospital da Hapvida a ex-vereadora Cícera Nogueira. Ela foi internada na madrugada vitimada por uma gripe muito forte que provocou uma parada cardíaca.
Cícera tinha 87 e exerceu dois mandatos de vereadora (2007/8 e 2014/16). Ela deixou quatro filhos vivos.
O velório vai começas às 11h na Igreja Evangélica ao lado do Posto Olinda próximo ao Colégio Estadual. Em seguida o corpo vai para a Câmara Municipal e o sepultamento será às 17h no Cemitério São Sebastião.
A tradicional família Nogueira/Dodoca, que tem imensa árvore genealógica, mantém há quase 50 anos uma cadeira na Câmara Municipal de Mossoró, alcançando o estágio de um ano ter duas, com Ricardo de Dodoca (que ainda a mantém) e Cícera Nogueira, que assumiu um período como primeira suplente.
A história familiar conta que, além desses, se submeteram ainda a eleições passadas, Titica de Dodoca, Nogueira de Dodoca (que foi eleito uma vez em 1996), e no ano de 2000, ainda teve Souza Júnior, como candidato, concorrendo no mesmo partido que foi PFL, hoje DEM.
Embora não eleitos, dado o coeficiente eleitoral, no linguajar da política, “morreram enganchados”, embora tenham tido votações consagradoras. Nogueira teve mais de 1.800 votos, e Souza Júnior, quase isso. Ricardo e Nogueira são filhos da eterna vereadora Raimunda Nogueira do Couto, Dodoca; Souza Júnior é filho de Lourdinha Nogueira, Cicera Nogueira irmã das duas mães. Portanto, parentes próximos.
Aqui há de se abrir um parêntese da eleição de 2000. Ecoa no mundo politico mossoroense que o advogado Souza Júnior, até então coordenador do Procon Municipal, com destacado trabalho no órgão, foi candidato para cumprir missão, não de se eleger, mas com o objetivo único de derrota, a mando de Ravengar, alcunha de Carlos Augusto Rosado.
Nenhum dos dois foi eleito, ou seja a maquiavélica estratégia teve êxito, mas, como disse Souza Júnior um dia, apesar da suposta fidelidade e cumprir com sucesso a tarefa, não voltou ao Procon, tampouco teve qualquer cargo na administração municipal, apesar de sua capacidade e inteligência comprovada, com o adendo que a esposa dele ser pessoa extremamente ligada ao Rosalbismo, e ter reconhecido prestígio com o casal, com laços fraternos de amizade.
“Se essa versão fosse verdade, não me classifiquem nem de burro, seria um completo idiota de ter voltado ao meu pequeno escritório, absolutamente quebrado, menos, trincado, posto que banca de advocacia não quebra, deixar de ter clientes. Mas nunca esqueçam, além de ter orgulho de ser um Nogueira, sou pau d´arco da gema”, sentenciou.
O certo é que a família Nogueira é uma máquina de fazer votos. Contudo, diante dessa nova realidade da política, dificilmente elegerão dois, com o grave de que Jeremias Soares do Couto Neto, sobrinho de Ricardo, o tal Gera Fogo, indicado por Ricardo para administrar o mercado do Alto da Conceição, empolgou-se com a popularidade, ou seja, foi mordido pela mosca azul, bateu o pé e está em campo pedindo como candidato dissidente no particular grupo dos Dodoca.
Antes, na eleição de 2008, numa ousada estratégia, houve a intenção de reunir a família. Souza Júnior e Cícera Nogueira, pelo apoio que tinham dado a candidata Wilma de Faria, foram presenteados com o indicação da direção do Ciretran local. Pactuaram que o Detran. que seria de Souza Júnior, fosse entregue a Nogueira, que assumiu e apoiou “Tia Cíça”.
Contudo, dessa vez quem foi picado pela mosca azul foi Ricardo de Dodoca, que na eleição anterior teve pífios 600 e poucos votos. Bateu o pé e disse: “a cadeira é da minha mãe”.
Já em 2012, com o apoio do então diretor do Detran, que teve papel decisivo na campanha, Ricardo de Dodoca teve uma votação consagradora de mais de 4.000 mil votos, enquanto Cícera, mais de 2.000, ficando na primeira suplência de Renato Fernandes, chegando a assumir parte do mandato.
Assim, diante do histórico e das circunstâncias e peculiaridades dessa nova e árdua batalha, há hoje na família 3 candidaturas irredutíveis e irremovíveis: Ricardo de Dodoca pelo PP, Cícera Nogueira pelo MDB, e Jeremias Soares, o Gera Fogo, por um partido de menor expressão na cidade, o Republicano, daí porque saí a conclusão da fonte. “Pelo feitio da sela, a carroça vai atropelar os burros”.
A ex-vereadora Cícera Nogueira (PSD), agora na condição de suplente, ela esteve conversando com o deputado estadual Galeno Torquato (PSD), mas garantiu que não foi nada no sentido de fechar parceria política.
A suplente explicou que nas eleições deste ano o candidato dela será o deputado estadual Carlos Augusto Maia que está trocando o PSD pelo PC do B segundo a mídia natalense. “Meu compromisso é com Carlos Augusto Maia e, inclusive, estaremos realizando um evento juntos em Mossoró”, explicou.
Cícera Nogueira teve duas passagens pela Câmara Municipal. A primeira por pouco mais de um ano entre 2006 e 2007, substituindo Renato Fernandes, que estava licenciado para dirigir a Companhia Docas do Rio Grande do Norte (CODERN) e outra, em definitivo, entre 2014 e 2016 quando herdou a vaga de Francisco José Junior, que fora eleito prefeito de Mossoró em pleito suplementar.
O deputado estadual Galeno Torquato está montando um staff político para sustentar a candidatura dele à reeleição este ano.
O trio de suplentes é formado pelo ex-presidente da Câmara Municipal Jório Nogueira (PSD), Cícera Nogueira (PSD) e o polêmico Tomaz Neto (PDT). O grupo somou 5.098 votos nas eleições de 2016, menos da metade dos 12.306 sufrágios recebidos há quatro anos por Galeno em Mossoró.
Neste ano, Galeno não terá o apoio importante da Prefeitura de Mossoró nem de um expressivo grupo de vereadores. Ainda pesa contra ele o desgaste por ter decepcionado os eleitores locais como “deputado de Mossoró”.
Em recente enquete do Blog do Barreto no grupo desta página no Facebook, ele foi escolhido o político com mandato mais “ingrato” com os eleitores da cidade (ver AQUI).
Apesar disso, ele sabe do peso de Mossoró nas eleições. Na segunda cidade do Rio Grande do Norte ele recebeu 19,44% dos 63.286 votos que conquistou no Estado.