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Allyson faz movimento político precipitado e arranha imagem em nível estadual

O prefeito Allyson Bezerra (União) apostou num assunto cansado: a dívida do Governo do Rio Grande do Norte com a Prefeitura de Mossoró. Ele vem batendo no assunto desde fevereiro sempre aumentando o valor da conta a cada manifestação e contando com o silêncio da governadora Fátima Bezerra (PT).

Allyson contava desta vez com o “fato novo” da queda brusca do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) no mês de agosto. Era a chance sacar uma carta de seguro para a campanha eleitoral de se blindar das críticas dos adversários transferindo a culpa para o PT do presidente Lula, da governadora Fátima Bezerra e da deputada estadual Isolda Dantas.

Allyson, cometeu o erro básico de subestimar os fatos.

Os fatos fizeram picadinho na narrativa do prefeito. Primeiro porque ele misturou os números envolvendo contas inexistentes, débitos já negociados e que estão sendo pagos e não contava com uma reação mais dura do Governo do Estado, que finalmente tocou na ferida da dívida de mais de R$ 111 milhões do município com a Caern. Os números também foram duros com o prefeito. Em 2023 os repasses de ICMS e IPVA do Governo para Mossoró subiram 20%, um dado omitido pelos secretários de Allyson na coletiva de terça-feira.

No mesmo dia da coletiva pirotécnica, em que até a possibilidade de atraso da folha de pagamento de setembro foi levantada, a própria Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgou dados que apontavam crescimento dos repasses do FPM acima da inflação. No caso de Mossoró foram R$ 3.566.006,75 a mais no acumulado do ano.

Além disso, o FPM não é um dinheiro fundamental na arrecadação do município tanto que o prefeito deu o fundo como garantia para o empréstimo contraído junto à Caixa Econômica Federal para as obras do Mossoró Realiza.

Apesar da coletiva, das portas fechadas em protesto pela queda pontual do FPM e de todo temor, Allyson levou falta no protesto que levou 140 prefeitos a Assembleia Legislativa. O prefeito preferiu ficar em Mossoró para inaugurar um supermercado. A contradição foi alvo de críticas da jornalista Emily Virgílio no RN TV Primeira Edição, um dos programas de maior audiência do Estado, de quarta-feira.

Allyson ficou mal na fita em todo o Rio Grande do Norte pela atitude contraditória, pelo individualismo e pelo exagero dado ao problema que não se ancora nos números. Tanto que na edição do Diário Oficial de Mossoró do dia da fatídica coletiva estava sendo dada a largada para os preparativos para o Auto da Liberdade com a contratação da Companhia Gesto de Dança por R$ 280 mil.

Não há contagem de moedas para pagar a folha como anunciado. É tudo jogo de cena para gerar crispação política com o PT, tanto que o prefeito nem se importou com os votos contrários dos senadores Rogério Marinho (PL) e Styvenson Valentim (Podemos) a lei que estabelece a volta do voto de qualidade do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) que deve garantir, segundo o Instituto Justiça Fiscal R$ 25 milhões a mais de FPM por ano para Mossoró.

O discurso de Allyson não para em pé de tanta contradição nem se ampara nos números. Só serviu para o prefeito se queimar com a opinião pública estadual, não gerou comoção na mídia local e o deixou mal na fita com os colegas que estavam unidos em Natal para aumentar a alíquota do FPM.

É hora de mudar a estratégia e ser mais institucional e menos pirotécnico!

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Fábio Faria lança moda “faça o que eu digo e não o que meu pai fez”

Pai de Fábio contou com ajuda de Temer para pagar folhas atrasadas (Foto: reprodução)

O ministro Fábio Faria (PSD) embarcou na indústria da fake news bolsonarista e passou o final de semana acusando a governadora Fátima Bezerra (PT) de desviar recursos do combate à covid-19 para pagar a folha de pagamento.

Na histeria bolsonarista que abraçou, Fábio passou a tratar o assunto como um problema.

O problema é que a informação além de ser falsa quem usou recursos carimbados da saúde para pagar a folha de servidores foi o pai do ministro, o ex-governador Robinson Faria (PSD).

Vamos à história:

No início de 2018, Robinson enfrentava um profundo desgaste que o levaria um vexame eleitoral em outubro daquele ano. Ele conseguiu junto ao presidente da época, Michel Temer, recursos para conter o caos da saúde.

Foram R$ 420 milhões sendo R$ 320 milhões para saúde e R$ 100 milhões para a segurança. Frise-se que foi um valor abaixo da pedida inicial, R$ 600 milhões. Robinson chegou a denunciar que sofreu boicote das oligarquias.

Portal da Transparência mostra uso de recursos da saúde usados para folha de pagamento por Robinson (reprodução)

Do montante que chegou uma parte da verba da saúde foi direcionada para pagar a folha através de uma brecha na legislação que permitia que a folha fosse usada para pagar salários dos servidores da saúde.

Assim foram usados R$ 166 milhões para pagamento dos salários e compromissos previdenciários devidos aos servidores com verba carimbada da saúde, que o Fábio Faria de hoje veria como um escândalo, nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2018.

Disputa judicial

Na virada de 2017 para 2018, quando esse dinheiro estava para chegar, foi travada uma disputa judicial em relação ao uso do socorro federal para a folha de pagamento. Com as forças de segurança em greve o desembargador Cornélio Alves autorizou em 30 de dezembro de 2017 o uso de R$ 225,7 milhões da saúde para pagar salários atrasados. A medida atendeu ação conjunta das associações de subtenentes e sargentos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, pela Associação dos Delegados de Polícia do RN e Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública. A liminar foi derrubada no dia 2 de janeiro. Mas os recursos anunciados por Robinson só chegariam dias após a disputa judicial. A greve só acabou no dia 10 de janeiro, antes dos recursos federais chegarem.

No fim das contas governador pode usar os recursos da saúde apenas para salários dos servidores desta área.

Robinson entregou o poder com quatro folhas em aberto.

Fontes:

http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/temer-garante-r-420-milha-es-para-saaode-e-segurana-a-do-rn/402636

https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/governo-anuncia-liberacao-de-r-420-milhoes-para-o-rio-grande-do-norte.ghtml

https://www.istoedinheiro.com.br/fazenda-diz-que-governo-vai-empreender-esforcos-para-liberar-r-420-mi-ao-rn/

http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/01/policiais-encerram-paralisacao-e-rn-assina-acordo-com-concessoes.html

https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/justica-autoriza-governo-do-rn-a-remanejar-r-225-milhoes-para-pagar-servidores-da-seguranca.ghtml

https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/justica-federal-suspende-uso-de-r-225-milhoes-da-saude-para-pagar-servidores-do-rn.ghtml

https://agorarn.com.br/politica/fatima-tera-de-repor-r-162-mi-que-robinson-faria-nao-aplicou-na-saude/

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Tomba vota por suspensão da CPI da Arena das Dunas, mas defende investigação parlamentar sobre compra dos respiradores

O deputado estadual Tomba Farias (PSDB) votou ontem a favor de suspender a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as possíveis irregularidades na contratação de empréstimo para construir a Arena das Dunas na gestão da então governadora Rosalba Ciarlini (PP).

Hoje ele já apareceu na sessão remota da Assembleia Legislativa com outra posição a respeito da CPIs em tempos de pandemia. Propôs a realização de uma exclusiva para investigar a aquisição dos respiradores pelo Governo do Estado via Consórcio Nordeste.

Abre aspas para o indignado Tomba: “Vamos ficar calados? Vai ficar dessa forma? Não vamos nos pronunciar?”, questionou o parlamentar, convocando os colegas a assinarem a “CPI dos Respiradores”.

Para quem ainda não conhece a história o Governo do Estado pagou quase R$ 5 milhões por 30 respiradores para pacientes com covid-19. Os equipamentos nunca chegaram e a empresa não fez o ressarcimento.

Nota do Blog: esta página não tem nenhuma posição contrária a uma CPI para investigar essa confusa história da aquisição dos respiradores. A questão está na escancarada incoerência do deputado em situações tão parecidas. Está muito clara que a suspensão da CPI da Arena das Dunas foi por meríssima conveniência política.

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Governadora adota medidas contraditórias

Fátima toma medidas contraditórias (Foto: Wilson Moreno)

Numa mesma semana a governadora Fátima Bezerra (PT) recomendou os prefeitos das cidades litorâneas a fecharem as praias nos finais de semana e regulamentou a abertura dos templos religiosos a realizarem orações individuais dentro das regras de distanciamento social.

São medidas contraditórias que servem muito mais para aumentar o desgaste da governadora e acirrar o debate entre os defensores do isolamento social e os que defendem a abertura do comércio.

Ou segue a linha de endurecer ou segue a arriscada flexibilização das regras de isolamento social.

No Brasil tudo virou objeto de debate político, inclusiva as medidas de combate ao covid-19.

O tempo exige sacrifícios, medidas duras e a governadora é a principal liderança neste momento para nós potiguares. Se ela insistir nessas medidas contraditórias não terá força para resistir as cobranças pela abertura do comércio.

Este é um momento em que o Rio Grande do Norte está mais próximo de um bloqueio total do que de uma flexibilização do isolamento social, mas os índices mostram que os potiguares largaram a quarentena. O último estudo apresentado mostrou que nossa média gira em torno de 40% de pessoas em casa, bem abaixo dos 60% necessários.

Quanto mais a governadora amolece, mais longe ficamos de nos livrar desses tempos difíceis.

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Constituição no dos outros é refresco

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A Constituição do Rio Grande do Norte e a Constituição da República Federativa do Brasil estão aí para serem cumpridas. Na política o cumprimento delas depende do sabor das conveniências.

Se você é da oposição vale aumento de salário de servidores mesmo que seja ilegal. No Governo você invoca a carta magna.

Se você é oposição vale uma lei que rompa com os preceitos constitucionais. Se é Governo o apreço para legalidade aflora.

É assim na Câmara Municipal de Mossoró, Assembleia Legislativa ou Congresso Nacional. Nas redes sociais nem se fala.

O que importa é doce sabor das conveniências.

Constituição no dos outros é refresco.

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Contradição: emenda de parlamentar dando aumento de servidor é inconstitucional em Mossoró e “maldade” na Assembleia Legislativa

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Foi este ano. A prefeita Rosalba Ciarlini (PP) se recusou a dar cumprimento do reajuste do piso nacional dos professores 4,17%, ofertou 3,75%.

O vereador Gilberto Diógenes (PT) propôs 0,42% para repor a diferença. Logicamente a emenda era inconstitucional. Os vereadores Petras Vinícius (DEM) e Ozaniel Mesquita (PL) sugeriram emendas semelhantes para outras categorias. Também não podiam.

O assunto foi muito bem lembrado por Ozaniel Mesquita na sessão de hoje na Câmara Municipal.

Agora nas redes sociais a militância rosalbista se inflama contra quem explica que a emenda do deputado estadual Nelter Queiroz (MDB) que estende o reajuste de 16,38% dos procuradores para todas as categorias.

A imprensa rosalbista transformou o assunto num cavalo de batalha contra adversários da prefeita.

Na pratica quando se é governo o discurso é um. Quando se é oposição o discurso é outro.

Saiba mais clicando AQUI.

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A UERN agora está cheia de defensores. Sejam bem-vindos

Desde que me entendo como servidor da UERN recursos do custeio são contingenciados no início do ano. Desde de sempre a universidade teve dificuldade para receber recursos para investimentos.

Este ano não diferente. O que mudou foi a repercussão.

Os problemas de sempre se repetem e a atual gestão da UERN só tem conseguido investir algo nos últimos seis anos graças a uma parceria com a bancada federal que tem sido fundamental para receber recursos da União.

A UERN é uma universidade feita por gente que faz muito com pouco, mas sempre foi alvo de perseguições.

Quando o desembargador Cláudio Santos defendeu a privatização da UERN vários setores da mídia endossaram as palavras dele.

Outros se calaram.

Agora essa mesma turma alardeia como cortes a diferença de R$ 300 mil entre a necessidade e o que é repassado para o custeio (entenda essa história AQUI) e corte (aí sim, corte) de 100% dos investimentos do Governo do Estado.

O objetivo desse pessoal não é defender a UERN, mas “lacrar” em cima dos setores da esquerda que, de fato, se calam agora diante destes dados.

Há uma intensa negociação entre Governo e UERN como também houve em gestões anteriores. A governadora Fátima Bezerra (PT) está em dívida com a UERN, como seus antecessores também estiveram. Digo mais: ela ao manter esse tratamento se contradiz no seu discurso em defesa da educação.

A UERN é maior que a picuinha política de hoje. Temos 89% de alunos oriundos de escolas públicas, cumprimos um papel fundamental na formação de profissionais no interior do Estado com graduação e pós-graduação.

Que bom que a importância da UERN foi finalmente descoberta pelos que antes se calavam ou endossavam ataques à universidade do povão.

Sejam bem-vindos à luta!

 

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Contradições de Fátima e Fábio Dantas

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RN tem dois candidatos ao Governo mergulhados em contradições

Fátima e oligarcas já estiveram no mesmo palanque

Apontar contradições do adversário não é uma boa alternativa para uma disputa com candidatos com os perfis de Fátima Bezerra (PT) e Carlos Eduardo Alves (PDT). São dois candidatos mergulhados em contradições em suas respectivas biografias políticas. Digamos que um não pode direcionar o dedo para o outro.

Como diria nas ruas “é o sujo falando do mal lavado”.

Os dois já foram aliados em diversas oportunidades e agora pelo destino se tornaram adversários.

No passado, Carlos Eduardo tentou fazer o Rio Grande do Norte esquecer que ele tinha o sobrenome Alves. Nas eleições de 2002, 2006, 2010 e 2014 andou com a estrela do PT no peito.

Na década passada sua afinidade com o petismo era tamanha que a ida dele para o PT chegou a ser cogitada como alternativa ao Governo nas eleições de 2010. Era visto como um “Alves diferenciado” nos bastidores.

Robinson já foi parceiro político de Fátima e Carlos Eduardo

Hoje Carlos Eduardo voltou a ser mais Alves do que nunca e encarna sem qualquer constrangimento o espírito antipetista alinhando-se com a extrema direita personificada em Jair Bolsonaro (PSL), virtual presidente do Brasil a partir de 2019.

Carlos foi tão leal ao PT que na década passada articulou a exclusão da candidatura a prefeito de Natal de Rogério Marinho no PSB para juntar as principais lideranças políticas do Rio Grande do Norte em torno adivinhe de quem?

Isso mesmo. De Fátima Bezerra.

Foi em 2008.

Fátima usa o discurso contra as oligarquias com algum nível de constrangimento porque sabe que já deu as mãos aos oligarcas num passado recente.

Não é para menos.

Ela foi muito aliada dos Alves na década passada, mas também se juntou a Wilma de Faria cuja origem política é na família Maia.

No passado recente ele esteve com um legítimo representante da política tradicional como o governador Robinson Faria (PSD) e agora se junta a Ezequiel Ferreira (PSDB) e a Ricardo Motta (PSB).

VÍDEOS

As militâncias virtuais de Fátima e Carlos pipocam nas redes vídeos antigos em que Carlos pede votos para Fátima e vice e versa.

No vídeo abaixo (contendo edição), Fátima pede votos para Carlos Eduardo no segundo turno das eleições de 2012 quando o PT lhe deu um “apoio crítico”. Matreiramente, a equipe do pedetista colocou a trilha sonora do jingle de 2018. Por coincidência naquele ano o segundo turno também caiu em 28 de outubro.

Já no vídeo abaixo, Carlos Eduardo, fiador de um acordão em torno de Fátima, pede votos para a petista nas eleições para prefeito de Natal em 2008 quando ela terminou derrotada no primeiro turno por Micarla de Sousa (PV).

Resumindo: o eleitor potiguar irá as urnas escolher qual candidato contraditório vai se tornar governador.

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Flávio Rocha e as contradições de um defensor do “estado mínimo” que busca financiamentos estatais

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Hoje o ex-deputado federal Flávio Rocha desembarca em Mossoró para lançar o “Movimento Brasil 200”, às 15h, no auditório do Garbos Recepções e Eventos. A iniciativa não deixa de ser interessante porque propõe um debate honesto a partir de elementos de uma direita democrática que o Brasil precisa para estancar as alternativas autoritárias que estão colocando a cabeça para fora após mais de 30 anos de silêncio.

Primeiro é preciso lembrar que é importante sim que a direita e a esquerda façam um debate honesto sobre questões sociais, economia, saúde, segurança, educação e, em menor escala, temas comportamentais que só servem para expor uma enfadonha histeria conservadora.

Entendo que o “Movimento Brasil 200” é importante nesse sentido, principalmente se conseguir impor no campo da direita assumida ideias democráticas.

No entanto, o problema está no idealizador do projeto. Flávio Rocha que prega o “estado mínimo” num dos países mais desiguais do planeta onde os seis mais ricos reúnem uma fortuna equivalente aos 100 milhões mais pobres segundo relatório da ONG britânica Oxfam.

Além disso, Flávio Rocha, dono da gigante Richuelo, é um empreendedor que curte um financiamento público e uma isenção fiscal. Entre 2009 e 2016, ele pegou mais de R$ 1,4 bilhão em empréstimos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a sua Guararapes deixou de pagar R$ 542 milhões ao erário graças ao programa de isenção de impostos. Ao mesmo tempo, Flávio Rocha se disse “vítima do Estado” e defendeu a extinção do BNDES. “Pelo que você está falando parece que um aluno liberal, por exemplo, não pode estudar na UFRN, da mesma forma que eu que sou um liberal não posso usar uma estrada daqui até o aeroporto. Estou dizendo é que não devem existir esses mecanismos de deformação. Não tem que ter o BNDES. Agora seria uma penalização se toda empresa têxtil tivesse acesso ao crédito do BNDES e o Rio Grande do Norte não tivesse o mesmo acesso. Mas eu quero lhe dizer que eu preferia que não existisse BNDES porque o BNDES é uma máquina de quem sabe fazer para dar para quem sabe conversar. Nós somos muito melhores em fazer do que conversar, mas temos que conversar, fazer power point, botar uma gravata, mostrar nosso projeto aqui na fábrica de Extremoz para não sair fora do jogo”, justificou Flávio Rocha em entrevista a Agência Saiba Mais.

Flávio encara um processo na Justiça do Trabalho em que acusado de irregularidades nas relações trabalhistas nas facções que prestam serviços à Guararapes. Na ação de R$ 38 milhões ele se defende afirmando que gerou empregos ao realizar o sonho de levar desenvolvimento para o interior do Rio Grande do Norte através do Pró-Sertão. Não é bem o que falou o diretor industrial da Guararapes Jairo Amorim em depoimento à Justiça do Trabalho que explicou que o projeto teve a finalidade de diminuir custos e garantir mais agilidade na entrega dos produtos (que demoravam até seis meses para chegar da China) para a Guararapes. “Em função disso, apresentei à empresa que era melhor repatriar produtos porque ganhava em tempo de entrega. Reduzimos de seis meses para 45 dias com as oficinas de costura e, (produzindo) em outros Estados, recebíamos com 60 dias. Percebendo isso, a empresa aprovou a proposta e começamos a verificar o potencial que já havia em algumas oficinas do interior que não temos na Guararapes. E fui ao interior verificar se essas oficinas eram legais. Me surpreendi com o nível das oficinas. A primeira que visitei foi em Acari. Aprovado o modelo (do programa Pro-Sertão) pelo Governo do Estado, via secretaria de Desenvolvimento Econômico, vimos a oportunidade de fomento industrial”, afirmou Jairo em depoimento reproduzido pela Agência Saiba Maias.

As facções do Pró-Sertão foram um grande negócio para o empresário “vítima do Estado”.

A ideia do “Movimento Brasil 200” é importante e tende a enriquecer o debate dando aos liberais uma relevância maior e mostrando que a direita é algo além de ideias toscas e preconceituosas. Mas as contradições sempre vão perseguir seu idealizador.

Nota do Blog: eu, jornalista Bruno Barreto, não tenho nada contra empresários buscarem financiamentos em bancos estatais. Apenas fiz uma observação nesse texto quanto à contradição de quem prega o “estado mínimo” e utiliza-se de benefícios estatais para projetos particulares.

Foto: UOL