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Agenda de ministro expõe isolamento de reitora

O ministro da educação Camilo Santana cumpriu agenda ontem em Natal onde fez anúncios importantes para esta área no Rio Grande do Norte.

Os quatro reitores do Rio Grande do Norte foram convidados e tiveram uma reunião conjunta com o ministro. Ainda assim chamou atenção o isolamento da reitora da Ufersa Ludimila Oliveira, que vive o ocaso de sua gestão que está numa peinha de nada para ser interrompida após ela perder o título de doutora após ter a denúncia de plágio comprovada por uma comissão da UFRN.

Sem o título, ela não pode permanecer no cargo.

A imagem que ilustra esta matéria, curiosamente postada no próprio perfil da reitora, ilustra o tamanho do isolamento de Ludimilla no evento.

Além disso, a reitora protagonizou situações constrangedoras. Numa delas ela, olhou para o reitor da UFRN, Daniel Diniz, que assinou a cassação do título de doutora dela, e desejou a ele uma punição divina.

Ministro exclui parte em que reitora aparece na foto (Imagem: reprodução)

Em outro momento, conforme relato do jornalista Saulo Vale, ela disse ao ministro que vai reverter na segunda instância a decisão judicial que manteve a cassação do seu título de doutora. Camilo Santana manteve-se em silêncio. Está nas mãos dele a palavra final sobre a decisão do Conselho Universitário (Consuni) que recomendou a destituição de Ludimilla do cargo.

O próprio Camilo, conforme imagem acima, teve o cuidado de evitar associar sua imagem à de Ludimilla nas redes sociais.

A situação de Ludimilla é delicada e o processo só não andou por causa de uma liminar da 10ª Vara Federal de Mossoró que determinou que seja reaberto um prazo para que a reitora apresente defesa ao Consuni, que deve ao final tomar a mesma decisão.

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Agora é com o MEC! Consuni da Ufersa aprova parecer que pede destituição de Ludmilla Oliveira

Acaba de ser encerrada a reunião do Conselho Universitário da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), para apreciação e deliberação sobre o relatório expedido pela Comissão instituída pela Resolução 58/2023, acerca da proposta de destituição da servidora Ludimilla Carvalho Serafim de Oliveira do cargo de Reitora da universidade.

Com 19 votos favoráveis e 3 abstenções, o relatório da Comissão que defende a destituição de Ludmilla. Agora, o parecer será enviado ao Ministério da Educação (MEC) que é quem decide em definitivo sobre a retirada da docente do cargo de Reitora.

Entenda a história – O parecer apreciado na tarde de hoje (31) foi formulado por uma comissão de docentes, discentes, e técnicos administrativos acatou a decisão da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) que tinha cassado o título de doutora de Ludimilla Oliveira após a constatação pela Comissão de Processo Administrativo Disciplinar (CPAD) de que a tese a tese “De repente, tudo mudou de lugar: Refletindo sobre a metamorfose urbana e gentrificação em Mossoró-RN” teria copiado trechos sem o devido crédito das dissertações de mestrado “O processo de urbanização da Cidade de Mossoró: Dos processos históricos à estrutura urbana atual”, de Karisa Lorena Carmo Barbosa Pinheiro, e a “Expansão Urbana de Mossoró – Período de 1980 a 2004”, de Aristotelina Pereira Barreto Rocha. A decisão assinada pelo reitor Daniel Diniz foi respaldada em liminar negada pelo juiz da 1ª Vara Federal de Natal Magnus Augusto Costa Delgado, que entrou no mérito descartando má fé na decisão administrativa.

Sem o título de doutora Ludimilla deixa de preencher um dos requisitos para o cargo de reitora daí a necessidade de destituí-la.

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Justiça Federal nega pedido de afastamento de Reitora da Ufersa do cargo

O Blog do Barreto contou ontem (4) que o Ministério Público Federal (MPF), por meio do Procedimento Preparatório nº: 1.28.100.000058/2023-9, assinado pelo procurador Emanuel de Melo Ferreira, pediu o afastamento da Reitora da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), Ludmilla Serafim, por de abuso de poder e intimidação (Veja mais sobre isso AQUI).

A solicitação do Ministério Público se deu em decorrência do recente e-mail enviado por Ludmila aos membros do Conselho Universitário (Consuni) da UFERSA, antes da reunião que deu início ao seu processo de destituição do cargo de reitora, dia 27 de junho. O conteúdo da mensagem da gestora foi interpretado pelo MPF como intimidatório, além disso Ludmilla haveria expressado textualmente o desejo de destruir informações e dados de sua gestão à frente da universidade.

Hoje (5), a 8ª Vara da Justiça Federal, por meio do magistrado Fabricio Ponte de Araújo, negou a solicitação do MPF. De acordo com o Juiz, não há indícios concretos de que o e-mail enviado por Ludmilla se configura como uma tentativa de intimidar os membros do Conselho Universitário (Consuni) da Ufersa e que o afastamento de um gestor universitário  devidamente empossado deve ser revestido de “extremada prudência, razoabilidade e proporcionalidade da parte do magistrado”.

“é fundamental a comprovação do efetivo risco à instrução processual que possa causar o agente político ocupante do cargo em análise, tendo em vista o poder real sobre os servidores e administrados (…) No presente caso, observa-se que tal medida não se reveste da imprescindibilidade alegada, pois, a princípio, não é visível embaraço na colheita das provas já colacionadas, nem vislumbro silenciamento dos envolvidos ou ocultamento de documentos” afirma a decisão

O Magistrado determinou um prazo de até 15 dias para que Ludmilla se manifesta acerca das denúncias apresentadas pelo MPF, mas até lá ela segue no cargo de Reitora da Ufersa. “DETERMINO a intimação da demandada para que, no prazo de 15 (quinze) dias, apresente a sua manifestação, e a fim de que, após oportunizado o contraditório, se possa se analisar, com maior profundidade, o pleito constante na exordial”, concluiu o Juiz.

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Crise política da Ufersa é consequência do desprezo de Bolsonaro pela democracia

Se rito das regras não escritas da democracia fosse respeitado a Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa) estaria vivendo dias de calmaria como na maioria das instituições de ensino superior.

Mas o então presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu em 2020 não respeitar a vontade da comunidade acadêmica ufersiana que elegeu Rodrigo Codes reitor.

Bolsonaro preferiu a terceira colocada Ludimilla Oliveira. “Terrivelmente evangélica” e com um vice bolsonarista, o professor Roberto Pordeus, ela preenchia os requisitos políticos do critério do então presidente e estava respaldada pela lei, que estabelece qualquer integrante da lista tríplice pode ser nomeado.

A chegada de Ludimilla foi tumultuada e no tumulto se manteve pelos três anos seguintes. Some-se a isso o perfil da reitora não contribuiu para apagar a fervura no caldeirão que se tornou a Ufersa. Ela preferiu dobrar a aposta e jogar álcool flambando a crise.

A denúncia de plágio na tese de doutorado andou e no início de junho se converteu em anulação do título de doutora. Sem a titulação, Ludimilla está inapta para o cargo e agora enfrenta um processo de destituição.

Se não tivesse assumido um cargo sem a legitimidade do voto, a reitora estaria hoje dando suas aulas e longe da execração pública. Exposta graças a tecnologia de 2022 que facilita a identificação de plágio, o que foi feito em 2010 foi descoberto.

O que aconteceu na Ufersa talvez seja um exemplo extremo do que houve em outras universidades onde o mais votado não foi nomeado, quebrando uma tradição na democracia brasileira.

O desprezo de Bolsonaro pelas universidades é a raiz da crise na Ufersa.

 

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Foro de Moscow

Foro de Moscow 27 jun 2023 – Consuni decide o futuro de Ludimilla