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Allyson recebe doação de R$ 100 mil de empresário do ramo salineiro do RJ que já ajudou Beto Rosado, articulador do “decreto do sal”

A maior doação de pessoa física para a campanha à reeleição do prefeito Allyson Bezerra (UB) partiu de José Hamilton Mandarino de Mello que doou R$ 100 mil.

Só os repasses do União Brasil (R$ 2.879.232,00) e PSD (R$ 180 mil) foram maiores que a doação de Mandarino, que ficou conhecido na década retrasada como vice-presidente de futebol do Vasco na fracassada gestão de Roberto Dinamite.

Mandarino é dono de uma holding chamada JMM SA ADMINISTRACAO E PARTICIPACOES que é dona de empresas do ramo salineiro que atuam no Rio Grande do Norte, a Navenor e a Intersal Terminal Salineiro. A primeira com sede em Mossoró, a segunda em Areia Branca. Ele é também dono da Salinor Salinas do Nordeste SA, sediada (apesar do nome) no Rio de Janeiro, onde o empresário mora.

Mandarino foi citado em reportagem do The Intercept assinada pelo jornalista Paulo Nascimento em 1º de novembro de 2021 que trata do lobby do sal que resultou no decreto do então presidente Jair Bolsonaro (PL) que facilitou a vida da indústria salineira para se proteger de eventuais processos do Ministério Público Federal por danos ao meio ambiente.

O empresário é apontado como doador de R$ 20 mil para a campanha do então deputado federal Beto Rosado (PP), articulador do conhecido “decreto do sal”.

Hoje, Mandarino doa um valor cinco vezes maior para Allyson.

O que ele espera em troca?

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Beto nega acordo com Bolsonaro envolvendo a reforma da previdência

Beto nega acordo (Foto: Hélito Honorato)

Entrevistado nesta quinta-feira no Meio-Dia Mossoró da 95 FM, o deputado federal Beto Rosado (PP) negou que assinatura do decreto do sal tenha sido fruto de um acordo com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) para votar favorável à reforma da previdência.

“Não sou bolsonarista, mas tem uma coisa boa neste governo que é se você chegar com uma ideia boa eles vão te ouvir”, frisou.

Ele disse que mantém a posição em relação à proposta: “Do jeito que está eu voto contra”.

Sobre o decreto do sal Beto disse que a medida foi importante para o setor.

Caso Kerinho

O deputado foi entrevistado poucas horas após a decisão do TSE que manteve ele no exercício do mandato. “Foi uma decisão boa para Kerinho que teve o direito dele assegurado e por tabela isso beneficiou a nossa coligação garantindo o meu mandato”, acrescentou.

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Bolsonaro assina decreto do sal

Presidente assina decreto do sal (Foto: Isac Nóbrega/PR – Flickr Palácio do Planalto)

O presidente da República Jair Messias Bolsonaro assinou na tarde desta terça-feira (4), o decreto presidencial que reconhece o sal como um bem de interesse social. A medida vai garantir a segurança jurídica necessária que atividade precisa, sem que haja perdas para o meio ambiente, nem para os produtores e trabalhadores do setor. O pleito foi uma luta do deputado federal Beto Rosado (PP) junto aos salineiros do Rio Grande do Norte.

O parlamentar apresentou em 2017 a indicação Nº 3966, sugerindo a criação do decreto que ao longo dos últimos anos vem tramitando entre os ministérios do Meio Ambiente, Economia, além da Casa Civil. Com a mudança do governo federal, Beto Rosado apresentou uma nova indicação Nº 464/2019, sugerindo a criação do decreto, que foi assinado na tarde desta terça-feira.

“A ameaça iniciou em 2013 e vem gerando imensa insegurança jurídica à atividade salineira, inibindo investimentos e gerando desconfiança quanto a sua continuidade por parte de fornecedores e clientes. Se não fosse este decreto, a atividade chegaria em curto espaço de tempo a um verdadeiro colapso, atingindo os mais de 50 mil empregos diretos e indiretos gerados pela indústria”, alertou Beto.

A medida do presidente Jair Bolsonaro, tão esperada pelos produtores, obedece aos preceitos estabelecidos no código florestal.  “A medida abrangerá aquelas indústrias consolidadas até o ano de 2008 e sem alternativa locacional, garantindo não só a continuidade do setor salineiro, mas a própria preservação do ambiente hipersalino desenvolvido na região, sempre respeitado pela indústria do sal”, afirmou o vice-presidente do Sindicato das Indústrias da extração do Sal Aírton Torres.

Participaram da assinatura do documento o Ministro-chefe da Casa Civil Onyx Lorenzoni, os deputados federais Beto Rosado, Fabio Fabia (PSD), Rafael Motta (PSB), General Girão (PSL), João Maia (PL) e o senador Styvenson Valentim (Pode); prefeita de Mossoró Rosalba Ciarlini (PP), de Areia Branca Iraneide Rebouças (PSD) e o prefeito de Macau Túlio Lemos (PSD), além dos representantes do setor salineiro Rafael Mandarino, José Mandarino, Aírton Torres, Marcelo Monteiro, Herbert Junior, Frediano Rosado, Francisco Ferreira Souto Filho, Edite Souto, Francisco Aldemir de Souza, Severino Praxedes Sobrinho, Lucivan Praxedes Gomes, Marcos Roberto Alves, Renato Fernandes e David Maranata.

História

A indústria salineira do Brasil é uma atividade secular. O Rio Grande do Norte concentra 95% da produção de sal do país. A sua área de atuação é composta por 35 salinas situadas no semiárido brasileiro, nos municípios de Mossoró, Grossos, Areia Branca, Macau, Porto do Mangue, Guamaré e Galinhos, denominada região da Costa Branca.

A produção anual brasileira é de aproximadamente 7,5 milhões de toneladas, correspondente a 6 milhões de toneladas de sal marinho e 1,5 milhão de sal gema – sendo o sal gema utilizado integralmente de forma cativa, como insumo em determinadas indústrias químicas detentoras de sua exploração. Logo, o sal marinho do Estado do Rio Grande do Norte representa a quase totalidade do sal brasileiro que é negociado para os diferentes segmentos de mercado, seja no Brasil ou no exterior.

“Infelizmente, desde o ano de 2013, o setor salineiro está sendo ameaçado de ter que desocupar e restaurar todas as áreas marginais de rios e cursos de água, justamente nas áreas onde ocorre toda a sua produção há praticamente um século. Nesses locais foram construídas todas as benfeitorias que constituem a indústria salineira, tais como cristalizadores, evaporadores, canais, estações de lavagem do sal, estações de bombeamento, áreas de estocagem do sal, portos de embarque, edificações para instalações de beneficiamento de sal, escritórios, oficinas e demais facilidades operacionais dos empreendimentos”, lembra Aírton.