Categorias
Matéria

Vereador do RN tem cassação confirmada pelo TSE

Na sessão plenária desta terça-feira (20), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ratificou decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) que cassou o diploma de Diogo Rodrigues da Silva (PSD), vereador eleito pelo município de Parnamirim (RN) nas Eleições de 2020. O Colegiado também determinou a anulação dos votos recebidos pelo então candidato, com a consequente retotalização dos votos, e o recálculo dos quocientes eleitoral e partidário para o cargo de vereador da cidade.

O parlamentar foi condenado por prática de captação ilícita de sufrágio (compra de votos), abuso de poder econômico e abuso de poder político, em razão de fraudes no Sistema Único de Saúde (SUS) em troca de votos. Assim, além do diploma cassado, ele foi condenado à inelegibilidade pelos próximos oito anos e ao pagamento de multa.

De acordo com a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) ajuizada pelo Ministério Público Eleitoral, em troca de votos, promessas de votos ou apoio político, o candidato utilizou-se da máquina pública e invadiu o sistema de marcação de consultas e procedimentos do SUS, inserindo pacientes indevidamente e priorizando seus potenciais eleitores nas filas de consultas e demais procedimentos ambulatoriais.

Para o relator do recurso no TSE, ministro Raul Araújo, diante das provas inseridas nos autos, a prática de captação ilícita de sufrágio encontra-se suficientemente comprovada, nos termos do artigo 41-A da Lei nº 9.504/1997, bem como o abuso de poder político, demonstrado em conjunto probatório robusto.

Assim, por unanimidade, o Colegiado negou o recurso e ratificou a decisão do Regional.

Fonte: TSE

Categorias
Matéria

Vereador envolvido em esquema de fura fila do SUS é cassado por compra de votos

Portal 98 FM

A juíza Tatiana Lobo Maia, da 50ª Zona Eleitoral do Rio Grande do Norte, decidiu cassar o mandato do vereador de Parnamirim Diogo Rodrigues (PSD), acusado pelo Ministério Público de liderar um esquema para alterar a fila de exames e procedimentos do sistema público de saúde em troca de votos nas eleições de 2020. A decisão é do último dia 24 de agosto, e tornada pública nesta terça-feira (30).

Além de perder o mandato por captação ilícita de votos e abuso de poder econômico e político, Diogo Rodrigues foi declarado inelegível por oito anos, contados a partir de 2020, e terá de pagar uma multa de R$ 79.800,00. Ainda cabe recurso da decisão. Se a cassação for confirmada nas demais instâncias e os votos não forem anulados, o mandato passará a ser exercido definitivamente pelo suplente, o vereador já em exercício Dr. César Maia (PSD).

De acordo com a denúncia do MP acatada pela Justiça, Diogo Rodrigues se aproveitou do fato de ser chefe da Central de Regulação de Parnamirim para alterar a ordem dos pacientes na fila de exames e procedimentos, favorecendo seus potenciais eleitores.

Depois que se afastou do cargo para disputar as eleições, em 2020, o vereador teria continuado a praticar o crime mediante invasão do sistema de regulação e uso de senhas de servidores que participavam do suposto esquema.

Mensagens de celular obtidas pela investigação mostram a atuação do vereador no caso. Nos textos, Diogo aparece requisitando a seus subordinados a alteração da ordem dos procedimentos com o claro objetivo de conquistar votos. “(…) essa pessoa é minha são 11 votos na família!”, escreveu ele, em uma mensagem flagrada pela Justiça. “(…) me socorra 3 casos são 3 pessoas fiéis e estou tendo uma procura grande de ultra”, disse em outro trecho.

Na decisão, a juíza Tatiana Lobo Maia escreveu que não há dúvidas de que o esquema aconteceu. “A conduta que restou comprovada é de extrema gravidade, vez que Diogo e sua equipe utilizavam-se da condição de operadores da Central de Regulação de Consultas e Procedimentos de Parnamirim para angariar votos de pessoas que se encontravam fragilizadas por doenças próprias ou de familiares, oferecendo a oportunidade de ocupar lugar privilegiado na fila do SUS e obter o tratamento necessário no menor tempo possível, em detrimento de milhares de pessoas que por não terem o mesmo benefício aguardariam na fila por tempo indeterminado”, enfatiza a magistrada.

Além de Diogo Rodrigues, foram condenados na ação Isabel Maria Marques Romeiro, Suélia Santos Cunha, Ana Maria Ferreira Lopes e Nicole Anacleto de Góes, então servidores da Central de Regulação de Parnamirim. Nesse processo, eles foram condenados à inelegibilidade.

Outras ações

Este processo que resultou na cassação do mandato de Diogo Rodrigues é apenas uma das ações sobre o caso. Ainda há outros processos na Justiça Comum que apuram a prática criminosa. No âmbito dessas outras ações, Diogo Rodrigues chegou a ser preso preventivamente e afastado do mandato de maneira cautelar. Atualmente, o vereador responde em liberdade e utiliza tornozeleira eletrônica.

Categorias
Matéria

Vereador era o “cabeça” do esquema desvendado pela Operação Fura-fila

Diogo articulava esquema (Foto: reprodução)

O vereador de Parnamirim Diogo Rodrigues (PSD) era, de acordo com o Ministério Público, o “cabeça” do esquema que fraudava a marcação de consultas e exames do Sistema Único de Saúde (SUS).

Antes mesmo de conquistar o mandato como segundo vereador mais votado de Parnamirim, ele articulava a inclusão de informações falsas no Sistema Integrado de Gerenciamento de Usuários do SUS (SIGUS), que regula a marcação de consultas e exames.

O caso chamou atenção de servidores da saúde estadual que denunciaram o caso ao Ministério Público que descobriu que ele burlava os dados com a ajuda da esposa Monikely Nunes Santos, que é funcionária de um cartório em Parnamirim.

O casal foi preso preventivamente hoje pela manhã sob a acusação de estelionato, exercício ilegal da medicina, falsidade ideológica, peculato, inserção de dados falsos em sistema de informações, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O esquema, segundo o MP, tinha como parceiro Bruno Eduardo Rocha de Medeiros, que foi sócio da Medeiros e Rocha LTDA, empresa responsável pelo sistema SIGUS. Bruno alterava os dados de forma que dificultava identificar os médicos que solicitavam os exames.

Ele foi preso temporariamente para ficar impedido de alterar os dados do sistema.

Diogo tinha uma articulação com secretários municipais de saúde e ação social do interior do Estado.

O MP teve acessos a milhares de mensagens trocadas por Diogo e secretários.