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RN é o Estado nordestino que teve maior crescimento da dívida do agronegócio no primeiro trimestre de 2024

Dados inéditos da Serasa Experian revelaram que, considerando somente dívidas que venceram por mais de 180 dias e que foram contraídas em setores que se relacionam às principais atividades do agronegócio, no primeiro trimestre de 2024, a inadimplência atingiu apenas 9,1% da população agro no Nordeste brasileiro. A variação do percentual, comparado aos mesmo três meses de 2023 foi de alta, subindo 1,3%.

A análise das Unidades Federativas (UFs) mostrou que a Bahia registrou o menor percentual de inadimplência na região, esse de 7,0%. A variação (1º tri/23 x 1º tri/24) mostrou que praticamente não houve aumento, com alta pouco significativa, de 0,9%. Já o Rio Grande do Norte foi quem teve maior crescimento com 2,2%.

Confira na tabela abaixo os dados dos demais Estados:

Apenas 7 em cada 100 proprietários rurais foram afetados no país

No cenário Brasil, os dados mostram que durante o primeiro trimestre de 2024, ainda considerando apenas dívidas que venceram por mais de 180 dias e que foram contraídas em setores que se relacionam às principais atividades do agronegócio, a inadimplência atingiu somente 7,3% da população rural que atua como pessoa física no Brasil. Um aumento sutil de 0,8 pontos percentuais em relação aos três primeiros meses de 2023.

De acordo com o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, o número pode ser interpretado como relativamente positivo, pois a variação trimestral de 0,8% ano contra ano é pequena. “Mesmo com os diversos desafios enfrentados pelo setor no último ano, como a queda do preço das commodities e a subida dos custos de insumos agropecuários, os números de inadimplência no agro se mantiveram praticamente estáveis e a maior parcela dos proprietários rurais brasileiros conseguiu honrar seus compromissos financeiros.

Setores diretamente conectados ao agronegócio revelam cenário otimista

Ao estratificar o setores da inadimplência analisados neste estudo, em relação ao primeiro trimestre de 2024, é possível perceber que as instituições financeiras, que realizam o financiamento de atividades no campo, representam a maior fatia (6,5%). Por outro lado, os percentuais de proprietários rurais inadimplentes no setor agro e em outros setores relacionados são muito pequenos, de 0,1% e 0,2%, respectivamente. Nessas categorias estão contemplados diversos produtos e serviços como, agroindústrias de transformação e comércio atacadista agro, serviços de apoio ao agro, produção e revendas de insumos e de máquinas agrícolas, produtores rurais, seguradoras não-vida, transportes e armazenamentos.

“Quando olhamos para o cenário direto da cadeia agro percebemos um quadro ainda mais otimista em relação a inadimplência. É importante ressaltar essa diferenciação, porque se no geral apenas 7 em cada 100 proprietários rurais estão inadimplentes, nesse recorte o percentual é quase inexistente”, comenta Marcelo Pimenta.

Proprietários rurais de pequeno porte registraram o melhor cenário

Na análise por porte, considerando todos os setores analisados, os pequenos proprietários rurais registraram o menor percentual de inadimplência (6,5%) no primeiro trimestre deste ano. Em comparação com o mesmo período de 2023, quadro de relativa estabilidade, com acréscimo de apenas 0,6 pontos percentuais.

Por outro lado, os grandes proprietários e aqueles que não possuem registro de cadastro rural – população em que não se observou registro de terras, por exemplo, arrendatários ou pessoas participantes de grupos econômicos ou familiares – tiveram os maiores percentuais.

Confira no gráfico abaixo a movimentação financeira sobre os demais portes:

No primeiro trimestre de 2024 região Sul marcou menor nível de inadimplência

Durante os três primeiros meses do ano, segundo as informações por região agrícola, o Sul registrou o menor percentual, de 4,9%. “É possível que esse cenário mude, devido aos impactos climáticos negativos provocados pelas enchentes deste ano. No entanto, a suspensão das negativações anunciada pela ANBC (Associação Nacional dos Bureaus de Crédito), a boa penetração de Seguros Rurais na região e a experiência da população rural, podem minimizar esses reflexos”, explica Marcelo Pimenta.

O Sudeste e o Centro-Oeste Agro também tiveram resultados mais baixos, enquanto o Norte Agro marcou o maior percentual. Veja no gráfico a seguir:

Proprietários rurais mais experientes são os menos inadimplentes

Ainda sobre o primeiro trimestre de 2024, a inadimplência continua a afetar mais os proprietários rurais que compõe as menores faixas etárias, sendo mais branda para aqueles que possuem mais experiência no setor. Analise as informações completas no gráfico: