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A culpa e a responsabilidade pela derrota da centro-esquerda ao Senado

Por João Paulo Jales dos Santos*

Somos tentados a apontar o dedo e procurar o culpado quando um plano traçado não é alcançado, e somos ainda mais lançados aos impulsos emocionais quando vislumbramos um culpado que nossa mente capta como sendo fraco e/ou sozinho. Dito isto, é fácil compreender o porquê de parte da esquerda tentar vender que Rafael Motta (PSB), que não tinha palanque ao Governo sustentando sua postulação, é o culpado pela derrota da esquerda na única vaga disputa na senatorial de 2022.

De fato, Motta, que precisava de densidade eleitoral para vencer, não alcançou conhecimento popular suficiente para triunfar contra duas máquinas, do Governo Federal e Estadual, que tinham suas candidaturas postas. No entanto, não se pode imputar a Rafael a culpa pela derrota da centro-esquerda. Se é algo que o deputado não tem no resultado desta eleição, é a culpa pela vitória de Rogério Marinho (PL).

A responsabilidade, não a culpa, porque não coube a governadora Fátima Bezerra (PT) executar a campanha de Carlos Eduardo (PDT), é da governadora. E a culpa pela vitória de Marinho vai justamente para o colo do candidato escolhido pelo petismo, o ex-prefeito natalense, que foi empacotado como ‘novo trabalhista’. Fátima tem responsabilidade porque escolheu mal seu companheiro de chapa, deu um passe eleitoral que Eduardo não tinha (https://blogdobarreto.com.br/fatima-influi-na-montagem-de-seu-palanque-e-no-da-oposicao/)

Principal liderança potiguar, a governadora, que com uma habilidade ímpar conduziu a pré-campanha e a campanha ao Governo do Estado a seu bel-prazer, falhou naquilo que é comum a políticos, pensar que acordos firmados entre ex-adversários serão facilmente digeridos pela massa eleitoral.

Fátima chamou um senadorável que carregava uma alta rejeição do eleitorado lulista, de sobretudo, do lulismo do interior, que é mais lulista do que o estado como um todo. Com 2018 estando latente na memória, onde Carlos Eduardo apoiou Jair Bolsonaro (PL) no 2º turno, a massa lulista de pronto já o rejeitava. Cabia então ao candidato ter a mesma habilidade ímpar que Fátima teve na disputa ao Governo, mas o pedetista sequer conseguiu a habilidade, que mesmo não estando conjugada com o adjetivo ímpar, já seria um feito e tanto para um nome que tinha um alto desgaste político fora da Grande Natal.

Podendo ter escolhido Rafael para formar chapa, um nome que facilmente tendia a ser aceito pelo eleitorado lulopetista, Fátima preferiu Carlos Eduardo, que precisava executar uma campanha com uma estratégia qualificada para superar os vários desafios que já lhe apareciam de ponto de partida, no entanto, botou em ação uma das mais atabalhoadas estratégias da história política estadual recente. Eduardo não tinha do que se queixar, conseguiu na reta final o pedido de voto de Lula (PT), mais empenho de Fátima Bezerra, apoio de várias centrais sindicais e movimentos sociais e da nominata da Federação Brasil da Esperança, comandada pelo PT.

Numa das corridas senatorial mais confusas para o eleitorado norte-rio-grandense, nas últimas semanas que antecederam o pleito, cruciais para uma eleição, Carlos teve a seu favor ativos que enfim poderiam suplantar a desconfiança perante o lulismo, mas sua inabilidade foi tamanha, que nem mesmo dois terços dos votos de Lula, que resulta em 42%, dos 62,98% da votação que o petista teve no 1º turno, o pedetista conseguiu conquistar. Os 42% eram o necessário para bater Rogério, que obteve 41,85% dos votos válidos. Entra na cota de Carlos a culpa pela sua própria derrota.

Numa corrida de três vias, o vencedor precisava apenas de uma pluralidade de votos para sagrar-se senador, coube a Rogério lograr tal êxito. Desconhecido do povão, Marinho precisava manter o terço de votos que Bolsonaro teria, o presidente teve 31,02% no 1º turno, cruzando o percentual com uma pequena parcela de votos lulista, que viriam de sobremodo do interior a partir do apoio dos prefeitos. O que para muitos era impensável resultou no que as urnas referendaram.

Numa disputa com pouca nitidez, onde o principal candidato da centro-esquerda não conseguiu reverter a ojeriza popular a seu nome, o pouco conhecimento acerca de Marinho trabalhou a seu favor, o eleitor lulopetista que depositou o voto em seu nome não sabia que o relator da reforma trabalhista apoiava Bolsonaro. Isso somado a enorme estrutura política e econômica que o candidato do PL desfrutou, ao que indica fruto de abuso, como vem apurando a Justiça Eleitoral e órgãos de controle, foram os fatores que selaram a vitória de Rogério num estado altamente lulista.

Mas sob Marinho paira um medo inconfessável, sem Bolsonaro na Presidência, as investigações de abuso por sua conduta no uso da máquina pública não sofrerão interferência do Planalto, o pesadelo do senador eleito é que as denúncias de abuso sejam julgadas pelo Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Há um caso recente de cassação que acende o alerta no bolsonarista. Em 2019, Selma Arruda (PODE), senadora pelo Mato Grosso, teve diploma cassado por uso de caixa 2 em sua eleição de 2018, o TSE determinou uma eleição suplementar a ser realizada em 2020, que culminou na vitória de Carlos Fávaro (PSD).

*É graduado em Ciências Sociais pela UERN.

Este texto não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema. Envie para o barreto269@hotmail.com e bruno.269@gmail.com.

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Análise

Anúncio de apoio de Carlos Eduardo em Lula é o último ato na corrida pelo voto útil contra Rogério

 

Há menos de 24 horas do início das eleições o eleitor potiguar tem uma única dúvida em relação ao pleito majoritário: quem será o novo senador do Rio Grande do Norte? Dois nomes tendem a disputar voto a voto: o ex-prefeito do Natal Carlos Eduardo Alves (PDT) e o ex-ministro Rogério Marinho (PL) com o deputado federal Rafael Motta (PSB) correndo por fora.

Após passar boa parte do mês de setembro estagnado, Carlos Eduardo chega na véspera da eleição na condição de favorito, apesar do cenário apertado. De 11 pesquisas, ele lidera em nove (Exatus, AgoraSei, Seta, Consult, DataVero, Conectar, Veritá, IPEC e Brâmane) enquanto Rogério só está na frente na TS2 e Item.

Na maioria delas o quadro é de empate técnico, o que torna a eleição imprevisível.

A retomada de fôlego de Carlos Eduardo passa pelo vídeo em que o ex-presidente Lula pede voto para ele e na última terça-feira foi a vez do próprio pedetista defender o retorno do petista ao comando do país.

Este último ato ajudou a acelerar o sentimento de voto útil entre os eleitores progressistas que estavam divididos entre ele e Rafael Motta.

O voto útil será decisivo na eleição para o Senado.

 

 

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Carlos Eduardo declara voto em Lula: “Temos que terminar essa eleição no primeiro turno”

O candidato ao senado pelo RN Carlos Eduardo Alves (PDT) declarou, em entrevista ao Foro Entrevista, divulgada agora pouco, que irá apoiar o do ex-presidente Lula (PT)  já no primeiro turno da disputa presidencial de 2022.

De acordo com Carlos Eduardo, Lula é o único que tem condição, se forem observadas as pesquisas de intenção de voto, de derrotar Jair Bolsonaro. Ele também destacou que as candidaturas de Ciro Gomes e Simone Tebet (PMDB) não conquistaram a simpatia do eleitorado.

“As candidaturas de Ciro Gomes e Simone Tebet não conquistaram o apelo popular e pelos números o único que tem condição de derrotar esse atraso que é o Governo Bolsonaro é Luis Inácio Lula da Silva”, cravou.

Carlos Eduardo também enfatizou que a chance concreta de Lula vencer Bolsonaro já no primeiro turno torna ainda mais importante o posicionamento em favor do petista. “Temos que terminar essa eleição no primeiro turno. Esse é o entendimento de todos aqueles que acreditam na democracia”, afirmou.

A decisão de Carlos Eduardo Alves contraria a determinação de seu partido, o PDT, que tem como candidato na disputa o cearense Ciro Gomes, mas vem em consonância com o movimento realizado nos últimos dias por apoiadores de Ciro e parlamentares pedetistas que passaram a declarar publicamente o voto útil em Lula para derrotar Bolsonaro.

Desde o início da corrida eleitoral, Carlos Eduardo vinha dando indícios de que poderia votar em Lula já no primeiro turno, especialmente pois no contexto local sua candidatura é apoiada pela Governadora Fátima Bezerra e referendada pelos setores mais importantes do PT.  O ex-presidente Lula inclusive chegou a aparecer nas propagandas eleitorais de Carlos, citando a boa relação que tem com o pedetista.

Confira a declaração na íntegra:

Assista a entrevista completa:

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“Chapa farinho” pode se desmanchar com movimentos ensaiados de abandono da campanha de Rogério

A reta final de uma campanha eleitoral reúne uma série de fatores que transformam essa semana em mais do que decisiva. Aliás, dizer que é uma semana decisiva é até óbvio.

Essa semana começou movimentando o psicológico de alguns candidatos e seus apoios.

Estes últimos, é importante frisar, estão ouriçados com a possibilidade de derrota que se avizinha para alguns e o sentimento de paquera ou “vira-casaca” com os possíveis vencedores.

Uma campanha em especial está deixando todo mundo tenso, sobressaltado: Rogério Marinho.

Da capital do Estado vêm notícias de correligionários que estão temerosos ante uma derrota confirmada a cada pesquisa divulgada.

Prefeitos preocupados com o desgaste desta derrocada, candidatos a deputado lamentando o “peso” que se carrega com a marca Rogério Marinho e Bolsonaro.

Os 30% que seguem Bolsonaro, parte deles conhecidos como “bolsonarista raiz”, por defendem incondicionalmente o presidente, votam em Rogério por lealdade canina.

Mas ter o peso nas costas e não ter a capacidade de transferência do voto tem deixado alguns aliados, sobretudo os que são candidatos, preocupados e sinalizando abandonar o barco.

O que resta? Resta aguardar as cenas dos próximos capítulos e acompanhar o desempenho das pesquisas para ver o que alguns prefeitos e deputados do chamado “Farinho” irão fazer. Vão colocar na sua conta a marca da derrota ou deixar fluir? Vão aderir e ficar pertinho de Fátima e Lula de vez?

Aguardemos os próximos dias… Mas que tem, tem!

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Rafael Motta faz campanha eletrônica focado no voto dos indecisos

Em peças veiculadas no rádio, na TV e nas redes sociais, o candidato ao Senado Rafael Motta (PSB) questiona quem esteve ao lado do trabalhador durante o contexto das reformas e quem as promoveu ou as apoiou, referindo-se a Rogério Marinho (PL) e Carlos Eduardo Alves (PDT), respectivamente.

Rafael votou contra as reformas trabalhista e da Previdência, que foram promovidas por Rogério e apoiadas por Carlos Eduardo, conforme trechos de entrevistas divulgadas nas peças nas quais o candidato do PDT classifica as mudanças na CLT e na aposentadoria como “justas” e “necessárias”.

O candidato do PSB também faz um comparativo com relação ao histórico de processos por improbidade administrativa. Enquanto ele não possui nenhum processo, os seus adversários explicam na Justiça questões ligadas ao exercício de funções públicas.

No comparativo, Rafael também tem mencionado os mais de 100 projetos que apresentou enquanto deputado federal e os R$ 180 milhões em obras e ações realizadas no interior do Estado.

“O maior argumento de um é não eleger o outro. Nós temos serviço prestado e um histórico de trabalho pelos municípios e pelas pessoas, com probidade e correção. E é isso que estamos mostrando aos eleitores”, explica Rafael sobre ação junto aos indecisos, que estão na faixa de 40% nas pesquisas de intenção de voto.

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Dois pontos percentuais sustentam vantagem de Carlos Eduardo sobre Rogério na média das pesquisas da semana

Nas quatro pesquisas realizadas esta semana que ouviram juntas 6.500 eleitores, o ex-prefeito do Natal Carlos Eduardo Alves (PDT) sustenta a liderança na corrida ao Senado com 25% contra 23% do ex-ministro Rogério Marinho (PL).

O deputado federal Rafael Motta (PSB) segue em terceiro com 13%.

Confira no quadro abaixo:

Candidato Exatus AgoraSei Item Consult Média
Carlos Eduardo 25,75% 25,6% 22,5% 26,76% 25%
Rogério 18,15% 22% 25% 27,12% 23%
Rafael Motta 9,15% 12,8% 19% 10,41% 13%
Outros 2,15% 4,6% 8,5% 2,48% 4%
Branco/Nulo 22,95% 14% 25% 15,35% 19%
Indecisos 21,65% 21% 17,94% 16%

 

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Rafael Motta condena discurso do “voto útil”

O deputado federal Rafael Motta (PSB), que disputa o Senado, gravou um vídeo em que condena o discurso do “voto útil”.

Para ele trata-se de uma estratégia para esconder um acordo feito em torno de Carlos Eduardo Alves (PDT) e para inutilizar a escolha consciente do eleitor, “beneficiando quem não tem nada a oferecer além de um discurso raso e oportunista. Não se combate o bolsonarismo com quem ajudou a eleger Bolsonaro”.

“A eleição de Bolsonaro não é, obviamente, o cenário que nós queremos. Muito pelo contrário, estamos com o presidente Lula e trabalhamos para que a eleição seja decidida logo no primeiro turno. Mas já pensou, nesse pior cenário possível? Bolsonaro vencendo, quantos dias seriam necessários para Carlos Eduardo estar na sua base de apoio? Só é possível derrotar o bolsonarismo com quem nunca se rendeu a ele. E isso, minha história de coerência está aí para mostrar”, complementou.

Rafael afirmou haver pesquisa de toda ordem, mas o que se pode extrair em comum de todas é o teto do bolsonarismo no Rio Grande do Norte. “Quando o próprio sistema bolsonarista divulga que Bolsonaro só tem 27% do eleitorado do Estado, então podemos considerar que, na melhor das hipóteses, Bolsonaro só pode ter 27% dos votos dos potiguares. Isso significa que Rogério Marinho, em sua melhor performance, com muito otimismo, só consegue bater a marca dos 27%, porque não há o casamento do voto de Lula com o de Rogério”, ponderou.

Nesse sentido, na avaliação de Rafael, 73% do eleitorado do Estado não vai acompanhar Rogério. “Temos muita margem de crescimento no campo progressista. Não existe essa história de ‘ter que votar’. Isso é um argumento falacioso, para que você não reflita a respeito e acabe abraçando o pior candidato. Rogério e Bolsonaro têm como teto 27% e há 73% em busca de uma candidatura diferente da que eles representam. E essa candidatura não precisa ser de um candidato com postura duvidosa, marcada por conveniências, como a de Carlos Eduardo, que há quatro anos fazia duras críticas à governadora Fátima e ao PT, e até poucos meses atrás acusava a governadora de roubo, enquanto nosso mandato estava destinando emendas para ajudar o Estado e os municípios no enfrentamento à pandemia”, disse Rafael.

Na avaliação de Rafael, somente sua candidatura está verdadeiramente comprometida com as pautas progressistas e com o combate ao bolsonarismo. Em 2018, o candidato a senador Carlos Eduardo Alves votou em Bolsonaro, tendo mudado o seu discurso para se aproximar da governadora Fátima Bezerra e fazer valer o seu interesse político.

 

 

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Rogério consegue na Justiça Eleitoral retirar do ar inserções de Lula em apoio a Carlos Eduardo

Portal 98 FM

A juíza auxiliar da Justiça Eleitoral Ticiana Delgado Nobre atendeu a um pedido do candidato ao Senado Rogério Marinho (PL) e suspendeu a exibição de inserções e blocos da propaganda eleitoral na TV do candidato ao Senado Carlos Eduardo Alves (PDT) com participação do candidato do PT à Presidência, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na decisão, proferida no fim da tarde desta quarta-feira (14), a juíza determinou às emissoras que não exibam inserções de Carlos Eduardo em que Lula aparece falando em tempo superior ao máximo que a lei determina para apoiadores de candidatos: 25%. Nas peças impugnadas, Lula aparece falando em 66% do tempo total da propaganda, ferindo a lei.

O uso do vídeo com a declaração de apoio de Lula a Carlos Eduardo poderá ser exibido, desde que ocupe, no máximo, 25% do tempo da propaganda (inserção ou bloco).

“É evidente o atendimento ao requisito da plausibilidade do direito para o fim de se conceder a medida liminar, o qual se se extrai, nitidamente, da mídia juntada com a inicial (dos 36 segundos úteis de propaganda, LULA fala por 20 segundos) e dos confrontos dos tempos despendidos com a participação do candidato Luiz Inácio Lula da Silva na propaganda do candidato Carlos Eduardo Alves”, enfatizou a juíza.

Ela complementa: “Quanto ao perigo da demora, justifica-se na espécie porque a veiculação da propaganda eleitoral com violação do limite de tempo para apoiadores gera desequilíbrio no pleito eleitoral, considerando ainda o curto período da campanha em curso, o que torna necessária a imediata determinação de não exibição desse conteúdo”.

A juíza decide que as emissoras ficam impedidas de exibir a inserção em que Lula aparece falando em mais de 25% do tempo total da propaganda, sob pena de multa de R$ 6 mil para cada veiculação proibida após a notificação da decisão.

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MST declara apoio a Carlos Eduardo

Reunidos na manhã desta quinta-feira, 15, dirigentes estaduais do Movimento Sem Terra no Rio Grande do Norte levaram suas reivindicações ao candidato Carlos Eduardo e declararam apoio prometendo empenho na eleição ao Senado Federal. A definição chega dias após a declaração do Presidente Lula pedindo voto ao ex-prefeito de Natal.

A dirigente do movimento no estado, Érika Rodrigues afirma que derrotar Rogério Marinho é uma tarefa que o Brasil espera do RN. “Precisamos de um senador que lute pela agricultura familiar, responsável por 65% do que está no prato do brasileiro, que retome Ministério da Defesa Agrária junto ao presidente Lula e que se comprometa e represente as mais de 20 mil famílias assentadas no nosso estado”, conclui Érika.

Carlos Eduardo enfatizou apoio às causa do MST e comprometeu-se a elaborar um plano de trabalho conjunto, trazendo as principais reivindicações do movimento. Ao fim da reunião, Carlos assinou o documento levado pelos dirigentes do MST com as diretrizes e desafios pós-eleição e que também será entregue ao Presidente Lula.

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Decisão judicial garante a Rafael Motta o direito de usar imagem de Lula em propaganda eleitoral

O juiz auxiliar do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RN) Carlos Wagner Dias Ferreira indeferiu o pedido liminar formulado por Carlos Eduardo Alves, e o candidato a senador Rafael Motta (PSB) pode continuar a usar em sua propaganda eleitoral imagem e voz do presidente Lula, que oficialmente está coligado com o PSB, tendo como vice Geraldo Alckmin. O magistrado destacou que a legislação eleitoral privilegia a liberdade de expressão e afirmou não haver montagem, trucagem ou falsidade nas imagens de Lula usadas na propaganda eleitoral de Rafael.

“Logo, seja em face da inexistência de qualquer rastro de montagem ou trucagem, seja em decorrência da aplicação inescapável do art. 45, § 6º, da Lei 9.504/1997, resta esvaziada a afirmação de que se está diante de uma tentativa de construir artificialmente uma realidade apta a criar na opinião pública estados mentais, passionais, emocionais”, afirmou o juiz Carlos Wagner Dias Ferreira.

O magistrado afirmou, em sua decisão, não existir nos autos “qualquer espécie de ‘contrato de exclusividade’. Ao contrário, ao ter sua imagem vinculada a dois candidatos, o candidato Lula estaria sendo duplamente beneficiado” e completou: “Se, por um lado, há o apoio expresso ao representante, noutra mão, há o apoio tácito ao representado, já que o partido pelo qual este concorre integra a coligação majoritária em âmbito nacional, em perfeita consonância com a permissão encartada no art. 45, § 6º, da Lei das Eleições”.

O juiz auxiliar do TRE-RN, afirmou que o § 1º do art. 10 da Resolução TSE nº 23.610/2019  destaca a proteção, no maior grau possível, da liberdade de pensamento e expressão. Além disso, de acordo com o magistrado, não há configuração de trucagem ou montagem, conforme conceitos expressos, respectivamente, nos parágrafos 4º e 5º , do  art. 45 da Lei n.º 9.504/1997, que seriam efeito ou junção de registros em áudio ou vídeo para degradar ou ridicularizar candidato, partido político ou coligação, ou para desvirtuar a realidade e beneficiar ou prejudicar qualquer candidato ou partido político.

Carlos Wagner Dias Ferreira destacou ainda o § 6º do art. 45 da Lei 9.504/1997, que autoriza a utilização na propaganda em âmbito regional da voz e da imagem de candidato de partido político que integre a coligação em âmbito nacional: “É permitido ao partido político utilizar na propaganda eleitoral de seus candidatos em âmbito regional, inclusive no horário eleitoral gratuito, a imagem e a voz de candidato ou militante de partido político que integre a sua coligação em âmbito nacional.”