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Reportagem

Estudo do Blog mostra que Mossoró é bairrista em pleitos proporcionais, mas sozinha não elege ninguém

mossoro

A eleição de 2014 é uma aula de como funcionam as disputas proporcionais no segundo maior colégio eleitoral do Rio Grande do Norte. Ninguém se elege só com os votos de Mossoró.

Até 2014 a disputa por vagas na Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados tinha ares de eleição majoritária com a polarização entre os grupos de Sandra Rosado e Rosalba Ciarlini. Foi assim entre 1986 e 2010. Como há três anos, em 2018 tenderemos a não ter essa polarização repetida. A tendência é de termos várias candidaturas competitivas partindo de Mossoró.

É um equívoco achar que o eleitor mossoroense não vota para deputado. Vota sim e na mesma proporção que vota para governador. Vejamos abaixo a tabela sobre votos válidos para deputado federal e estadual num comparativo com a eleição para governador nas três últimas eleições para entender isso.

Votos válidos/ano

Governo

Deputado federal Deputados estadual
2006 108.961 112.885 116.029
2010 116.616 114.484 121.403
2014 91.462 99.695 105.149

Obs.: o número de abstenções, brancos e nulos foi maior em 2014.

Repare nos números acima que o eleitor Mossoró participa até mais das eleições proporcionais do que para o Governo do Estado. Alguns dados mostram que o eleitor mossoroense historicamente é leal aos candidatos locais. Para federal, Sandra e Betinho Rosado, quando polarizavam, sempre somaram juntos mais de 40% dos votos válidos.

Candidatos 2006 2010
Sandra 17,59% 21,9%
Betinho 25,43% 28,17%
Total 43,02% 50.07%

O quadro mudou em 2014 quando a família Rosado não tinha mais o controle dos dois lados da política (governo e oposição). O quadro mudou graças a presença de Francisco José Junior na Prefeitura de Mossoró. Além do fim da polarização entre sandrismo e rosalbismo, a ex-prefeita Fafá Rosado participou da disputa e o deputado federal Fábio Faria foi o candidato palaciano. Os votos locais se fragmentaram. Para 2018, com as duas principais alas da família Rosado juntas, a tendência é de um quadro semelhante.

Sandra teve 18,33% dos votos válidos enquanto Fafá Rosado, Beto Rosado e Fábio Faria ficaram emparelhados entre 12 e 15%. O fator Palácio da Resistência foi fundamental para Fábio Faria que se equiparou aos candidatos locais, coisa que nunca chegou perto nos pleitos de 2006 e 2010.

Para deputado estadual o quadro se repete, mas sem o histórico de polarização no plano local entre as duas alas (hoje misturadas) da oligarquia Rosado. Em 2006 foram 68.25% destinados aos candidatos radicados em Mossoró, em 2010 tivemos 65,6% dos votos em candidatos locais. Já em 2014, esse número caiu consideravelmente mesmo incluindo, com boa vontade, Galeno Torquato (candidato do Palácio da Resistência) e Souza (da vizinha Areia Branca e nome simpático ao rosalbismo na época) na lista como locais. Foram apenas 47,72%. Sem Galeno e Souza o percentual cai para 32,04%.

Tanto para estadual como para federal, Mossoró perdeu representatividade em 2014 por falta de força de seus candidatos fora da cidade. Sandra e Larissa não tiveram a mesma estrutura dos anos anteriores ficaram sem mandatos. Leonardo Nogueira não tinha mais a Prefeitura de Mossoró lhe dando apoio e ficou de fora também.

Máquina pública

Além dos votos em Mossoró é necessário buscar apoios em outras cidades para manter-se nos parlamentos. O nosso sistema de representação é proporcional e não distrital.

Vou me delimitar primeiro aos exemplos mais claros: Sandra e Larissa Rosado. As duas vinham se reelegendo sem a estrutura da Prefeitura de Mossoró, mas graças à parceria com o governador de plantão conseguiam formar bases fora do segundo maior colégio eleitoral.

Em 2014, sem apoio do Governo, essas votações despencaram fora dos limites de Mossoró muito embora fossem as mais votadas na “capital do Oeste”.

Larissa teve apenas 8.585 votos fora de Mossoró em 2014 contra 21.334 em 2010. Para ser reeleita em 2014 ela precisaria de mais 1.763 votos fora da cidade para ultrapassar o último eleito de sua coligação, o atual vice-prefeito de Natal Álvaro Dias (PMDB).

Sandra obteve 33.341 votos fora de Mossoró em 2014 contra 67.074 nos demais municípios. Os números mostram uma queda 33.733 sufrágios entre os dois pleitos.

Outro exemplo é o do peso da Prefeitura de Mossoró que pode ser materializado em Leonardo Nogueira. Em 2006 e 2010 ele foi o mais votado na cidade. Em 2014, ele foi o terceiro colocado tendo menos da metade dos sufrágios de Larissa Rosado e atrás do desconhecido, mas palacianamente turbinado, Galeno Torquato. Leonardo teve 10.938 votos a menos em relação ao pleito anterior em Mossoró e nos demais municípios foram 11.329 votos a menos. No caso de Leonardo o estrago foi duplo: a votação dele despencou dentro e fora de Mossoró, diferente dos casos de Sandra e Larissa.

No comparativo entre os votos de Beto Rosado e do pai, Betinho, que está inelegível e pôs o filho no lugar há um dado interessante: a votação de Beto e Betinho caiu em 16.924 votos em Mossoró sem a força da Prefeitura.

Fora de Mossoró, com o apoio de um fragilizado governo Rosalba Ciarlini, foram 28.258 sufrágios a menos.

Enquete

O Blog do Barreto fez duas enquetes perguntando se o eleitor mossoroense votará em candidatos locais para Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa. Os números não possuem qualquer valor cientifico, mas servem para mostrar um sentimento de prioridade aos nomes locais se repetirá.

No Twitter 61% disseram votar em candidatos de Mossoró, 21% em candidatos de fora e para 18% tanto faz. No grupo do Blog do Barreto no Facebook 71.04% disseram votar em nomes locais, 24.43% nos de fora e para 4,53% tanto faz. Os números, embora se trate de uma pequena amostragem, casam com os resultados das eleições de 2006 e 2010 e revelam uma reação a falta de representatividade após o pleito de 2014.

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Comentário do dia

Debate político agradece “desistência” de Luciano Huck

Estava clara a barra forçada para promover o nome do animador de auditório Luciano Huck para a disputa presidencial do próximo ano. Seria uma nome para forjar o falso discurso do não político para enganar o eleitor descrente. Esse foi o tema do nosso comentário de hoje no Bom Dia Mossoró.

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Artigo

Cinco nomes para o Governo do RN e nenhuma esperança

solidao

O Rio Grande do Norte tem dois candidatos declarados ao Governo do Estado: Clorisa Linhares (PSDC) o desembargador Cláudio Santos (sem partido). Existem mais três nomes que são esperados na disputa: o prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT), a senadora Fátima Berra (PT) e o governador Robinson Faria (PSD).

Vereadora Clorisa LinharesClorisa foi a primeira a colocar a cabeça para fora pondo em prática a máxima de quem é coxo parte cedo. A vereadora de Grossos foi escolhida pelo PSDC e vai se movimentando, mas até não é muito clara a solução que ela tem para o Rio Grande do Norte.

Já Cláudio Santos tem um viés liberal e já pôs isso em prática quando presidiu o Tribunal de Justiça. Acabou ficando marcado por ter cortado direitos dos servidores e por defender a privatização da UERN. Ele andou se aproximando dos políticos tradicionais e de empresários, mas garante ter um grupo que lhe apoia.carlos_eduardo_prefeito_de_natal_al-750x498

Carlos Eduardo tem muito contra si embora seja com folga o melhor nome dos grupos tradicionais, por ora unidos, mas tem muito problemas para pôr o bloco na rua ano que vem. Primeiro a palavra empenhada nas eleições de 2016 de que não seria candidato ao Governo do Estado; segundo pelos problemas que enfrenta na Prefeitura de Natal onde atrasa salários, coisa que nem Micarla de Sousa ousou fazer. Sem contar outros problemas como a baixa popularidade.

2012031484519_Fátima-Bezerra-1303A senadora Fátima Bezerra lidera todas as pesquisas, mas ninguém da esquerda deve se iludir: é uma dianteira frágil e dependente da candidatura ou não do ex-presidente Lula. A senadora terá dificuldade de penetrar no eleitor de classe média influenciado pelo forte antipetismo em voga. Além disso, Fátima terá o desafio de apresentar um projeto consistente que trate de ajuste nas contas públicas sem tirar direitos dos servidores conforme prega a cartilha neoliberal para solucionar crises.

Robinson Faria já nos apresentou na prática seu desastroso estilo de governar. Se tentar a reeleição tem tudo para repetir Francisco José Junior e ser candidato contra a lógica da política.

Há outros nomes que podem surgir do meio empresarial e dos partidos menores, mas nada até aqui com alguma consistência e capilaridade midiática.

Ainda não surgiu um nome que consiga caber na mesma frase que a palavra esperança sem soar risível para o eleitor mais informado. O Rio Grande do Norte caminha para mais um pleito onde vamos eleger um governador na base do engodo + decepção.

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Análise

Candidatura de Cláudio Santos ao Governo é uma realidade

Cláudio-Santos

 

 

Ao menos para o desembargador Cláudio Santos o projeto de disputar o Governo do Estado é uma realidade. O projeto está definido e a candidatura deverá ser lançada em fevereiro. A decisão foi tomada na segunda-feira, de acordo com o magistrado.

Em conversa com o Blog do Barreto Cláudio Santos declarou que não vai definir um partido até se aposentar. A escolha da agremiação será em março.

Até o tema da campanha está definido: “Quem for comigo nem vai atrás ou na frente, vai ao lado”.

Cláudio Santos não tem espaço nos grupos tradicionais que já definiram o nome do prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT) nem junto ao governador Robinson Faria (PSD) muito menos com a esquerda que deverá lançar a senadora Fátima Bezerra (PT) para o Governo do Estado.

Com um discurso liberal, ele pode ser o nome do grupo empresarial que estuda o lançamento de uma candidatura. O problema, para Cláudio, é o flerte deste mesmo agrupamento com a turma da política tradicional.

 

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Comentário do dia

Grupos políticos de Mossoró articulam nomes para Assembleia Legislativa

Mossoró ainda tem viva na memória o preço de não ter representação na  Assembleia Legislativa. Para evitar que a derrota de 2014 se repita os grupos políticos se articulam para o pleito do próximo ano. Confira no comentário de hoje no Bom Dia Mossoró da TCM, canal 10.

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Artigo

Grupo alternativo começa a se formar para as eleições de 2018 no RN

Empresários
Convivência com elite política é uma faca de dois gumes para alternativas de 2018

Há quem diga que uma das consequências da Lava Jato será o surgimento de uma nova classe política. De onde emergiria do caos esse povo? Há uma corrente que ela virá de uma classe social alheia aos acontecimentos da política.

Seria um outsider, o sujeito que vem de fora do sistema e ocupa os espaços políticos.

No Rio Grande do Norte, onde praticamente toda a elite política está enrolada nas delações da vida, um grupo começa a se articular.

A inspiração é o projeto Mossoró Melhor que disputou sem sucesso as eleições de 2016, mas fez Tião Couto (PSDB) surgir como liderança emergente na política mossoroense.

O nome trabalhado por esse grupo é o do empresário Marcelo Alecrim. Ele pode disputar Governo do Estado ou Senado. Tião e Jorge do Rosário (PR) seria cotados para as disputas proporcionais.

Há um vácuo de poder no Rio Grande do Norte e a classe empresarial percebeu isso. Os senadores Garibaldi Filho (PMDB) e José Agripino (DEM), maiores lideranças do Estado nos últimos 30 anos, estão em queda livre com as imagens carbonizadas pela Lava Jato, que parece lavar com fogo a política brasileira.

Não será fácil Marcelo e seus congêneres conseguirem trabalhar essa formação de grupo alternativo. O discurso de alternativa política é capenga e não resiste a uma foto. Marcelo vive ao lado do enroladíssimo ex-deputado federal João Maia. Os dois estiveram no sábado em Tibau visitando Tião Couto. Na ocasião eles apararam as arestas com o empresário mossoroense Jorge do Rosário que foi vice da chapa tucana.

Jorge entrou pela porta da frente na política ao resistir as pressões partidárias e escolher ser vice de Tião e não da favorita Rosalba Ciarlini (PP) como queria João Maia. Ele aproveitou a visita para conversar sobre o assunto, aparando arestas e garantindo a permanência do aliado no PR.

Se em Natal Marcelo Alecrim anda com João Maia, em Mossoró Tião caminha com Fafá Rosado, ex-prefeita de Mossoró e política tradicional.

Há uma faca de dois gumes nesse comportamento: de um lado a demonstração de maturidade de que não se faz política sem políticos, do outro a sensação de contradição assombrando o discurso de quem se desvincula da política para atrair aquele eleitor que enche a boca para dizer que tem “nojo de político”.

Em princípio o projeto parece ser interessante para oxigenar a política potiguar em tempos de falta de alternativas e de um governo até aqui acéfalo de Robinson Faria (PSD).

Uma coisa é certa: o modelo oligárquico da política potiguar está esgotado.

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Imagem de “grande gestor” de Carlos Eduardo está abalada

Protesto em Natal
Sindicatos tocam terror no governo Carlos Eduardo que atrasa salários

Abertas as urnas nas eleições do ano passado saltou um favorito ao Governo do Estado em 2018: Carlos Eduardo Alves (PDT). Com 63,42% dos votos válidos ele venceu com folga no primeiro turno num pleito em que não permitiu ter adversários.

Nas idas e vindas da política natalense, o prefeito foi beneficiado pela catastrófica gestão de Micarla de Souza antes e depois da passagem dela pelo cargo. Foi ele quem antecedeu e sucedeu a ex-política que não deixou saudades na capital do Estado.

Ao ser reeleito com a maior margem já vista na capital do Rio Grande do Norte, Carlos Eduardo chegou lá graças a fama de “grande gestor” construída as custas do péssimo desempenho de Micarla.

Ela foi um cabo eleitoral e tanto. Parou nisso!

Embora tenha passado a imagem positiva nos últimos quatro anos, Carlos Eduardo tão logo passou o pleito passou  atrasar salários. A situação provocou vários protestos dos servidores e sindicatos.

Some-se a isso a crise no sistema prisional cujos reflexos caem nas costas dele por ter sido o secretário de justiça e cidadania responsável pela construção da Penitenciária de Alcaçuz palco na barbárie exibida em rede nacional.

Se Carlos sonha ser governador, ele já foi disputou o cargo em 2010 (fato que sinaliza interesse no posto), vai precisar ter muito cuidado porque a imagem de “grande gestor” está definitivamente abalada pelos fatos.

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Exposição de plano B de Robinson é sinal que governador jogou a toalha

robinson-faria

A mídia natalense sempre dócil com o governador Robinson Faria (PSD) especula que o grupo dele pode lançar o presidente do Tribunal de Justiça Cláudio Santos para disputar o Governo em 2018.

O plano seria por Robinson numa disputa pelo Senado ao lado de um nome do PSDB que poderia ser o empresário mossoroense Tião Couto ou o presidente da Assembleia Legislativa Ezequiel Ferreira.

Seria um caminho mais fácil para o chefe do executivo estadual. Afinal de contas a disputa para o Senado está mais em aberto que o Governo pelo menos no cenário atual. Espera-se que em 2018 o prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT) seja um favorito sem adversários. Enquanto isso José Agripino (DEM) está profundamente desgastado e Garibaldi Filho (PMDB) não vai bem das pernas em termos de saúde.

A especulação de Cláudio Santos candidato ao Governo do Estado é viagem de imprensa natalense em tempos de falta de assunto? Até diria que sim se o próprio magistrado não tivesse admitido a possibilidade.

Casando essas informações com o fato do governador ter afirmado publicamente que aconselhou o prefeito publicamente a não ser candidato e o criticou por não ter tido a humildade de recuar, fica o sinal de que o governador não tentaria ser candidato apenas para se defender.

O plano B não seria de todo mal. Além de ir para uma disputa teoricamente menos inglória, Robinson ainda abriria espaço para a esposa dele, Juline Faria ficar elegível. Ela tem dado sinais que quer entrar na política, inclusive, participando de várias campanhas de prefeito pelo interior do Estado.

Ainda temos quase dois anos para 2018. Pode parecer longe para nós. Para os políticos o tempo tem outra velocidade.