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Há um eleitorado de esquerda a espera de nomes em Mossoró e os números das eleições de 2018 e 2022 provam isso

A esquerda poderia ser maior em Mossoró e isso ficou muito claro desde o colapso do grupo da ex-deputada federal Sandra Rosado (União) que permitiu que candidatos petistas que não atuam em Mossoró passassem a ter boas votações na cidade nas duas últimas eleições proporcionais.

Então vejamos: em 2018 Natália Bonavides e Fernando Mineiro somaram juntos 20.925 votos mesmo sem ter base eleitoral em Mossoró. Foram votos puramente ideológicos.

Em 2022, a história se repetiu com a dupla ganhando a companhia de Samanda Alves e os três petistas somando 21.469 votos. Some-se a isso o desempenho de Pablo Aires (PSB), um nome também da esquerda, que recebeu 14.997 sufrágios.

Temos um potencial por baixo de 36.466 votos para a esquerda em Mossoró. Um potencial inexplorado, diga-se de passagem. Este campo nunca chegou perto de uma votação destas numa eleição para prefeito ou atingiu este patamar numa eleição para vereador.

Há uma carência de nomes para atrair o eleitor progressista para votar na Câmara Municipal. Hoje apenas dois vereadores são de esquerda: Marleide Cunha (PT) e Pablo Aires, já citado neste texto. Poderia ser, por baixo, pelo menos cinco.

Faltam nomes.

Hoje o PT tem cinco nomes com potencial para grandes votações: a própria Marleide, Plúvia Oliveira, Ungmar Nogueira, o ex-goleiro Miranda e Ana Flávia Lira. O PC do B só teria Gutemberg Dias, que até aqui não sinalizou qualquer plano eleitoral para este ano. O PSOL não tem quadros competitivos e os demais partidos de esquerda não existem na cidade.

Esse quadro também se reflete na majoritária. Se a esquerda vem vencendo todas as eleições presidenciais desde 2002 em Mossoró (exceto o primeiro turno de 2018 quando o eleitorado se dividiu entre Haddad e Ciro, deixando Bolsonaro momentaneamente na frente) e as duas últimas para o Governo do Estado, para Prefeitura esse campo nunca chegou perto de uma vitória.

Fator municipal

É preciso ponderar que em disputas municipais o fator ideológico tem um peso menor do que nas eleições gerais. Influencia muito mais a prestação de serviços, a pavimentação, o atendimento no posto de saúde e outras questões mais básicas do cotidiano do cidadão.

Ainda assim os números mostram que a esquerda tem um potencial muito grande a ser explorado em Mossoró nestas eleições que esbarra no plano municipal na parca oferta de nomes.