O deputado federal Fábio Faria (PSD) por ser bonito e namorar mulheres famosas sempre foi politicamente subestimado pelos críticos. Junte-se a isso ao fato de ter sido alçado à vida pública pelo pai Robinson Faria (PSD) em 2006.
Filhotismo à parte, Fábio tem luz própria. Goste-se ou não dele é preciso reconhecer.
Em 2013, na mesma eleição em que Henrique Alves (MDB) se tornou presidente da Câmara dos Deputados, Fábio Faria foi alçado à condição de segundo vice-presidente da casa.
Não é pouco, diga-se.
Venhamos e convenhamos isso não foi por ser filho de Robinson Faria à época um vice-governador do Rio Grande do Norte rompido com a governadora Rosalba Ciarlini (filiada ao DEM).
Fábio é tido nos bastidores como boa praça e articulador. Foi assim que ele se aproximou do presidente Jair Bolsonaro e começou a pavimentar sua ascensão ao primeiro escalão do Governo Federal.
Os sinais de que ele estava trabalhando para ser ministro começaram a ser dados na virada do ano quando ele, sempre distante do debate público no Rio Grande do Norte, passou a atacar a governadora Fátima Bezerra (PT) de forma mais virulenta. Não que não fosse legítimo, mas o que chamou atenção foi a postura incomum em sua trajetória política. Nem quando o pai rompeu com Rosalba ele atuou dessa forma.
Atacar petista agrada o presidente. A estratégia estava clara como mostramos AQUI.
Em janeiro, Fábio jactou-se de ser um dos dez políticos que mais estavam presentes nas agendas presidenciais. Ele esteva a frente do ranking do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL/SP) e Hélio Negão (PSL/RJ) respectivamente filho e melhor amigo do presidente.
Ontem a jornalista Natuza Neri dizia na Globo News que Fábio ganhou prestígio junto ao presidente também por agir como bombeiro em crises.
Faz sentido.
No final de maio, quando o “centrão”, grupo de partidos do qual o PSD faz parte, costurava o acordo para ocupar mais espaços no Governo Bolsonaro, Fábio Faria foi apontado pelo site da Revista Fórum como articulador da retirada da não transmissão do SBT Brasil no dia 23. O deputado negou nas redes sociais.
De fato o telejornal que traria informações negativas sobre o governo não foi exibido após reclamações do Secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten.
Aí que entra mais um elemento que fortalece a indicação de Fábio. Ele é casado com Patrícia Abravanel, filha do dono do SBT Sílvio Santos, notório apoiador do presidente.
A indicação de Fábio para a função de ministro tem um pouco de tudo. Foi por ser articulado, foi por ter criado uma boa relação com o presidente, foi por ser genro de Sívio Santos e foi por ser de um partido do “centrão”.
Ele trabalhou para isso e conseguiu.