Categorias
Matéria

Conselho decide futuro da reitora da Ufersa às14h

Será hoje, às 14h, que o Conselho Universitário da Universidade Federal Rural do Semiárido (Consuni/Ufersa) decide o futuro da reitora Ludimilla Oliveira. Ela enfrenta um processo de destituição após ter o título de doutora cassado após ser acusada de plágio na elaboração da tese.

Um parecer elaborado por uma comissão formada por docentes, discentes, e técnicos administrativos acatou a decisão da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) que tinha cassado o título de doutora de Ludimilla Oliveira após a constatação pela Comissão de Processo Administrativo Disciplinar (CPAD) de que a tese a tese “De repente, tudo mudou de lugar: Refletindo sobre a metamorfose urbana e gentrificação em Mossoró-RN” teria copiado trechos sem o devido crédito das dissertações de mestrado “O processo de urbanização da Cidade de Mossoró: Dos processos históricos à estrutura urbana atual”, de Karisa Lorena Carmo Barbosa Pinheiro, e a “Expansão Urbana de Mossoró – Período de 1980 a 2004”, de Aristotelina Pereira Barreto Rocha. A decisão assinada pelo reitor Daniel Diniz foi respaldada em liminar negada pelo juiz da 1ª Vara Federal de Natal Magnus Augusto Costa Delgado, que entrou no mérito descartando má fé na decisão administrativa.

Sem o título de doutora Ludimilla deixa de preencher um dos requisitos para o cargo de reitora daí a necessidade de destituí-la. Caso o Consuni decida pela destituição de Ludimilla será encaminhado um documento ao ministro da educação Camilo Santana a quem caberá assinar ou não a exoneração. Ao referendar a decisão ele vai nomear um reitor pró-tempore, que seria o doutor mais antigo da instituição no caso o professor José Torres Filho, que por ironia do destino foi impedido de tomar posse como diretor da antiga ESAM, que daria origem a UFERSA, mesmo tendo vencido a eleição em 1991, no que ficou conhecido como “Golpe Branco”.

Já com Ludimilla aconteceu o inverso. Ela foi a terceira colocada na eleição de 2020 e acabou sendo nomeada pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) arrastando a Ufersa para uma crise que já dura três anos.

Categorias
Análise

UFERSA revisita o passado temendo pelo futuro

Em 1991 a então Escola Superior de Agricultura de Mossoró (ESAM) escolheu uma chapa para dirigir a instituição, mas foram os derrotados que ascenderam ao poder.

No voto a Chapa 2 (“Autonomia na Luta”) venceu a Chapa 1 (“Unidade na Luta”) 568 x 414. O diretor seria José Torres Filho, mas a manobra colocou Joaquim Amaro no posto.

O episódio ficou conhecido como  “Golpe na ESAM”.

Ano que vem tem eleição na agora Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA). A consulta terá pouca importância para o presidente Jair Bolsonaro (PSL) que vai nomear quem bem entender como já fez em seis universidades federais sendo que em uma delas nomeou uma interventora que sequer integrava a lista tríplice.

No dia 24 será exibido, às 15h, no Auditório Amâncio Ramalho, o documentário “Democracia, um sonho distante. A história de luta da ESAM contra o golpe de 1991”, que trata do “Golpe da ESAM”.

Se vivo fosse, o grande Cazuza ao tomar conhecimento desta história diria que a UFERSA está temendo o futuro repetir o passado e se tornar um museu de grandes novidades.