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Deputado golpista que ficou famoso por vídeo com dicas sobre depilação anal é atração em inauguração da sede do bolsonarismo em Mossoró

O diretório municipal do PL de Mossoró foi inaugurado ontem em solenidade movimentada que teve a presença de uma das figuras mais controversas do bolsonarismo nacional: o deputado federal cearense André Fernandes (PL).

Ele ficou famoso por ter feito um vídeo com um tutorial sobre fazer depilação anal (ver vídeo abaixo), o que soa irônico diante do discurso ultraconservador do bolsonarismo que faz gritaria com tudo que se relacione com sexo, principalmente quando se envolve esta parte da anatomia humana.

Além disso, André Fernandes foi apontado pela Polícia Federal como um dos incitadores do golpe fracassado de 8 de janeiro que visava depredar as sedes dos três poderes para por meio da convocação de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) provocar a destituição do governo Lula, que tinha tomado posse há uma semana.

André vibrou com os atos golpistas, chegando a postar uma foto da porta do armário do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes destruída.

Ele foi o autor do pedido de instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro cuja meta era criar uma versão em que o governo Lula forjou o golpe fracassado para se fortalecer, mas a estratégia deu errado e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado por quatro crimes.

Apesar de todas as evidências, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu o arquivamento da denúncia da Polícia Federal contra Fernandes.

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PF conclui que Girão cometeu crimes ao estimular golpe e espalhar mentiras sobre fraudes nas urnas eletrônicas

O Globo

A Polícia Federal (PF) concluiu que o deputado federal General Girão (PL-RN) cometeu “crimes” ao estimular seus apoiadores a pedir uma intervenção das Forças Armadas. Essa incitação teria ocorrido por meio de declarações de Girão questionando o sistema eleitoral e a atuação do Poder Judiciário.

A conclusão consta em relatório apresentado nesta quarta-feira em um inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga a participação de Girão nos atos golpistas do dia 8 de janeiro. De acordo com o delegado Victor Emanuel Brito Menezes, há “suficientes elementos para formação de convicção acerca da existência dos crimes e da possibilidade de responsabilização do representado por seu cometimento”. Em depoimento, o parlamentar negou ter cometido crimes e afirmou que, ao citar militares, estava falando de forma genérica, “nos limites da Constituição”.

O inquérito foi aberto em julho, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, atendendo a um pedido feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Girão é suspeito de associação criminosa, incitação ao crime, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

No relatório, o delegado também afirma que “fica clara a continuidade da conduta do representado de acusar a existência de fraude no processo eleitoral e a desonestidade do Poder Judiciário e seus membros, de modo a incitar seus seguidores a protestar por intervenção das Forças Armadas”.

Em dezembro do ano passado, Girão discursou para manifestantes que estavam em frente a um batalhão do Exército em Natal (RN). Na ocasião, ele afirmou que “o Estado brasileiro entrega aos militares o direito de usar a violência em seu nome para a defesa do Estado brasileiro”.

Para a PF, ele reconheceu como “legítimo o movimento que contestava o resultado da eleição e pedia intervenção das Forças Armadas” e estimulou as pessoas a “permanecer concentradas em frente aos quartéis pressionando por essa intervenção”.

Em depoimento, Girão afirmou que sua passagem no local foi “ocasional” e que só falou após ser reconhecido pelos presentes. O parlamentar disse que, em sua fala sobre militares, “estava se referindo a um direito genérico de utilização da violência, nos limites postos na Constituição Federal”. O deputado ainda alegou que “não teve envolvimento ou conhecimento prévio sobre os atos violentos e criminosos ocorridos”.

Em nota, Girão afirmou que “confirma seu depoimento constante no relatório da Polícia Federal, sendo apenas mais uma etapa do processo”.

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Lula e José Mucio: dois conciliadores

Por Ney Lopes*

No atual contexto político e administrativo há um personagem discreto e atuante, que presta inestimáveis serviços ao país.

É o ministro da defesa, José Mucio Monteiro Filho, 74.

Político habilidoso e experiente, se autodefine como um “construtor de pontes”.

Político

Foi deputado federal, quando exerceu vários cargos no Congresso Nacional e ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais de Lula (2007).

Indicado para o Tribunal de Contas da União, presidiu a Corte, antes da aposentadoria, em dezembro de 2020.

Prova de fogo

Com estilo conciliador tem fácil acesso a civis, militares e parlamentares de todas as correntes políticas.

Nos primeiros dias à frente do Ministério da Defesa passou pela sua prova de fogo.

Percebeu certa dificuldade de diálogo, talvez pela contaminação política nas Forças Armadas, estimulada pelo ex-presidente Bolsonaro.

Ataques

A situação agravou-se com ataques de radicais às sedes dos três Poderes em Brasília, no domingo, 8 de janeiro.

O ministro optou por um caminho de diálogo com as instituições militares e foi à época incompreendido pelas facções radicais da esquerda.

O argumento era que seis dias antes dos atos de vandalismo, em Brasília, José Mucio dissera que as manifestações em frente aos quartéis faziam parte da democracia e deveriam se “esvair” aos poucos, sem repressão.

Riscos

A ala extremada entendia que o presidente estava em posição privilegiada de apoio político e que seria a hora de ir para cima dos militares.

O ministro José Mucio discordou e mostrou o seu pulso firme e solidário com o presidente Lula.

Comandou uma das áreas mais complexas do governo.

Resistiu a tais intenções e reafirmou com destemor e coragem que as Forças Armadas não articularam o golpe.

Ao final, recebeu do presidente Lula a declaração de que” fui eu quem o trouxe para cá vai continuar no cargo porque eu confio nele”.

Pacificador

No episódio descrito e outros, o ministro José Mucio se firma a cada dia nas ações políticas e administrativas do atual governo.

Vale lembrar que nos seus dois primeiros governos, Lula teve boa relação com os militares, quando foram lançadas diversas bases para programas estratégicos, ainda em curso.

Coesão

O ministro José Mucio é uma voz de conciliação, que se soma a do presidente Lula, inegavelmente também um conciliador.

A área militar que poderia ser a maior resistência ao governo, está coesa e sem tumultos.

É o resultado da experiência e lealdade do ministro da Defesa.

Por seu lado, Lula percebe, que sempre existirão riscos de antagonismos ao governo.

Nas decisões, ele adota a estratégia de usar a conciliação como meio de sobrevivência política e por isto não ouve àqueles – até integrantes da equipe ministerial –, que desejam desestabilizar o seu ministro da Defesa.

O resultado é que vem sendo construída, com eficiência, uma política pública de fomento da indústria de Defesa no Brasil, através da parceria Governo e Forças Armadas.

Olho aberto

*É jornalista, advogado, ex-deputado federal; ex-presidente do Parlamento Latino-Americano, procurador federal – nl@neylopes.com.br – blogdoneylopes.com.br 

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