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Morte de Padre Sátiro mostra a falta que faz redações estruturadas no jornalismo

Os anos 2000 foram contraditoriamente o ápice e o início da decadência do jornalismo impresso em Mossoró em termos de estrutura.

Afirmo isso porque as redações colhiam os benefícios da transição do analógico para o digital e das primeiras influências do curso de jornalismo da UERN na comunicação local. O primeiro ponto seria o cavalo de troia que levaria três dos quatro jornais da cidade ao encerramento das atividades na década seguinte.

A morte de Padre Sátiro Dantas, um dos principais ícones da Igreja Católica no Rio Grande do Norte, me fez lembrar de grandes coberturas nos momentos em que figuras emblemáticas falecem.

Lembro de participar em O Mossoroense de grandes coberturas que resultaram em cadernos especiais nas mortes de Vingt-un Rosado, Dorian Jorge Freire e Aluízio Alves.

Eram redações cheias, equipes atuando de forma coordenada e que teriam condições de levantar várias informações em pouco tempo para produzir um material para o leitor se situar sobre o legado daquela figura pública que faleceu.

Padre Sátiro certamente seria tema de um caderno especial se ainda tivéssemos redações funcionando em sua plenitude em Mossoró como nos tempos dos jornais impressos. Hoje temos blogs que são redações de um jornalista só ou portais que trabalham com equipes reduzidas e sem a mesma estrutura dos jornais de outrora. A única redação que funciona a contento é a da TCM e ainda assim é mais voltada para a produção audiovisual.

Mesmo assim esta página e as de vários colegas conseguiram entregar várias informações sobre o legado de Padre Sátiro, que além de religioso foi um professor marcante na história local. Foi o possível diante de um jornalismo sem redação, individual e que ganhou ares de profissão liberal.

Saudosismo e paixão pelo jornalismo à parte, ficou clara a falta de um caderno especial daqueles com ares de edição de colecionador sobre Padre Sátiro.