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Jogos de guerra, até quando?

Por Thiago Medeiros*

Atualmente vivemos em meio a uma guerra de narrativas, que se tornou mais importante do que a verdade. A obediência dos membros pertencentes a um determinado grupo passou a ter mais valor do que a razão. Não é possível debater ou construir, mas, sobretudo, destruir e vencer. E sabe o por quê não conseguimos construir? Pela simples razão de que os dois lados sempre têm razão.

Quando temos dois lados bem definidos (polarização) em seus valores, ideias, crenças, temos uma disputa na qual o objetivo é saber qual narrativa vai prevalecer. Essa é a dinâmica natural. Esse fenômeno não é novo na política e, aqui, para não tomar partido ou lado, não iremos citar nomes, nem atores políticos, mas é fundamental se registrar esta constatação: a guerra, o ódio, a perseguição não é algo que surgiu após as eleições presidenciais de 2018.

As disputas têm gerado um investimento cada vez maior na desqualificação moral e na deslegitimação do adversário. A tentativa é tirar a credibilidade do meu inimigo para que no campo das ideias eu possa prevalecer. Mais do que fazer triunfar as próprias ideias, o objetivo final é a destruição do outro. Não importa se esse outro até mesmo é meu amigo ou membro da família, pois os laços sociais pouco importam nesta guerra. A “irmandade de lado” é o que nos une.

As redes sociais tiveram um papel crucial para acirramento deste processo, em que a negociação não existe. Tomadas pelo ódio maniqueísta e por discursos frequentemente vitimistas, sobra pouco espaço para se pensar em saídas negociadas e menos traumáticas, uma vez que ninguém quer parecer derrotado.

Precisamos, primeiramente, reconhecer que as narrativas são parciais: todas contêm verdades e mentiras, distorções e omissões, deliberadas ou inocentes, motivadas pelo cinismo. Elas realmente vivem para que um lado conte sua história com os fatos que lhe convém e ganhem espaço na polarização.

O que assistimos hoje no Brasil é que essa polarização, o ambiente de guerra de narrativas se alastrou não só para política nos Poderes Executivo e Legislativo, mas quase todas as instituições entraram nesta guerra, principalmente por meio de seus representantes, que utilizam dos poderes dados e promovem ataque deliberados.

O resultado disso tudo é que nossa democracia anda machucada, meio que perdida no campo das ideias, busca uma saída que somente as urnas poderão dar, mas se aqueles que escolherão os próximos governantes parecem ser refém também das narrativas, então o que esperar? Enquanto isso, assistimos instituições sendo atacadas, reputações sendo destruídas, pessoas sendo canceladas.

A propaganda política negativa teve sua origem lá na terra do Tio Sam, quando em 1964, na campanha presidencial, aproveitando a penetração da televisão nos lares americanos, a campanha de Lyndon Johnson “destruiu” com seus anúncios negativos o seu oponente Barry Goldwater, o estigmatizando de tal forma que sua fama perdurou por muitos anos.

Se a política negativa existe há tanto tempo, qual seu problema agora? Infelizmente vivemos tempos atípicos, que pedem mais racionalidade, mais negociação e mais visão com relação ao futuro. Alguns recados foram dados pelos eleitores no pleito municipal de 2020. Boa parte da população rejeitou, em seu território local, um clima de guerra, de disputa acirrada no discurso e recusou o clima de confronto permanente que alguns querem impor. Se vamos encontrar esse mesmo movimento para as eleições presidenciais ainda é cedo para afirmar, mas precisamos concordar que o diálogo é preciso, pois a instabilidade política tem gerado sequelas para o nosso Brasil.

Cada lado projetou em seus líderes uma imagem, um mito. A grande realidade que parece que ninguém quer ceder, que pessoas, e os próprios mitos erram e precisam ser avaliados, mas seria demais reconhecer isso. Por isso vamos, cada vez mais, nos aprofundando em disputas e discussões intermináveis. O sentimento que tenho é que precisamos trazer mais racionalidade para o debate, colocar discussões realmente importantes e lidar de maneira eficiente com os problemas. Somos todos brasileiros e, queiram ou não, o ganha-ganha ainda será a melhor opção. Vamos deixar a “guerra”, se possível, apenas para o período eleitoral e vamos governar.

*É Publicitário e Sociólogo

Este artigo não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema.

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Foro de Moscow

Foro de Moscow 181 │ QUEM SÃO OS ROSALBISTAS QUE FORAM “SILVERISTAS” NO PASSADO

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Reportagem

Sindicato vira trincheira bolsonarista na guerra de narrativas no RN

Geraldo Ferreira alinha sindicato com pauta bolsonarista no debate público sobre a covid-19 (Foto: redes sociais)

O Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (SINMED) está totalmente alinhado a pauta do bolsonarismo no Rio Grande do Norte, principalmente no toca ao debate sobre as saídas para a pandemia do novo coronavírus.

Se o presidente defende o uso da hidroxicloroquina para tratamento de pacientes acometidos por covid-19, o Sinmed está lá para defender a ideia por mais que a maioria esmagadora dos estudos mostre a ineficácia da medicação para esta doença.

O presidente Bolsonaro defende isolamento vertical e é contra o lockdown e o Sinmed está alinhadíssimo com esta ideia.

O presidente da entidade, Geraldo Ferreira, um médico anestesiologista que foi candidato a deputado federal recebendo 6.797 (0,42%) votos pelo PPS (atual Cidadania) nas eleições de 2018, que tem pretensões políticas nas eleições deste ano.

Até aqui ele têm atuado duramente contra a gestão estadual sob o comando do PT. Fez uma verdadeira cruzada contra o Hospital de Campanha na Arena das Dunas, mas se calou diante de um equipamento semelhante, com fortes indícios de ilegalidades denunciadas pela imprensa da capital, feito pela Prefeitura do Natal.

Ferreira também se envolveu em outra polêmica quando o sindicato presidido por ele patrocinou um show de Grafith nas imediações do Hospital Walfredo Gurgel, o maior do Rio Grande do Norte. A medida reproduziu bem o “e daí?” de Bolsonaro quando questionado sobre o crescente número de mortes por covid-19 no país.

Com o silêncio de boa parte dos médicos do Estado, o Sinmed se tornou uma trincheira na guerra de narrativas do bolsonarismo no Rio Grande do Norte.

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Análise

Rosalba está perdendo a guerra de narrativas

Rosalba não impõe sua versão dos fatos como no passado (Foto: arquivo/Blog do Barreto)

Coisa rara em Mossoró. O rosalbismo sempre foi hegemônico na opinião pública local. Sua versão dos fatos sempre se impôs mesmo que duelasse com a realidade.

Quer um exemplo? Até hoje tem gente em Mossoró que acredita que a hoje vereadora Sandra Rosado (PSDB) atrasou seis meses de salários. O feito contraria a lógica matemática tendo em vista que a parlamentar governou a cidade por apenas 71 dias.

As versões rosalbistas não derrotam os fatos como antes. Dois fatos recentes mostram isso: a questão do empréstimo de R$ 150 milhões que está totalmente carente de transparência gerando desconfianças da população e a tentativa de culpar o Governo do Estado pelo atraso da folha de pagamento cujos números não sustentam a versão.

Ainda existem outros fatos que deixo para o leitor e a leitora refletirem e contribuírem no debate.