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Enchentes em Mossoró e a culpa de cada um

Mossoró sofre com enchentes há décadas (Foto: cedida)

Nas redes sociais o clima de campanha toma conta a cada dia com claros sinais de uma polarização que está para surgir (assunto que carece ainda mais base fática para merecer uma análise) no pleito deste ano em nível local.

As enchentes do sábado expuseram claramente as vísceras da falta de investimentos em drenagem dos últimos anos em Mossoró. Os defensores da prefeita Rosalba Ciarlini (PP) culpam a falta de educação da população no descarte do lixo.

Concordo que parte do problema passa pela questão dos resíduos sólidos que entopem bueiros. Também acho compreensível justificar que esse tipo de problema acontece em outras cidades mais ricas e desenvolvidas.

É necessário um estudo de caráter científico para mensurar o peso de cada situação neste problema que tende a piorar com as chuvas previstas para os meses de março e abril.

Mas é inegável que as últimas gestões não fizeram o investimento necessário em obras de drenagem. Também falta planejamento urbano para retirar as pessoas que moram no “beiço do rio” dando-lhes moradia digna por meio de programas habitacionais.

São vários pontos que precisam ser levados em consideração. Ponderar é fundamental para discutir o problema. Não vai ser no tribunal das redes sociais que vamos ter o veredicto sobre de quem é a culpa, mas através da ciência e do planejamento que vai se encontrar a solução.

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Mentes binárias: a infértil cobrança por tratamento igual para situações diferentes

O Facebook é a mais tóxicas das redes sociais. Comparada à “ilha de caras” do Instagram ou à objetividade do Twitter, o “face” se torna ainda mais doentio.

Em Mossoró, tenho visto muitas discussões inférteis e desonestas que matam de vergonha pessoas com o mínimo de bom senso.

Ter posição é importante. Cegar-se por ter posição é patético.

Salário atrasado é um tema recorrente nos debates. Segundo a presidente do Sindserpum Marleide Cunha desde o início da gestão a prefeita Rosalba Ciarlini (PP) não tem conseguido pagar a folha integralmente no mês trabalhado. Sempre falta alguma parte do salário.

Com mão de ferro nos bastidores e jogando com a desinformação ela anuncia que tudo é pago rigorosamente em dia.

Nem paga em dia muito menos com rigor.

Até alguns adversários caem nessa balela e quando provocados a citar um ponto positivo da gestão respondem: “paga em dia”. Não é nem nunca foi assim nesta gestão.

Ainda faltam os retroativos de maio, junho e julho de 2016 para quitar a folha da gestão anterior.

Denunciar isso é uma afronta a quem quer manter a enganação sobrepondo os fatos.

Logo aparece alguém apontando tratamento igual com a gestão da governadora Fátima Bezerra (PT). Implicitamente querem que a petista pague quatro folhas atrasadas em sete meses.

Impossível!

Uso em 2019 para Fátima a mesma lógica que utilizei para Rosalba em 2017. É preciso dar um tempo para que ela arrume a casa e ponha o salário em dia. Isso não é “passar pano” é ter bom senso.

Quando Fátima anunciou que pagaria os salários de 2019 antes de pagar os atrasados como fez Rosalba antes a crítica veio e virá se Fátima aparecer por aí dizendo que os salários em dia.

É preciso analisar que os assuntos podem ser parecidos, mas precisam ser tratados de forma diferente por uma questão de proporcionalidade. Deveria ser óbvio, mas num mundo de mentes binária o óbvio tem que ser explicado.

Fátima já quitou o que faltava do 13º de 2017, pelo menos é o que o Governo diz. Ainda restam três folhas. Minha crítica a esta situação é: a governadora precisa tomar medidas mais enérgicas e não esperar pelo Governo Federal.

A cada dia que passa ela se torna corresponsável pelo atraso como Rosalba se tornou por ainda não ter pago o restante da folha de 2016, dois anos e sete meses após o início da gestão.

Se Rosalba não quitou um volume de dívidas com os servidores proporcionalmente menor em dois anos e sete meses como cobrar que em sete meses a governadora pague três folhas? É honesto?

O Governo do Estado paga em atraso, mas anunciou o calendário de pagamento dos meses de agosto e setembro juntamente com julho, que já foi pago. A prefeita faz o inverso: anuncia que está quitando a folha “rigorosamente em dia”, mas na verdade paga fatiado e tira do servidor o direito de se planejar.

Quando um servidor do Estado atrasa uma conta na bodega o bodegueiro entende porque sabe dos atrasos salariais. Quando o mesmo acontece com o servidor municipal este corre o risco de passar por mentiroso porque na maior parte da mídia se omite o pagamento salarial fatiado.

Como dar tratamento igual para problemas parecidos, mas com contextos, tempos e circunstâncias diferentes?

Se você não consegue diferenciar (não quero que ache um atraso menos ruim que o outro, longe disso) as duas situações, lamento dizer, mas você é um sujeito (a) binário (a) que enxerga tudo preto ou branco sem perceber a longa camada cinza no meio.

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A palavra do presidente na berlinda