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Crescimento da energia eólica no RN não compensará perdas no setor de petróleo e gás, aponta estudo

Energia eólica ganha força no RN, mas não compensará perdas com mudanças no setor de petróleo e gás (Fotomontagem: Blog do Barreto)

Com posição de destaque na economia do Rio Grande do Norte, o segmento da energia vive hoje um momento marcante da história do estado. De um lado, verifica-se um ciclo de expansão nos segmentos de energia eólica e fotovoltaica, o que deverá mais que dobrar a capacidade de geração de eletricidade a partir do vento e do sol nos próximos três ou quatro anos. E, de outro, a retração da produção de petróleo e gás natural, com a saída da Petrobras das atividades na área. Ou seja, há previsões positivas, mas também uma expectativa muito negativa, tendo em vista o papel que a estatal de petróleo exerce sobre a economia e a sociedade potiguar, em especial para o mercado de trabalho.

Este é o cenário apresentado no estudo “As mudanças no setor energético do Rio Grande do Norte e seus impactos econômicos e sobre os trabalhadores”, realizado pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) para a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Entregue à entidade na última terça-feira (27/04), a pesquisa é o ponto de partida para a construção de um plano de ação sindical e de diálogos tripartites entre trabalhadores, empresários e Governo do Rio Grande do Norte.

Desenvolvido pelos pesquisadores do Ineep Ana Carolina Chaves e Henrique Jäger, o trabalho destaca o impacto negativo da redução da atividade da indústria de óleo e gás natural, faz projeções positivas para o papel das energia eólica e fotovoltaica e aponta os desafios econômicos e para os trabalhadores com as mudanças na região.

Futuro

De acordo com o estudo, as oportunidades de investimentos em energia solar e eólica são crescentes, diante do alto grau de radiação solar e de velocidade de vento no estado. Revela que os parques eólicos que contribuem hoje com 4.156 MW na geração de energia local passarão a 7.296 MW em periódo de três a quatro anos. Já as usinas fotovoltaicas, que participam com 117 MW, chegarão aos 421 MW.

São dados significativos, considerando-se o papel que estas fontes exercem na matriz energética do Rio Grande do Norte: a energia eólica tem uma participação de 89%, enquanto a geração térmica contribui com 10% e a solar com 2%.

A expectativa, segundo o Ineep, é de que os investimentos em expansão da rede de energia fotovoltaica somem cerca de R$ 2 bilhões, nos próximos três anos, levando-se em conta os empreendimentos que vão produzir para as concessionárias de energia.

No entanto, segundo o estudo do Ineep, tanto na indústria de energia eólica quanto na fotovoltaica os empregos são gerados, na sua maioria, durante o período de construção e montagem das unidades, que funcionam com poucos trabalhadores. Acrescenta também o fato de o Rio Grande do Norte não contar com indústrias de fornecedores de máquinas e equipamentos utilizados nos parques eólicos e fotovoltaicos, o que poderá levar a compra destes produtos em outros estados ou países.

Retração

Assim, ainda que tenha um lado positivo, o quadro que se apresenta para o futuro não é suficiente para minimizar os impactos negativos do processo de privatização dos ativos da Petrobras no Rio Grande do Norte onde a estatal já teve operações verticalizadas (vai das atividades de exploração e produção à distribuição nos postos). A produção de petróleo, em bacias terrestres e marítimas, chegou próximo aos 30 milhões de barris, em 2000, e caiu para cerca de 15 milhões de barris, em 2019. Já a de gás natural, que esteve próxima a três milhões de barris em 2004 passou para 818,8 mil em 2019.

Ao final de 2020, a Petrobras ainda respondia por 67% da produção de petróleo no Rio Grande do Norte e por 41,6% de gás natural. As parcelas restantes são resultados de operações de empresas privadas para as quais a estatal vendeu os ativos em exploração e em produção. Segundo o estudo, um novo ciclo da indústria de óleo e gás natural ainda poderá ocorrer, mas vai depender do sucesso da exploração no litoral, tendo em vista o desgaste natural dos campos terrestres. E também estará condicionado às apostas das empresas que substituem a Petrobras, que por serem de menor porte têm capacidade de investimento inferior ao da estatal.

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Governadora discute desinvestimentos estatais no setor de petróleo no RN

A governadora Fátima Bezerra se reuniu com representantes da Petrobrás e da Gaspetro para tratar do plano de desinvestimento da empresa no Rio Grande do Norte. A reunião aconteceu em ambiente virtual na tarde desta segunda-feira (03) quando a pauta girou em torno da alienação das ações da Gaspetro na sociedade de economia mista que mantém com o Estado do Rio Grande do Norte, por meio da Companhia Potiguar de Gás (Potigás).

Fátima Bezerra reiterou a preocupação com o plano de desinvestimento da Petrobrás pelo que a entidade representa na agenda de desenvolvimento econômico do Nordeste e, especialmente, do RN. “Nós aqui temos todo o interesse de abrigar os investimentos privados, que claro são muito bem-vindos. Temos um diálogo propositivo frequente com o setor produtivo e empresarial nesse sentido. Porém, dentro do atual contexto, julgamos ser um equívoco a saída da Petrobrás no RN”, declarou.

Radaes Fronchetti Picoli, gerente da Áreas de Participações em Refino e Gás Natural da Petrobrás, informou que já conversou com representantes de todos os estados brasileiros a fim de tratar do desinvestimento da Petrobras, em atendimento ao pleito apresentado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), órgão federal, assim como vem acontecendo com o Rio Grande do Norte. “O Termo de Compromisso de Cessação (TCC) firmado entre o CADE e a Petrobrás vai definir quais investidores cheguem no lugar da Petrobras de forma justa, adequada e preservando o patrimônio público em todos os estados. No RN não será diferente”, disse.

Na ocasião ele esclareceu sobre os prazos para apresentação da oferta, bem como o direito de preferência dos sócios na Potigás. “O prazo é legal, foi assinalado pelo CADE e precisa ser cumprido sem prejuízo a algum pedido de prorrogação que precisa ser validado pelo Conselho”, pontuou.

O prazo assinalado para a formalização do negócio, até dezembro de 2020, é outro fator que preocupa a chefe do executivo estadual. “O prazo estipulado, até dezembro de 2020, é exíguo para essa importante decisão que requer estudos e avaliação orçamentária e financeira da nossa equipe de governo associado ao fato que estamos vivendo uma pandemia”, frisou Fátima, que adiantou que irá agendar mais uma reunião com o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, no intuito de reiterar a importância não apenas econômica, mas especialmente a social da estatal para os potiguares.  O RN é o maior produtor de petróleo em terra do País com uma produção de cerca de 35 mil barris/dia de petróleo.

Participaram da reunião, além dos já citados, Ricardo Mello (Diretor Presidente da Gaspetro), Vitor Baroni (Diretor Corporativo da Gaspetro), Antônio Roberto (Vice-Governador), Fernando Mineiro (SEGRI), Aldemir Freire(SEPLAN), Larissa Dantas (Presidente da Potigás), Silvio Torquato (SEDEC), Marina Siqueira (Potigás), Hugo Fonseca (SEDEC) e Jaime Calado.

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Petrobras assina venda de campos de águas rasas do RN

Venda rendeu US$ 1,5 milhão (foto meramente ilustrativa)

A Petrobras assinou hoje com a OP Pescada Óleo e Gás Ltda., subsidiária integral da Ouro Preto Óleo e Gás S.A., contrato para a venda da totalidade de sua participação nos campos de Pescada, Arabaiana e Dentão localizados em águas rasas da Bacia Potiguar (Polo Pescada), no estado do Rio Grande do Norte.

O valor da venda é de US$ 1,5 milhão, a ser pago em duas parcelas: (a) US$ 300 mil na assinatura do contrato; e (b) US$ 1,2 milhão no fechamento da transação, sem considerar os ajustes devidos.

O fechamento da transação está sujeito ao cumprimento de condições precedentes, tais como a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A presente divulgação está de acordo com as diretrizes para desinvestimentos da Petrobras e com as disposições do procedimento especial de cessão de direitos de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos, previsto no Decreto 9.355/2018.

Essa operação está alinhada à estratégia de otimização do portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, passando a concentrar cada vez mais os seus recursos em águas profundas e ultra profundas, onde a Petrobras tem demonstrado grande diferencial competitivo ao longo dos anos.

Sobre o Polo Pescada

O Polo Pescada compreende três campos de águas rasas: Pescada, Arabaiana e Dentão, localizado no estado do Rio Grande do Norte. A Petrobras é operadora dos três campos com 65% de participação e a OP Pescada Óleo e Gás Ltda. detém os 35% restantes em consórcio. A produção média do Polo Pescada de janeiro a junho de 2020 foi de aproximadamente 260 barris de óleo por dia (bpd) e 190 mil m3/dia de gás.

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Crônica de uma saída anunciada

Petrobras está de saída do RN (Foto: Thinckstock)

O jornalista Cassiano Arruda noticiou em sua coluna na Tribuna do Norte que a Petrobras está de saída do Rio Grande do Norte. Em agosto do próximo ano o escritório dela no Estado será fechado.

É a crônica de uma saída anunciada.

Ontem a estatal vendeu os campos de Ponta do Mel e Redonda. Outros serão vendidos.

A classe política assiste em silêncio o desmonte a Petrobras no Rio Grande do Norte. Há quem aplauda, inclusive. O que está vindo via iniciativa privada é um paliativo comparado ao que já tivemos.

Há quem argumente que isso seria inevitável, talvez sim. O que me incomoda é assistir essa derrocada sem ver a nossa classe política levantar voz, sem reação.

Para ser justo, o senador Jean Paul Prates (PT) é um dos poucos que se levanta contra. Se outros reagiram eu não vi.

A ficha caiu para o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN) Amaro Sales que redigiu artigo afirmando que o Estado não aceita a saída da Petrobras.

Outras entidades precisam reagir e se juntar ao Sindpetro, único organismo que denuncia esse processo que vem desde o governo Dilma Rousseff.

O estrago está feito e o sofrido elefante aceita bovinamente.

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Petrobras reduz quase 7 mil vagas no RN. Plano para o Estado é de redução extrema

Petrobras vem em queda livre no RN (Foto: TN)

Ricardo Araújo

Editor de Economia/Tribuna do Norte

 

Uma relação iniciada no início dos anos 1950 já não é mais a mesma quase 70 anos depois. Após explorar os campos de petróleo em terra descobertos no Rio Grande do Norte a partir da década de 1970 quase à exaustão, a Petrobras iniciou um processo de cortes que reduziu investimento, produção de petróleo e gás e mão de obra efetiva e terceirizada no Rio Grande do Norte. Somente de 2012 a 2018, a queda nos investimentos da companhia no Estado caíram R$ 931,7 milhões (63,03%). No mesmo período, a empresa cortou 6,9 mil postos de trabalho de funcionários efetivos e terceirizados que atuavam, principalmente, nos campos do Oeste potiguar. De olho no pré-sal, cuja produção é maior e consequentemente mais rentável, a Petrobras colocou polos de produção maduros no RN à venda.

Confira a matéria completa AQUI.

 

 

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Mossoró Oil & Gas Expo é lançado no RJ

Redepetro lança evento (Foto: Thelma Vidales/Agência Sebrae de Notícias)

A perspectiva de reaquecimento da cadeia de petróleo e gás em Mossoró, com a futura exploração de campos maduros pela iniciativa privada, foi apresentada nesta quinta-feira (9) a empresários cariocas, que conheceram o Mossoró Oil & Gas Expo, de 26 a 28 de novembro, concebido como plataforma para fortalecer a produção de petróleo em terra no RN.

O evento é uma iniciativa do Sebrae e Associação Redepetro RN, e foi apresentado na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), em parceria com a Associação Nacional da Indústria do Petróleo (Onip).

O Mossoró Oil & Gas Expo foi lançado para empresários de petróleo e gás do Rio de Janeiro, lideranças do Governo Federal, Firjan, Associação Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP), entre outros. O evento ocorrerá no Expocenter Mossoró.

Divulgação

Presente ao lançamento, o presidente da Associação Redepetro RN, Gutemberg Dias, considera o momento extraordinário, pois coloca o Mossoró Oil & Gas Expo no radar de expoentes da cadeia petrolífera do Rio de Janeiro, gigante nacional em matéria de petróleo e gás.

“O evento foi muito concorrido, com presença forte de empresários cariocas, e extrapolou as expectativas da organização (Onip). Foi um gol de placa apresentar o Mossoró Oil & Gas Expo no Rio de Janeiro, e acredito que muita gente do Estado irá ao evento em Mossoró”, avalia Dias.

Apresentação na Firjan, segundo ele, também mostrou cenário promissor no Rio Grande do Norte, a partir do novo modelo de investimento na indústria de petróleo potiguar, com a aquisição de 34 campos maduros pela Potiguar E&P, que prevê investir R$ 600 milhões nos próximos cinco anos.

Protagonismo

Também participante, o secretário nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, Márcio Felix, confirmou apresentação do Plano de Ação Consolidado do programa de Revitalização da Atividade de Exploração e Produção de Petróleo Terrestre (REATE) no Mossoró Oil & Gas Expo.

Felix também informou que o evento está na agenda do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, cuja pasta conduz o projeto “2020 – O ano da virada do onshore (em terra)”, que planifica Plano de Ação do REATE, com apoio da Associação Redepetro RN e de outros parceiros.