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Gastos de Allyson para promoção pessoal nos tempos de deputados chamam atenção do TCE e provocam discussão de acordo para mudanças de regras na Assembleia

Os gastos do prefeito Allyson Bezerra (UB) com a Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP), conhecida como verba de gabinete, nos tempos de deputado estadual chamaram atenção dos técnicos do Tribunal de Contas do Estado (TCE)

Uma auditoria realizada no biênio 2021/22 da Diretoria de Administração Direta (DAD) do TCE apontou que o então deputado gastou R$ 170.200,00 da verba indenizatória do gabinete de forma considerado indevida.

Isso ocorreu em 2020, ano em que se candidatou a prefeito. Os técnicos identificaram uso de recursos públicos para “a publicidade e propaganda pessoal do parlamentar”.

“Quanto às despesas ressarcidas com divulgação da atividade parlamentar, embora classificadas nas prestações de contas como contratação de consultoria, foi possível verificar despesas com prestação de serviços de “marketing visual, criação de artes e divulgação das ações do mandato, gerenciamento e impulsionamento de conteúdo em redes sociais, clipagem de notícias em rádios, programas de TV e sites”, bem como ‘serviços técnicos de criação de artes e identidade visual’ e de ‘clipagem de notícias em emissoras de rádios sobre assunto de interesse público e do mandato parlamentar’”, diz o relatório.

“Além disso, em ambas as naturezas de despesas assinaladas, observou-se, outrossim, situações em que o material gráfico e/ou o serviço de divulgação da atividade parlamentar não se encontram acompanhados da devida comprovação material da aquisição/serviços contratados”, complementou.

Seriam R$ 58.600,00 gastos com material gráfico e outros R$ 111.600,00 com despesas em consultoria, pesquisa e trabalhos técnicos.

Ao longo daquele ano Allyson recebeu R$ 265.752,81 de verba de gabinete.

Todos os 24 deputados daquela legislatura foram analisados, mas o caso de Allyson foi o que chamou atenção.

Na defesa, Allyson jogou a culpa para o presidente da Assembleia Legislativa Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB) por ser o ordenador de despesas da casa. “Alega que as despesas objeto da representação possuíam adequação com a LOA e LDO do período; e, que o defendente só passou a utilizar a verba após o devido empenho. Ademais, relata que realizava a devida prestação de contas mensal para a Procuradoria Administrativa com intuito de ser ressarcido dos devidos valores. E que os gastos foram aprovados em todos os meses e remetidos para a Coordenadoria de Planejamento e da Execução Orçamentária e Financeira, que procedeu com o ressarcimento considerando a aprovação da prestação de contas”, diz trecho do parecer que traz os argumentos da defesa.

O procurador-geral de contas Luciano Ramos entendeu que não era caso de ressarcimento ao erário, mas de aplicação de multa. O parecer discorda dos apontamentos dos técnicos da DAD/TCE que indicavam a necessidade de que o atual prefeito de Mossoró fizesse o ressarcimento aos cofres públicos.

A ação foi suspensa por 90 dias para construir o Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) entre o MP de Contas e a Assembleia Legislativa para regulamentar as regras para a contratação de serviços técnicos e de divulgação parlamentar pela verba de gabinete.

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CCJ da Assembleia aprova recondução de Luciano Ramos para procurador-geral do MP de Contas

A Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, aprovou pela quarta vez, o nome de Luciano da Silva Costa Ramos para mais um mandato como Procurador-Geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas do Estado. O procurador eleito para o biênio 2023/2024, depois de ter cumprido outros dois biênios (2014/2014 e 2015/2016), foi reconduzido agora para o biênio 2025/2026.

“Pela quarta vez me submeto a essa sabatina. Será sempre uma honra vir a essa Casa dialogar”, disse o procurador, ao responder questionamentos dos deputados Hermano Morais (PV), Francisco do PT e Ubaldo Fernandes (PSDB), na sabatina que contou ainda com a presença dos deputados Adjuto Dias (MDB), Isolda Dantas (PT) e Galeno Torquato (PSDB).

“Doutor Luciano já é bem conhecido pela sua condução e dedicação como representante do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas”, disse o deputado Hermano Morais, presidente da CCJ, após ouvir um balanço do atual biênio, que segundo o procurador, focou na redução do tempo de processos.

Ao ser questionado pelos parlamentares, Luciano Ramos explicou que o maior desafio do cargo é o controle de despesas com pessoal por parte do Executivo. “Há algum tempo o Estado está acima e sem condições de baixar”, disse o procurador, que também entende como desafio de mais um biênio, a gestão de estoque de processos, que ainda é muito grande.

Com a aprovação da Comissão de Constituição e Justiça, o nome de Luciano Ramos segue para apreciação do plenário.