Categorias
Artigo

Margem Equatorial: um mar de oportunidades

Por Gutemberg Dias*

A Margem Equatorial surge em 2015, na Guiana, com a descoberta de petróleo em sua margem continental, pela Exxon Mobil. Dessa descoberta até hoje já se vão nove anos, e as reservas do país saíram de zero para 11 bilhões de barris, equivalendo a aproximadamente 75% da reserva brasileira que é medida em 14,8 bilhões de barris.

Salienta-se que pesquisas recentes projetam uma reserva próxima dos 17 bilhões, ou seja, é um salto gigantesco para um país que não produzia uma gota de petróleo e, em poucos anos, será um dos maiores produtores do mundo. Destaca-se que a produção na Guiana foi iniciada em 2019, e hoje, a Exxon Mobil produz 375 mil barris (boe/dia) com planejamento para produzir mais de 1 milhão barris (boe/dia) até 2027.

Na mesma leva, o Suriname fez sua primeira descoberta em 2020 e já tem reservas aprovadas da ordem de 4 bilhões de barris. Existe a perspectiva para que se inicie a produção no país em 2025 e várias empresas, também, se mobilizam para atuar na região.

As descobertas nesses dois países projetam para o Brasil um cenário muito positivo, haja vista que a Margem Equatorial brasileira é bem mais extensa que a da Guina e do Suriname juntas. Além disso, o país já tem uma enorme expertise na exploração de petróleo em águas profundas e ultra profundas, a exemplo do Pré-Sal, que elevou a produção brasileira para mais de 4 milhões de boe por dia.

A Margem Equatorial brasileira se estende do Amapá até o estado do Rio Grande do Norte, esse último já com histórico de produção de petróleo em águas rasas e em terra. No total, a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) já licitou 42 blocos nas bacias Potiguar, Ceará, Barreirinhas, Pará-Maranhão e Foz do Amazonas. Tendo as pesquisas já iniciado na bacia Potiguar com descoberta de acumulação de hidrocarbonetos em dois poços exploratórios, ambos perfurados pela Petrobras, nos blocos de Pitu (BM-POT-17) e Anhangá (POT M-762_R15) nos primeiros meses de 2024.

Além da Petrobras (todas as bacias) empresas como Shell (Barreirinhas e Potiguar), TotalEnergies (Barreirinhas) , BP (Barreirinhas), Galp (Barreirinhas e parcerias com Petrobras em outras bacias), Enauta (Pará-Maranhão e Foz do Amazonas), PRIO (Foz do Amazonas), Murphy (Potiguar), 3R Petroleum (Barreirinhas), Chariot (Barreirinhas), Sinopec (Pará-Maranhão), Mitsui E&P (Barreirinhas) e Aquamarine (Barreirinhas) têm blocos exploratórios já concedidos pela ANP.

Com os resultados das acumulações na Guiana e no Suriname, a bacia da Foz do Amazonas apresenta um interesse elevado por parte das operadoras para realização das pesquisas exploratórias. Porém, em função das questões relacionadas ao licenciamento ambiental junto ao IBAMA – inclusive com um licenciamento de um poço exploratório negado para a Petrobras no ano passado – ainda não há pesquisa exploratória iniciada.

No outro extremo, a Bacia Potiguar surge como opção imediata para os operadores que detêm blocos, haja vista que as descobertas de acumulações pela Petrobras, em Pitu Oeste e Anhangá, projetam novas descobertas e, de certa forma, indicam redução dos riscos para os demais concessionários.

Os investimentos projetados para a exploração da Margem Equatorial somam um montante de mais de 1,09 bilhão de dólares para as concessões já licitadas pela ANP no ano de 2024. Isso equivale a aproximadamente 95% dos investimentos previstos nas concessões em operação em desenvolvimento no Pré-Sal, águas profundas e em terra. Essas informações fazem parte dos dados consolidados em 19/04/2024, disponíveis no Painel Dinâmico de Previsão de Investimentos na Fase de Exploração dos contratos de exploração e produção (E&P) de petróleo e gás natural da ANP. Destaca-se que, só a Petrobras tem previsto, no seu planejamento 2023-2027, o investimento de 3,2 bilhões de dólares na Margem Equatorial.

Estudo mais recente divulgado pelo Observatório Nacional da Industria da CNI – Confederação Nacional da Industria projeta um incremento de R$ 65 bilhões no PIB nacional com a exploração dessas reservas, R$ 3,87 bilhões à arrecadação indireta e geração de 320 mil novos empregos.

A previsão para o Rio Grande do Norte, que saiu na frente na perfuração exploratória, pode adicionar ao PIB o valor de R$ 10,8 bilhões, correspondendo a um acréscimo de 15,9%, bem como, geração de 54.304 empregos. Esse estudo denota a importância para a economia do Brasil e dos estados que estão inseridos na Margem Equatorial.

É importante entender que, além dos investimentos e da geração de impostos e empregos, ainda teremos um forte investimento na pesquisa e inovação. Também na estruturação de hubs de bens, serviços e materiais na região, com objetivo de atender a todas as operações. Ou seja, são inúmeras as oportunidades de negócios para segmento de E&P, principalmente, no Norte/Nordeste.

Porém nem tudo são flores, haja visto que existem gargalos técnicos e burocráticos que precisam ser vencidos. Um deles é o licenciamento ambiental que hoje, na escala de projeto, é o item com maior criticidade, e que merece uma grande atenção por parte do Governo Federal, já que o licenciamento ambiental antecede o início das operações de pesquisa e impacta todo o cronograma dos projetos.

No mais. podemos dizer que a “Margem Equatorial é um mar de oportunidades” que precisamos, urgentemente, dar vazão aos projetos. Eles serão essenciais à reposição de nossas reservas e, pela pujança dos reservatórios descobertos, poderão colocar o Brasil em um outro patamar dentre os países com reservas e exploração de petróleo.

*É geógrafo, professor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), ex-presidente da Redepetro RN, e integra o Conselho da PROGEL.

Este texto não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema. Envie para o bruno.269@gmail.com.

Categorias
Matéria

Navio-sonda que fará perfuração no Campo de Pitu está a caminho do RN

O navio-sonda responsável pela perfuração do poço de Pitu Oeste partiu ontem (05/12) do Rio de Janeiro em direção à locação no Rio Grande do Norte. A perfuração, prevista para começar ainda em dezembro na concessão BM-POT-17, marcará o retorno da Petrobras à Margem Equatorial, que se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá ao longo da costa brasileira.

A Petrobras recebeu do IBAMA, em outubro de 2023, a licença de operação para perfuração de poços exploratórios, em águas profundas da Bacia Potiguar, na Margem Equatorial brasileira, conforme relatado em nota publicada na Agência Petrobras de Notícias: https://agencia.petrobras.com.br/pt/negocio/petrobras-obtem-licenca-ambiental-para-perfuracao-na-bacia-potiguar-na-margem-equatorial-brasileira-02-10-2023/

No âmbito da mesma Licença ambiental, a Petrobras planeja perfurar o poço Anhangá, na concessão POT-M-762, a 79km da costa do estado do Rio Grande do Norte e próximo ao poço Pitu Oeste.

“Em nosso Plano Estratégico 2024-2028 está previsto o investimento de US$ 3,1 bilhões em investimentos em atividades exploratórias na Margem Equatorial. Esse esforço já dá a medida da confiança em que depositamos no potencial dessa faixa do litoral brasileiro, muito promissora e fundamental para garantirmos a segurança energética do país”, explicou Jean Paul Prates, presidente da Petrobras.

Pitu Oeste será o terceiro poço da concessão BM-POT-17 e a previsão é de que a sua perfuração dure de 3 a 5 meses. O último poço dessa concessão foi perfurado em 2015. A sonda contratada pela Petrobras estava na Baía de Guanabara para limpeza de casco e abastecimento.

“O poço de Pitu Oeste significa a retomada de nossas atividades na Margem Equatorial e uma campanha exploratória na qual acreditamos, pois expandirá ainda mais as atividades da Petrobras para o nordeste e o norte e ajudará a financiar a nossa transição energética”, declarou Joelson Falcão Mendes, diretor de Exploração e Produção da Petrobras.

Categorias
Matéria

Governadora destaca nova fase do mercado de Petróleo no RN com exploração da Margem Equatorial em discurso de abertura do Mossoró Oil & Gás

“É uma alegria compartilhar com vocês a notícia alvissareira da confirmação por parte da Petrobras que a sonda NS-42 está chegando no RN, para dar início exatamente ao processo de pesquisa, de exploração do petróleo na chamada água profunda na margem equatorial”, destacou a governadora Fátima Bezerra durante a abertura do Mossoró Oil & Gás, um dos mais importantes eventos que ocorrem na capital do Oeste no setor de petróleo e gás onshore do Brasil.

“Estamos vivendo um novo momento, uma nova conjuntura. São novos rumos que a Petrobras vem adotando em todo o Brasil e para nossa alegria, a exploração do petróleo em águas profundas, na chamada margem equatorial, que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte, vai começar exatamente pelo RN. Isso aqui agora não é mais sonho, é realidade”, disse a chefe do executivo estadual, ao lembrar que os estudos tinham sido iniciados desde a época do Governo da então presidenta Dilma, em 2013. ” Isso significa um novo ciclo de crescimento da economia para o povo do Rio Grande do Norte. É uma nova fronteira que se abre”, reforça.

A 8ª edição do Mossoró Oil & Gas Expo, realizada pela Redepetro RN e o Sebrae no Rio Grande do Norte, em parceria com Governo do Estado e prefeitura de Mossoró, tem como principal foco o setor de petróleo e gás das regiões Norte e Nordeste do Brasil. O evento atrai empresas, especialistas e autoridades e tem como proposta central discutir a extração em terra e águas rasas, bem como, a cadeia produtiva, aproximando fornecedores de bens e serviços nesse segmento, além de discutir os desafios e oportunidades do setor, assim como promover parcerias e negócios.

A edição deste ano conta com 130 estandes e abordará temas como sustentabilidade e transição energética, tendo como tema central deste ano a “Sustentabilidade Socioambiental do Onshore Brasileiro”, abordando questões fundamentais relacionadas às áreas ambiental, social e de governança (ESG) no contexto da produção e exploração do petróleo e gás no Brasil.

Os estudos apontam que o potencial de petróleo em águas profundas na margem equatorial potiguar é incomensurável, o que irá fomentar e dinamizar toda a capilaridade da cadeia produtiva do petróleo do gás trazendo geração exatamente de emprego e renda. Gutemberg Dias, presidente da Redepetro e um dos organizadores do evento, abriu a oitava edição do Oil & Gas Mossoró emocionado por constatar a proporção que ganhou o evento.

“Iniciamos em um espaço que corresponde a metade de um auditório. Hoje, aliando a vontade, a coragem e persistência dos profissionais que trabalham na área de petróleo e gás com parcerias como a do Governo do Estado que tem sido uma mão amiga do setor, estamos com a casa cheia e comemorando o retorno da geração de emprego na área de óleo, gás e petróleo em Mossoró”, destacou Gutemberg.

Estiveram no evento acompanhando a governadora: Jaime Calado  (SEDEC) Silvio Torquato – secretário adjunto da SEDEC, Marina Melo – presidente da Potigás, Werner Farkat – IDEMA, Hugo Fonseca (SEDEC), Ivanilson Maia (GAC), Cicilia Maia, reitora da Uern e Chico Dantas- vice-reitor UERN.

Além dos já citados, também participaram da solenidade de abertura do Mossoró Oil & Gás Alysson Bezerra, prefeito de Mossoró; Isolda Dantas, deputada estadual; Lawrence Amorim, presidente da Câmara Municipal de Mossoró; Itamar Marciel e Zeca Melo pelo SEBRAE/RN; Ludimila Oliveira, reitora da UFERSA; Roberto Serquiz, presidente da FIERN; Daniel Vieira, diretor ANP; Nadine Lopes, gerente de negócios da área de óleo e gás do Consulado Canadense; Marcelo Magalhães, presidente da Petrorecôncavo e Marcio Felix, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Petróleo.

Categorias
Sem categoria

Foro de Moscow 02 out 2023 – Exploração da Margem Equatorial começa pelo RN

Categorias
Matéria

Exploração de petróleo na Margem Equatorial vai começar pelo Litoral do RN

A exploração de petróleo na margem equatorial no Brasil vai começar pelo Rio Grande do Norte. A licença ambiental emitida pelo Ibama para que a Petrobras possa operar no Campo de Pitu, localizado na Bacia Potiguar, será publicada no Diário Oficial da nesta segunda-feira (02).

A previsão é de que nos próximos cinco anos sejam investidos 3 bilhões de dólares (R$ 15 bilhões, pelo câmbio atual) na margem equatorial, que é formada por outras quatro bacias sedimentares, além da Potiguar.

“Isso significa um novo ciclo de desenvolvimento econômico para o Rio Grande do Norte liderado pela Petrobras. É um incremento para nossa economia, tendo em vista a capilaridade que tem a cadeia produtiva de petróleo e gás, gerando emprego e renda para o povo, além do incremento das receitas tributárias para o Estado e de royalties para os municípios”, comemorou a governadora Fátima Bezerra.

Além da licença ambiental, o Ibama também autorizou a limpeza de casco da sonda que será deslocada para o Rio Grande do Norte nos próximos dias. O campo fica a cerca de 60 quilômetros da costa potiguar.