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E de repente aquele curso improvisado virou o melhor do país

Era algum dia de agosto de 2003 quando vários jovens e alguns não tão jovens assim saíram de casa para realizar o sonho de se tornar jornalistas, radialistas e publicitários. Foram os 45 aprovados no vestibular da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).

Ao chegar na universidade foi assustador para todos nós. O curso era mambembe. Não tinha corpo docente, a grade curricular era improvisada e nem prédio a gente tinha para estudar.

Enquanto o curso de medicina estava com a construção de seus blocos de salas de aula a todo vapor antes mesmo de realizar seu primeiro vestibular, a primeira turma de comunicação recebia os conteúdos no laboratório de cartografia.

Aqueles alunos eram conscientes que eram as “cobaias” e nunca baixaram a guarda. Foram muitas lutas, greves de aula até a construção do primeiro bloco, chegada dos primeiros equipamentos e realização do concurso.

No primeiro concurso chegaram os professores Marcília Gomes, Veruska Sayonara e Ricardo Silveira. No semestre seguinte foram convocados Jeferson Garrido, Giovani Rodrigues e Fabiano Morais.

O curso começava a ganhar cara, o departamento foi criado e as coisas foram evoluindo com muito esforço. Foram muitas desavenças e guerras de ego no corpo docente, mas nada disso impediu o surgimento dos primeiros resultados logo na sofrida primeira turma. Grandes profissionais foram entregues ao mercado em 2007 quando os primeiros alunos colaram grau.

É inegável a melhora na qualidade do jornalismo praticado em Mossoró após o curso. Diria que a mídia local tem um antes e depois do DECOM/UERN.

Nossa formação foi muito improvisada. As aulas de planejamento gráfico foram realizadas na redação de O Mossoroense, gentilmente cedida pelo hoje professor do DECOM/UERN Cid Augusto. As aulas de TV foram nos estúdios da TCM, graças à boa vontade do então reitor Milton Marques de Medeiros.

Faltava estrutura, sobrava garra.

Hoje o Departamento de Comunicação da UERN celebra a conquista do curso de jornalismo, considerado o melhor do Brasil. Para mim é só um detalhe a nota nos Indicadores de Qualidade da Educação Superior 2018 divulgados na semana passada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP/MEC). Escrevo isso por causa dos resultados do curso de jornalismo são diários com a rotina de alunos ganhando espaço no Geração Futura, com os profissionais formados na UERN conquistando espaços no mercado de trabalho de trabalho não só em Mossoró, mas também outros centros como Natal e Fortaleza.

Esse ano tive a missão de produzir a retrospectiva da UERN e fiquei impressionado com a quantidade de conquistas dos egressos do curso de comunicação em várias áreas.

Tenho muito orgulho de ter sido parte desta história lá no comecinho e de ver os frutos sendo colhidos em tão pouco tempo. A UERN, tão combatida por setores obscurantistas da elite natalense, escolhe dá sua resposta com esse tipo de resultado.

Pois é! O curso que nasceu improvisado hoje é o melhor do país.