Categorias
Matéria

Ministro do STF reconsidera decisão que obrigaria 3,6 mil servidores do RN a se aposentarem

O ministro do Superior Tribunal Federal, Nunes Marques, reconsiderou decisão anterior e deferiu nesta quinta-feira (04) liminar suspendendo a eficácia do acórdão do Tribunal de Contas do Estado (TCE) fixando o dia 25 de abril de 2024 como data-limite para os servidores do Executivo Estadual que ingressaram no serviço público sem concurso antes da Constituição Federal de 1988 se aposentem pelo Regime Próprio de Previdência Social (RPPS).

De acordo com a Secretaria de Estado da Administração, mais de 3,6 mil servidores seriam atingidos pela decisão do TCE, medida que poderia inviabilizar o serviço de vários órgãos da administração direta e até mesmo a manutenção do atendimento no Instituto de Previdência dos Servidores Estaduais (Ipern).

No despacho de hoje, o ministro acata o argumento de que o Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte, a pretexto de operacionalizar o cumprimento da decisão na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 573), findou por criar critério nela não previsto. Além disso, adotou parâmetro mais restritivo, no que, relativamente aos servidores estáveis, exigiu não apenas o preenchimento dos pressupostos para a jubilação até a data definida, mas a efetiva aposentação.

“Do exposto, reconsidero a decisão em que foi negado seguimento à reclamação. Restabelecida a sequência, defiro a liminar, para suspender, até o julgamento definitivo, a eficácia do acórdão n° 733/2023-TC, do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte, por meio do qual formalizada resposta à Consulta n. 300762/2023-TC, no tocante à exigência de efetiva aposentação, para fins de manutenção, no Regime Próprio, de servidores estabilizados na forma do art. 19 do ADCT, bastando o preenchimento dos respectivos requisitos”, escreveu Nunes Marques. A suspensão fica em vigor até o julgamento definitivo da questão.

“Essa é uma luta que estamos assumindo para garantir os direitos dos servidores estabilizados do nosso Estado”, disse nas redes sociais a governadora Fátima Bezerra, ao comentar a decisão do ministro.

Categorias
Matéria

Governo do RN recorre contra decisão de Nunes Marques

O Governo do Estado do Rio Grande do Norte ingressou com um “agravo interno” junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (4), contra decisão monocrática do ministro Nunes Marques que na semana passada manteve o prazo até 25 de abril para que servidores contratados sem concurso, e que tiveram estabilidade garantida após a Constituição de 1988, se aposentem dentro da previdência própria do serviço público.

O agravo interposto pela Procuradoria Geral do Estado (PGE) pretende que o ministro reconsidere a decisão, ou submeta os autos ao julgamento do colegiado. O Governo do Estado, ao mesmo tempo, coloca à disposição do ministro e da Segunda Turma do STF o memorial da ação — que é um histórico da ação — para que os ministros tomem conhecimento das implicações práticas, se mantida a decisão do Tribunal de Contas do Estado. Na prática, são 3.690 servidores que se enquadram no que determina o TCE-RN, e de imediato inviabiliza até mesmo a manutenção do atendimento no Instituto de Previdência dos Servidores Estaduais (Ipern).

Categorias
Matéria

Vem aí o “caso Kerinho” 2.0

A jornalista Thaísa Galvão revelou que o senador Rogério Marinho (PL) trabalha nos bastidores para retaliar o deputado estadual Neilton Diógenes, que recentemente se desfilou do PL para acompanhar o deputado federal João Maia em um novo rumo partidário.

Como foram liberados, pelo comando nacional em acordo costurado por Maia, Marinho se mexe nos bastidores para punir Neilton com ajuda do ministro do Supremo Tribunal Federal Kássio Nunes Marques para validar os votos do ex-prefeito de governador Dix-sept Rosado Anax Vale (União Brasil).

Se isso acontecer, haverá uma retotalização de votos e Neilton perderia a vaga de deputado estadual para o vereador de Natal Robson Carvalho (União Brasil).

Nunes Marques é o relator do caso e tema se mantido fiel aos interesses do bolsonarismo. Marinho costuma jogar duro nos bastidores.

Vem aí o caso Kerinho 2.0!

Lembrando

O caso Kerinho envolve o hoje deputado federal Fernando Mineiro (PT) e o então deputado federal Beto Rosado (PP). Kerinho, então no PDT, teve os votos anulados em 2018, por problemas de documentação por falta de comprovação da quitação eleitoral. O processo já estava com recurso rejeitado em decisão monocrática no TSE quando saiu o resultado das eleições com Mineiro eleito e Beto fora. Aí mudou tudo. De repente acharam seis, dos sete documentos que faltavam (menos a quitação eleitoral) e o TSE mandou rejulgar o registro de candidatura no TRE/RN. O registro foi negado, mas após a diplomação de Mineiro Beto conseguiu uma liminar e finalizou o mandato sem que o mérito do caso fosse julgado.

A história é lembrada como uma das maiores manobras de bastidores da Justiça Eleitoral envolvendo políticos do Rio Grande do Norte.