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Dia mundial de conscientização do autismo

 

Vereadores lembram o Dia Mundial da Conscientização do Autismo - CMUVA

Por Thiago Fernando de Queiroz*

 

O Dia Mundial de Conscientização do Autismo foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 18 de dezembro de 2007. Celebrado anualmente em 2 de abril, essa data foi criada com a finalidade de levar a conscientização ao mundo acerca das especificidades dessa questão.

Para compreender de forma simples o que é o autismo, vale citar o Parágrafo Primero da Lei que é conhecida como “Lei Berenice Piana” (Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012), aonde expõe o seguinte:

  • 1º Para os efeitos desta Lei, é considerada pessoa com transtorno do espectro autista aquela portadora de síndrome clínica caracterizada na forma dos seguintes incisos I ou II:

I – deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e da interação sociais, manifestada por deficiência marcada de comunicação verbal e não verbal usada para interação social; ausência de reciprocidade social; falência em desenvolver e manter relações apropriadas ao seu nível de desenvolvimento;

II – padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades, manifestados por comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por comportamentos sensoriais incomuns; excessiva aderência a rotinas e padrões de comportamento ritualizados; interesses restritos e fixos.

Vale frisar que a pessoa autista é considerada pessoa com deficiência, observamos isso no Parágrafo Segundo do Artigo 1 da Lei Berenice Piana:

  • 2º A pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais.

Para abordar a quantidade de pessoas com autismo no Brasil, é importante citar os relatos do artigo de Francisco Paiva Junior (2019) no site da Revista Autismo, onde diz que “o único trabalho brasileiro neste sentido, foi um estudo-piloto, em 2011, no interior de São Paulo, na cidade de Atibaia, que resultou em 1 autista para cada 367 crianças”.

Sendo assim, realizando uma média em análise a população nacional e local, baseando-se nos dados citado, o Brasil de acordo com o IBGE, tem em média 211.335.250 habitantes, e, pode chegar à uma média de 575.845 pessoas com autismo. Como a população de Mossoró/RN tem a estimativa de 297.378 habitantes, existe a probabilidade de haver 810 pessoas com autismo.

Desta forma, é de suam importância que haja políticas públicas que garantam a dignidades dessas pessoas. Em Mossoró, existe uma associação que luta com força e garra pelos direitos das crianças autistas, esta instituição é a Associação de Pais e Amigos dos Autistas de Mossoró e Região, também conhecida como a AMOR.

A AMOR tinha programado vários eventos para esta semana da conscientização do autismo, mas, mediante a pandemia do Novo Coronavírus (COVID-19) a instituição modificou os eventos por palestras em suas redes sociais. Demonstrando desenvoltura, a AMOR convidou profissionais gabaritados da saúde e da educação para ministrarem Live’s falando sobre o autismo, sendo muito pertinentes cada informação.

Aproveito aqui o momento para parabenizar todos e todas que fazem parte da AMOR, e, caso queiram conhecer a instituição, deixarei aqui abaixo os links das redes sociais da entidade:

Facebook: https://www.facebook.com/amorassociacaorn/

Instagram: https://www.instagram.com/p/B-f3wrDpHHy/

Whatsapp: (84) 99146-7905

            Se você tiver um filho com autismo e não sabe que medidas tomar, deixarei o link de um artigo escrito por mim, onde venho abordar informações pertinentes sobre o que fazer e como agir:

Meu filho (a) é autista? O que faço agora?

http://blogcarlossantos.com.br/meu-filho-a-e-autista-o-que-faco-agora/

Espero que todas essas informações sejam relevantes para nossa sociedade. Vamos trabalhar para transformar e melhorar o Mundo, e, para isso, não conseguiremos sozinhos, vamos que vamos garantindo a inclusão juntos, pois, acredito piamente que juntos somos mais fortes!!!

Referência

Blog da Saúde – Ministério da Saúde. Dia Mundial de Conscientização do Autismo. 2018. Disponível em: <http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/53290-dia-mundial-de-conscientizacao-do-autismo> Acesso em: 03 de abril de 2020.

Carolina Oliveira. Um retrato do autismo no Brasil. 2015. Disponível em: <http://www.usp.br/espacoaberto/?materia=um-retrato-do-autismo-no-brasil> Acesso em: 03 de abril de 2020.

Francisco Paiva Junior. Quantos autistas há no Brasil?. 2019. <https://www.revistaautismo.com.br/nao-categorizado/quantos-autistas-ha-no-brasil/> Acesso em: 03 de abril de 2020.

IBGE – Mossoró. 2019. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rn/mossoro/panorama> Acesso em: 03 de abril de 2020.

IBGE – População Projeção Brasileira. 2020. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/box_popclock.php> Acesso em: 03 de abril de 2020.

*Pesquisador em Inclusão e nos Direitos das Pessoas com Deficiência.

 

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Onde estão nossos direitos?!?! Podemos comemorar?

Por Thiago Fernando de Queiroz*

O dia 3 de dezembro é um dia especial para os segmentos de pessoas com deficiência em todo o mundo, pois, esta data memora o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, ela foi criada pela Organização das Nações Unidas – ONU em 1992 com a finalidade de promover a discussão sobre as políticas voltadas as pessoas com deficiência pelos países signatários.

Todavia, esse 03 de dezembro de 2019 não foi uma data tão comemorativa, e sim, um dia de muita luta e discussões no Congresso Nacional. O Ministro da Economia Paulo Guedes encaminhou um Projeto de Lei com caráter de urgência que tem como viés modificar a Lei de Cotas voltado ao mercado de trabalho para as pessoas com deficiência. A PL nº 6.159/2019 traz transformações principalmente ao que emana o Artigo 93 da Lei nº 8.123/91 e o Artigo 94 da Lei nº 13.146/2015.

Ao terem ciência desta PL, muitas entidades de pessoas com deficiência se organizaram e foram a Brasília/DF nesse dia 03 para reivindicar seus direitos no Congresso Nacional. Pelo fato de muitas ações retrógadas por parte do governo de Bolsonaro, muitas pessoas que disseram ter votado em Bolsonaro, argumentaram estarem arrependidos. Até a própria Senadora Mara Gabrilli (PSDB) que dizia na campanha eleitoral para Presidente que não apoiaria o PT, contudo, disse nesse dia 03 que o Brasil está retrocedendo, disse ela ainda que houve uma esperança quando a esposa de Bolsonaro disse que iria lutar pelas pessoas com deficiência, mas, foi uma pura mentira, pois, onde ela se encontra no momento? Ninguém ver ela mais falando em libras.

Depois de algumas discussões na Câmara Federal, o Presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM) disse que enquanto ele estivesse como Presidente da Câmara Legislativa Federal, não colocaria o PL nº 6.159/2019 em pauta. Vitória para o segmento de pessoas com deficiência? Não! Esse governo vem ao máximo tentando defraudar as garantias conquistadas ao longo da história, sem ao menos dar importância aos princípios eminentes na Constituição Federal e aos pactos firmados em Tratados e Convenções Internacionais. Fato esse que traz uma instabilidade enorme, uma desconfiança, e, pode-se dizer em um descrédito por parte da sociedade que tem o conhecimento mínimo do que é Direitos Humanos e Direitos Fundamentais.

É importante que cada vez mais as pessoas se inteire dos fatos, busquem conhecimentos, para que ações retrogradas como essas não tenham força para destruir direitos conquistados, pois, o momento histórico que vivemos exige uma maior vigilância ao que ocorre em Brasília.

Portanto, vamos em busca de conhecimentos e não fiquemos mais inertes, vamos todos participarem da nossa política; e, se talvez você disser que não gosta de política, saiba que os governos passados utilizaram as mídias de telecomunicação para manipular sua mente para que você não queira participar da política. Assim, busque conhecer mais,

participe mais e transforme mais a sociedade onde vive. Você é um ser político, desta forma, vamos fazer uma política transformadora em nossa cidade, estado e país.

Vamos cuidar do que é nosso, vamos lutar por nossos direitos, pois, juntos somos mais fortes.

*É pesquisador em Inclusão e Direitos das Pessoas com Deficiência.

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“Bolsonaro perdeu sua última oportunidade de ser respeitado”

Em tom agressivo, presidente brasileiro mandou duros recados à ONU, a governos, ongs e imprensa, surpreendendo atores internacionais e levando muitos a lamentar (Foto: UOL)

Por Jamil Chade

UOL

Jair Bolsonaro não tinha chegado sequer à metade de seu discurso e meu whatsapp, Signal e email já estavam sendo bombardeados por mensagens de diplomatas e representantes de entidades internacionais. Todos chocados com o que estavam ouvindo.

Mas uma das mensagens particularmente dura veio de um representante que faz parte da cúpula das Nações Unidas: “Ele (Bolsonaro) acabou de perder a última chance de ser respeitado”. Em outra mensagem, um mediador perguntava: “há algo mais extremo que essa visão de mundo?”.

Depois do vexame do discurso de seis minutos em Davos, em janeiro, de uma participação apagada no G-20, e de ofensas a líderes internacionais, Bolsonaro tinha mais uma chance de mostrar ao mundo que poderia ser moderado e, assim, começar a recuperar seu respeito internacional. Fracassou rotundamente.

Dentro da ONU, não foram poucos os comentários diante de seu discurso. Era esperado do Brasil um sinal de que o País estava pronto a fazer parte do esforço internacional para lidar com desafios globais. Mas Bolsonaro chamou a atenção ao repetir em várias ocasiões as palavras soberania e pátria.

O presidente, sem dúvida, fez questão de reposicionar o Brasil no mundo e na ONU. Mas não da forma que muitos na entidade esperavam.

A ONU, segundo ele, não representa interesses globais. Mas é sim um espaço de nações soberanas. “Não estamos aqui para apagar nacionalidades em nome de interesses globais”, disse. E emendou um alerta de que o Brasil não aceitará que haja uma mudança na ONU.

Uma forma de dizer: não mexam comigo. No fundo, o que se viu no palco foi um presidente com um discurso ainda mais radicalizado, intolerante e nacionalista que nas demais reuniões internacionais.

Militarismo, Deus, elogios à polícia e ameaças substituíram palavras como sociedade civil, espaço democrático, diversidade, multilateralismo e o sistema internacional. “Acho que nunca começamos nosso trabalho nesse tom”, lamentou uma fonte.

No lugar de se comprometer com metas ambientais, Bolsonaro preferiu partir para o ataque e rejeitou a tese de que a Amazônia seja um patrimônio da humanidade. Sem citar nomes, fez alusão ao “espírito colonialista” da França e preferiu garantir que a Amazônia está “praticamente intocada”, gerando inúmeros comentários.

Fustigou Raoni, acusado de ser usado como “peça de manobra” em uma guerra pela floresta, e manobrou a própria Constituição. “Bolsonaro distorce argumentos sobre autonomia dos povos originários para negar direitos que a própria Constituição garante”, disse Camila Asano, coordenadora de programas da Conectas Direitos Humanos.

“Categoricamente, anuncia que não promoverá novas demarcações de terras indígenas. É extremamente grave que o presidente tenha usado a Assembleia Geral da ONU como palanque para atacar uma liderança indígena e ameaçar a segurança jurídica das terras Yanomami e Raposa Serra do Sol, que já estão demarcadas”, afirmou.

Bolsonaro atacou ongs e a imprensa internacional, proliferou teorias da conspiração e fez um discurso com a forte marca da demagogia de um populista que duvida do poder da democracia.

Ditaduras

Bolsonaro também surpreendeu com sua nova apologia às ditaduras do Cone Sul, desta vez feita sem citar nomes. Experientes embaixadores brasileiros admitiram que o que ele fez no palco da ONU não tem precedentes na era democrática do país e poderia se igualar à apologia a um torturados que ele fez em pleno Congresso Nacional, ainda quando era deputado.

Ele justificou o Golpe de Estado de 1964 e as demais ditaduras na região, num tom radicalmente oposto ao que disse José Sarney quando falou no mesmo palco, nos anos 80. Naquele momento, ele lembrou que o Brasil “saiu de uma longa noite autoritária” e se apresentava ao mundo como uma democracia.

Ao citar socialistas cubanos, ele indicou que eles “tentaram mudar o regime brasileiro” e de outros países. “Civis e militares foram mortos e outros tantos tiveram reputação destruídas. Mas vencemos aquela terra e resguardamos nossa liberdade”, declarou. Ao dizer essa frase, ele simplesmente cuspiu sobre a entidade, que o havia criticado por sua apologia às ditaduras. Um dos representantes da ONU exclamou: “não posso acreditar no que estou ouvindo”.

Bolsonaro fez um discurso de guerra, repleto de termos e inimigos dos anos 60 e 70: a ameaça socialista e a necessidade de impedir que nossa soberania seja questionada.

Mas, acima de tudo, ofendeu a muitos naquela sala. Num trecho comentado por vários diplomatas, ele alfinetou os demais governos e entidades, alertando que eles tinham aplaudido os presidentes brasileiros que, por ali, tinham passado.

Sua insistência em citar a Bíblia, os cristãos e Deus foram vistas com cautela, num sinal de que tentará redirecionar a agenda internacional com base nesses valores. “Ele esqueceu que preside sobre um país diverso”, disse um diplomatas.

Ele ainda chocou ao falar das vítimas entre os policiais, e não citar os números de mortos pela polícia no Brasil.

Elogios? Apenas para seu mentor, Donald Trump.

Nos minutos que esteve no palco do mundo, não deu garantias, não construiu pontes. Não reconheceu os problemas do país.

Usando um tom de voz desafiador, como se o Brasil estivesse em guerra, Bolsonaro escolheu apenas os inimigos imaginários, enquanto os reais problemas foram ignorados.

Em Nova Iorque, ele apenas confirmou a visão ideológica da política externa e do que será seu governo. E agora o mundo inteiro ouviu, em todas as línguas oficiais da ONU.

“Quando será a próxima eleição?”, me escreveu um experiente embaixador asiático.

Afinal, onde começam os Direitos Humanos? Em pequenos lugares, perto de casa — tão perto e tão pequenos que eles não podem ser vistos em qualquer mapa do mundo. No entanto, estes são o mundo do indivíduo; a vizinhança em que ele vive; a escola ou universidade que ele frequenta; a fábrica, quinta ou escritório em que ele trabalha. Tais são os lugares onde cada homem, mulher e criança procura igualdade de justiça, igualdade de oportunidade, igualdade de dignidade sem discriminação. A menos que esses direitos tenham significado aí, eles terão pouco significado em qualquer outro lugar. Sem a ação organizada do cidadão para defender esses direitos perto de casa, nós procuraremos em vão pelo progresso no mundo maior. (Eleanor Roosevelt)