Por João Paulo Jales dos Santos*
De tudo já se comenta nos burburinhos sobre o pleito à prefeitura de Mossoró. Partindo da realidade, são poucos os quadros que têm potencial competitivo para topar a disputa ao Palácio da Resistência, sede da municipalidade.
Sem menosprezar alguns nomes credíveis apontados como pré-candidatos, como o do vereador Pablo Aires (PSB), há dois pré-candidatos que reúnem, até aqui, mais robustez para encarar o prefeito Allyson Bezerra (SDD), a deputada estadual Isolda Dantas (PT), e o vereador Tony Fernandes (SDD).
Dantas, posicionada à esquerda do centrismo esquerdista, precisará ampliar o diálogo com outros campos políticos. Sua atuação na defesa das pautas da cidade é uma credencial valiosa, contudo precisará cuidar de sua imagem, que tem ruídos de rejeição.
Se em 2020 a popularidade de Lula (PT) e a estrutura do governo estadual não renderam bons frutos, quando sua candidatura foi desidratada pelo voto útil da centro-esquerda em Bezerra, acendido pelo desejo de votar em quem tinha chance real de tirar o clã Rosado da municipalidade, o trauma desse voto útil, em 2022, a princípio, beneficia Isolda.
O apoio de Bezerra a reeleição de Jair Bolsonaro (PL) afastou um naco daquele campo progressista que o sufragou em 2020. Com a esquerda desconfiada, Isolda encontra um panorama mais favorável no eleitorado progressista.
Tony Fernandes goza de uma baixa rejeição, por ser um político centrista pode encontrar mais maleabilidade em abrir costuras com os diferentes segmentos que não
aprovam a gestão municipal, o centrismo também lhe confere um arsenal político para disputar um eleitorado amplo.
Sem o atrativo de uma estrutura governamental, terá testada sua capacidade de articulação para aglutinar forças ao seu redor.
No entanto, convém não subestimar a capacidade de Tony, 2022 exemplificou que uma exígua estrutura não é um problema. Mostrando poder de organização, sobressaiu-se as condições, que de partida, não lhe eram favoráveis.
Captar um possível clima de derrota, sutil no ar, de um alcaide bem avaliado, como é Allyson, é o principal desafio da oposição. O prefeito em sua 1ª metade de mandato enfrentou um oposicionismo leve, em que as dificuldades administrativas não surtiram efeito na opinião
pública.
O governo enfrenta muitos gargalos na gestão da oferta dos serviços públicos, e as licitações com valores que salta aos olhos é uma estranha nuvem que paira sob o Palácio da Resistencia.
Os problemas do governo ficarão mais evidentes com a oposição, que desde ano passado tem novos edis na bancada, começando a acordar para fazer contraponto a Mossoró pintada nas páginas do governismo. Resta saber se a imagem de bom gestor de Allyson será maculada. É o desgaste do alcaide que abrirá as brechas que oposicionismo precisa para derrotá-lo.
*É graduado em Ciências Sociais pela UERN.
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