Foram longos 30 meses, ou 910 dias, como queira, que a cidade de Luís Gomes. Distante 442 quilômetros de Natal, ficou sem água. Isso foi entre o final de 2011 e o meio de 2014.
Luís Gomes virou símbolo de um colapso de abastecimento d’água que atingiu outras 14 cidades potiguares, sendo a que foi mais afetada pelo longo período sem abastecimento.
A população teve que se virar com carro pipa, lata d’água na cabeça e conviver com um sofrimento incalculável. “Os motoristas dos caminhões precisam se deslocar por até 100 quilômetros para abastecer os reservatórios móveis. Já os moradores, recorrem aos velhos galões e tambores de plástico para garantir o mínimo de água necessário ao consumo diário. Os reservatórios artificiais foram disponibilizados pela Caern, mas não são suficientes, conforme relataram os habitantes do município. É preciso reutilizar o líquido. Conforme relatos de moradores, a água usada para tomar banho é a mesma jogada no vaso sanitário para limpá-lo”, conta reportagem do G1RN de 29 de outubro de 2012 quando o colapso do abastecimento d’água completava um ano.
A economia foi afetada com a morte do gado, redução da produção leiteira, o turismo da cidade serrana paralisado, plantações inviabilizadas e a produção artesanal de rapadura prejudicada.
Amanhã a cidade vai receber o presidente Lula da Silva (PT) em clima de esperança de festa em um evento relacionado à água. O mandatário nacional vai inspecionar as obras do Ramal do Apodi da transposição das águas do Rio São Francisco.
Lula deve chegar a Luís Gomes por volta das 15h30 onde deve encontrar o povo da cidade no túnel Major Sales.
A transposição das águas do Rio São Francisco começou no segundo governo Lula, passou pelas gestões de Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro e deve ser concluída neste terceiro mandato de Lula.