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Câmara finalmente aprova projetos que tiram direitos de servidores, mas emendas minimizam estrago

A Câmara Municipal de Mossoró aprovou as polêmicas propostas que retiram direitos dos servidores municipais, uma delas foi o Projeto de Lei Complementar 17/2023 que altera o Regime Jurídico dos Servidores Públicos do Município de Mossoró e das Fundações Públicas Municipais.

Com galerias lotadas de servidores efetivos protestando contras as mudanças e servidores terceirizados e comissionados apoiando o prefeito Allyson Bezerra (SD), autor da proposta, os projetos finalmente foram aprovados.

No entanto, o estrago foi minimizado graças a acordos para aprovação de emendas. A primeira delas, da vereadora Marleide Cunha (PT), garantiu regime de horário especial para pais, mães e responsáveis por crianças com autismo.

O vereador Pablo Aires (PSB) conseguiu emplacar a emenda que iguala o tempo de licença paternidade e maternidade das mães e dos pais biológicos às das mães e dos pais adotivos. A terceira foi do líder do governo Genilson Alves (PROS) garantiu redução de até 50% da carga horária para mães e pais com filhos com deficiência.

As demais emendas foram rejeitas pelos vereadores da bancada governista, entre elas a que acaba com os anuênios de servidores novatos de categorias que não possuam planos de carreira.

O PLC 17 foi aprovado por 14 x 8 votos.

Previne Brasil

Outro projeto alvo de questionamentos foi o Projeto de Lei Ordinária 57/2023 que trata do programa Previne Brasil que garante mais recursos para os municípios a partir de indicadores. No entanto, a proposta municipal estabelece metas individuais com pagamento de gratificações mudando a regra anterior que garantia a gratificação para todos a partir dos indicadores. Outro ponto que revoltou os servidores foi a redação do benefício de 80% para 50% do salário como base para a gratificação.

As assistentes sociais que trabalham na área da saúde ficaram de fora. Os auxiliares de enfermagem na equipe da Estratégia Saúde da Família (eSF) só foram incluídos graças a uma emenda de Genilson Alves.

O projeto foi aprovado por 14×7.

Procuradoria

O único caso de unanimidade foi o Projeto de Lei Complementar do Executivo 20/2023, que alterou a Lei Orgânica da Procuradoria-geral do Município de Mossoró e o Estatuto dos Procuradores do Município.  O vereador Genilson Alves também apresentou emenda, aprovada, que contemplou mudanças ao projeto propostas pela Seccional do Rio Grande do Norte da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RN) em acordo com o prefeito Allyson Bezerra.

Votos

Votaram a favor do prefeito os vereadores Francisco Carlos (Avante), Raério Cabeção (PSD), Genilson Alves (PROS), Zé Peixeiro (PP), Lucas das Malhas (MDB), Costinha (MDB), Wiginis do Gás (Podemos), Marrom Lanches (DC), Edson Carlos (Cidadania), Didi de Arnor (PP), Ricardo de Dodoca (PP), Toni Cabelos (PP), Gideon Ismaias (Cidadania) e Marckuty da Maisa (SD).

Se alinharam aos servidores Omar Nogueira (Patriotas), Marleide Cunha (PT), Carmem Júlia (MDB), Tony Fernandes (SD), Paulo Igo (SD), Ozaniel Mesquita (União), Pablo Aires (PSB) e Isaac da Casca (DC).

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Prefeito manda comissionados para dividir galerias da Câmara Municipal com servidores efetivos que lutam contra retirada de direitos. Rojão é soltado contra parlamento

O prefeito Allyson Bezerra (SD) articulou, numa reunião com o líder do governo Genilson Alves (PROS) e o vereador Raério Cabeção (PSD), uma estratégia para criar uma atmosfera favorável a aprovação dos Projetos de Lei Complementar (PLCs) 17 e 57 que mexem com direitos dos servidores efetivos.

A Câmara Municipal abriu as portas mais cedo hoje. Às 6h já tinha comissionados entrando nas galerias para dar o pretexto para barrar os efetivos que chegariam no horário tradicional das 7h.

Ainda assim vários efetivos conseguiram chegar ao local, colocar cartazes de protestos e ensaiar palavras de ordem como o “Fora Allyson!”.

O clima está tenso a ponto de um rojão ter sido disparado contra o prédio onde funciona a Câmara Municipal de Mossoró.

O Blog do Barreto foi informado que a segurança hoje foi reforçada com a presença de policiais à paisana mobilizados para intimidar os manifestantes.

Os PLCs acabam com os anuênios para servidores novatos de categorias com planos de carreiras; reduz o tempo de licença médica sem necessidade de passar por junta médica de 15 para três dias; reduz de 90 para 60 dias a licença para cuidar de familiares enfermos; e oferece uma redução de carga horária para pais de crianças com deficiência e/ou autistas menor que o estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O Sindserpum, Sindguardas, Sindatran e o Sindssam aprovaram greve geral para começar no dia 26. A pauta é a retirada dos projetos.

O prefeito nega que esteja usurpando direitos e alega que as propostas garantem segurança jurídica aos servidores.

 

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Sob pressão dos servidores, governistas esvaziam plenário e sessão é encerrada por falta de quórum. Trabalhadores saem em passeata para o Palácio da Resistência

O clima de tensão tomou conta mais uma vez da Câmara Municipal de Mossoró. Centenas de servidores municipais ocuparam as galerias no início da manhã desta quarta-feira, dia 14.

Gritando palavras de ordem, os manifestantes deram o tom do clima hostil que os vereadores governistas encontrariam caso fossem ao plenário votar a favor do fim do anuênio para os novatos de categorias sem plano de carreira, redução de 30 para três dias o limite para tirar licença médica sem passar por uma junta, redução da jornada de trabalho para pais de autistas num tempo menor que estipulado pelo TSF e redução de 90 para 60 dias o tempo de licença para cuidar de familiares doentes.

Somente compareceram ao plenário os vereadores Tony Fernandes (SD), Pablo Aires (PSB), Ozaniel Mesquita (União Brasil), Marleide Cunha (PT), Paulo Igo (SD), Omar Nogueira (Patriotas) e Francisco Carlos (Avante).

 

Sem a sessão, os servidores saíram em passeata para o Palácio da Resistência buscando serem ouvidos pelo prefeito Allyson Bezerra (SD). Ontem ele negociou com a OAB mudanças no projeto que reestrutura de a carreira de procurador do município, mas se recusou a receber os sindicatos, preferindo dialogar diretamente com alguns efetivos mais ligados à gestão.

Allyson tem negado que esteja retirando direitos dos servidores.

 

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Vídeo mostra ocorrência que levou presidente da Câmara a encerrar sessão

Um servidor invadiu o plenário no momento em que a Câmara Municipal de Mossoró discutia o requerimento de urgência que trazia de volta a pauta os Projetos de Lei Complementares 17 e 57 que retira direitos dos servidores como o fim do anuênio para novatos que possuam plano de cargos carreiras e salarias e redução do tempo de licença médica para quem vai tirar atestado acima de três dias.

As imagens são do cinegrafista da TCM Telecom Natanael Figueredo (veja abaixo) que flagrou o exato momento em que o servidor furou a segurança e entrou no plenário.

Por questões de segurança o presidente da Câmara Municipal Lawrence Amorim (SD) encerrou a sessão.

Em nota, a Câmara Municipal reforçou que o acesso ao plenário é restrito por questões de segurança. “A Câmara Municipal de Mossoró oferece, nas galerias do plenário, espaço para o público assistir às sessões e fazer manifestações, como afixação de faixas e cartazes, conforme ocorrido em diversas votações, ao longo do tempo, no Poder Legislativo”, afirmou. “Por sua vez, o plenário é um espaço de acesso restrito para garantia da segurança institucional e do adequado ambiente parlamentar, acessível a vereadores (a) e servidores credenciados, a exemplo de outras casas legislativas”, complementou.

Na nota o legislativo reforçou que vai apurar os responsáveis pelos incidentes da última sexta-feira e de ontem. “Nas sessões de sexta-feira (9) e de hoje (13), no entanto, ocorreram invasões ao plenário da Casa, pela segunda vez consecutiva. Tais situações produzem ambiente de tumulto, que leva a Presidência, baseada no Regimento Interno, a encerrar as reuniões”, avaliou. “Haja vista o risco desses protestos ao patrimônio do povo e à integridade física de pessoas, a Câmara pede ao público que respeite os espaços a ele delimitados e que, nesses, realizem manifestações, porém nos limites da civilidade. Por fim, o Legislativo apura possíveis excessos para adoção de medidas cabíveis, ao honrar a sua missão de defesa da ordem e da democracia e assegurar direito à livre e à pacífica manifestação na casa do povo mossoroense”, concluiu.

Neste momento o plenário da Câmara Municipal está com a galeria lotada na promessa de mais uma sessão tensa.