A empresa terceirizada Athos, que presta serviços na Secretaria Municipal de Saúde, está com salário e vale alimentação atrasados referentes ao mês de novembro.
São 200 colaboradores vivendo um drama nas vésperas das festas de fim de ano. São trabalhadores que exercem funções ASG, motoristas, socorristas e digitadores.
Já a Releecun demitiu 40 jardineiros que prestam serviços ao Município.
A Prefeita Rosalba Ciarlini (PP) assinou no valor de R$ 9.635.626,68 por um ano com a ESTRATÉGICA SERV. E REPRESENTAÇÕES EIRELI para oferta de serviços terceirizados.
Por meio do acordo a Prefeitura de Mossoró seguirá com serviços de ASG, Contínuos, Digitador, Recepcionista, Motoristas de Pequeno Porte e Grande Porte, Eletrotécnico e Operador de Máquinas fornecidos por essa empresa.
O contrato atual termina hoje e os funcionários estão de aviso prévio. A gestão de Rosalba Ciarlini termina no dia 31 de dezembro.
O novo contrato foi assinado ontem e publicado na última gestão do Jornal Oficial de Mossoró (JOM).
Ao comentar queda de R$ 10 milhões na arrecadação de Mossoró, ontem (2), na Câmara Municipal, o vereador Raério (PSD) disse estranhar contratação de pessoal em meio à redução de receita. “Como está faltando dinheiro, se contrata pessoal?”, questionou.
Refere-se ao novo contrato superior a R$ 2 milhões e meio, com a empresa de mão de obra terceirizada Athos, para contratação de motoristas, digitador, ASGs. “E, mais uma vez, sem licitação”, observa.
A mesma empresa, segundo Raério, já abocanhara outro contrato com a Prefeitura, em janeiro deste ano, de mais de R$ 4 milhões e meio, para os mesmos cargos – também sem licitação.
“E, mesmo assim, a Athos mantém salários atrasados”, estranha, ao acrescentar ser papel da Câmara e dos demais órgãos de controle, como Ministério Público e Tribunal de Contas, fiscalizar a situação.
Saúde
O vereador considera inadmissível o uso de frustração de receita como justificativa. “Até porque a Prefeitura tem economizado muito, com redução do funcionamento da máquina. Vários equipamentos estão sem funcionar na pandemia, como todas as escolas”, aponta.
Enquanto isso, segundo Raério, agrava-se a crise na saúde. “Ontem recebi ligação de três pessoas, relatando pacientes morrendo por falta de respiradores na UPA do Belo Horizonte. Há apenas uma ambulância do Samu para transferir pacientes de Covid-19 das UPAs para hospitais”, conta.
Ele também critica a tentativa de transferência culpa para o Governo do RN. “A Prefeitura precisar ter iniciativa, não esperar pelo Estado. E mais: o Governo Federal repassou quase R$ 12 milhões contra a Covid-19 e só foi gasto pouco mais de R$ 2 milhões. Onde está esse dinheiro?”, pergunta.
Nas contas do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio, Conservação, Higienização e Limpeza Urbana do Rio Grande do Norte (Sindlimp/RN) são 780 servidores terceirizados que prestam serviços à Prefeitura de Mossoró com salários atrasados.
Isso somente em relação aos serviços em que o Sindlimp representa as categorias. São dois meses de salários atrasados na Athos (360 servidores) e na Estratégica (mais 180). A Troia (140 trabalhadores) ainda não pagou as rescisões.
A Reelecum com 100 funcionários prestando serviços ao município tem promessa de fazer o pagamento hoje. Está com um mês atrasado.
Somente a Vale Norte está com salários em dia entre as terceirizadas que tem servidores representados pelo Sindlimp.
A Prefeitura de Mossoró tem evitado se manifestar sobre o assunto todas as vezes que é procurada pelo Blog do Barreto.
Ontem com toda pompa a prefeita Rosalba Ciarlini (PP) assinou o empréstimos de R$ 146 milhões junto à Caixa Econômica Federal para realização de 44 obras. Na primeira etapa serão liberados 20% e entre as prioridades está a construção da Arena Cultural, que servirá para a exibição das quadrilhas juninas.
Uma das grandes ações planejadas para este ano é a realização de um Mossoró Cidade Junina impecável para melhorar a imagem desgastada da prefeita.
O foco é no circo, como assinalamos ontem.
Enquanto isso os terceirizados que prestam serviços ao Município de Mossoró estão sem pão. Eis um espetáculo grotesco de salários atrasados. A crise é abafada na cartola de mágicas midiáticas e os funcionários são domados pelo silêncio provocado pelo medo de ficarem desempregados.
Quando a imprensa busca informações sobre o assunto recebe o nariz de palhaço simbolizado pela falta de retorno aos questionamentos.
Mas os salários atrasados saltam de um mês ao outro que nem um trapezista enquanto os trabalhadores sobrevivem como se os boletos e fossem malabares.
Na empresa Troia que prestava serviços à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social 140 servidores aguardam o pagamento da rescisão. Nada previsto até agora.
Coisa para se virar nos 30.
A Athos, que tem contratos com as secretarias de saúde e educação, são 180 trabalhadores em cada contrato com dois meses de salários atrasados.
Todos estão sem receber o vale alimentação, exceto a Troia cujo caso é de rescisão.
Com contrato desde 23 de dezembro de 2019, a empresa Estratégica ainda não viu a cor dinheiro. São mais 180 pessoas trabalhando sem receber em dia.
Esse circo está um horror!
Por mais que a prefeita faça acrobacias para fingir que o problema não existe sempre vai ter um terceirizado no globo da morte (de fome) para lembrar que falta pão no circo da Rosa de Mossoró.
Nota do Blog: as informações foram repassadas ao Blog do Barreto por Aldeiza Sousa, delegada do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio, Conservação, Higienização e Limpeza Urbana do Rio Grande do Norte (Sindlimp/RN).
O Blog da Chris trouxe a informação de que o quadro de servidores terceirizados da Prefeitura de Mossoró não é atualizado desde 2018 no Portal da Transparência.
Para ser preciso as atualizações ocorreram pela última vez em 24 de julho de 2018. De lá para cá novas empresas foram contratadas, tivemos renovações e licitações ocorreram.
No quadro desatualizado constam 300 terceirizados distribuídos nas empresas Prime, Troia e Reelecun.
Veja AQUI a lista dos terceirizados.
O Blog do Carlos Santos noticiou que a Prefeitura de Mossoró está disponibilizando R$ 24.516,163,16 para contratar duas empresas para oferecer mão-de-obra terceirizada por 12 meses.
Ao todo as duas empresas contratariam 597 profissionais como digitadores, motoristas, contínuos, cozinheiros, auxiliares de serviços gerais etc.
Em média cada servidor terceirizado custará anualmente R$ 41.065,59, o que daria um pagamento mensal de R$ 3.422,13 para cada trabalhador, 3,4 vezes o valor do salário mínimo.
Confira a matéria de Carlos Santos AQUI
Nota do Blog: já pensou uma cozinheira ou um ASG ganhar R$ 3.4 mil/mês? Seria fantástico, mas o trabalho deles faz o dono empresa lucrar como atravessador de salários. São escravos de ganho modernos.
