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Quando Allyson vai fazer uma coletiva para reclamar de Rogério Marinho e Styvenson?

Na terça-feira enquanto 140 prefeitos de todo o Rio Grande do Norte se organizavam para no dia seguinte fazer um protesto em conjunto na capital do Estado para buscar apoio político para aumentar de 22,5% para 24% a alíquota do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), o prefeito de Mossoró Allyson Bezerra (União) optou por uma estratégia pirotécnica de colocar quatro auxiliares para dar uma entrevista coletiva alegando que se os repasses federais seguirem em queda a folha de pagamento de setembro pode atrasar.

Ele foi o único prefeito do Estado a fazer isso.

No dia seguinte enquanto os prefeitos estavam na Assembleia legislativa em Natal fazendo mobilização política, Allyson ficou em Mossoró para inaugurar um supermercado enquanto as portas das escolas municipais e unidades básicas de saúde da cidade estavam fechadas em protesto contra a queda do FPM nos meses de julho e agosto.

Nesta mesma quarta-feira, só que à noite, o Senado aprovou a volta do voto de qualidade do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). De acordo com o Instituto Justiça Fiscal essa lei vai garantir em média R$ 1 bilhão a mais em FPM por ano aos municípios do Rio Grande do Norte.

Só Mossoró, segundo a entidade, vai receber R$ 25 milhões a mais por ano de FPM. Aliados do prefeito Allyson Bezerra, os senadores Rogério Marinho (PL) e Styvenson Valentim (PODE) votaram contra a proposta. Só Zenaide Maia (PSD), também parceira do burgomestre, endossou a ideia.

A título de comparação: as perdas de julho e agosto somam 2.046.923,02 em relação aos mesmos dois meses do ano passado. Já no acumulado entre janeiro e agosto de 2023 o saldo positivo no FPM é de R$ 3.566.006,75. Se a lei do voto de qualidade do CARF estivesse valendo as perdas seriam bem menores para os municípios.

Rogério foi um entusiasmado opositor do projeto por entender que em caso de empate nos julgamentos do CARF o benefício tem que ser para a empresa e não para sociedade e que se dane o municipalismo.

“Estamos transformando um tribunal para dirimir questões entre quem tributa e quem é tributado num local de arrecadação coercitiva, com o único objetivo de resolver um problema de caixa episódico do governo federal, causado por ele mesmo. O governo aumenta de forma irresponsável os gastos públicos e busca resolver seu problema com receitas não recorrentes, receitas que não vão se repetir no ano subsequente, uma vez que estamos falando de um estoque, que vai se exaurir”, disparou, ignorando que a regra mudada por Jair Bolsonaro (PL) em 2020 tirava o direito do Governo de recorrer ao judiciário em caso de empate e que as empresas poderão ter essa possibilidade mesmo com o voto de minerva favorável à sociedade.

O projeto passou, apesar dos votos de Rogério e Styvenson.

Mas fica a pergunta ao prefeito que está revoltado porque o FPM que vinha subindo acima da inflação ao longo do ano e teve uma queda em dois dos oito meses de 2023: vai fazer coletiva para reclamar de Rogério e Styvenson?

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Só Zenaide vota a favor de projeto que garante R$ 1 bilhão por ano aos municípios do RN

Na última quarta-feira o Senado aprovou por 34 a 27 o Projeto de Lei 2,384 de 2023 que restabelece o voto de qualidade Conselho Administrativo de Recurso Fiscais (CARF), que devolve ao Governo Federal o voto de minerva em caso de empate nos recursos. A empresa, claro, pode recorrer ao judiciário.

Dos senadores potiguares só Zenaide Maia (PSD) votou a favor da proposta. Rogério Marinho (PL) e Styvenson Valentim (PODE) votaram contra.

Em resumo: se der empate na votação o Governo vence a empresa, evitando a sonegação fiscal.

O Governo Federal espera arrecadar R$ 54 bilhões ainda em 2023 com essa nova lei até o final deste ano.

Um levantamento do Instituto Justiça Fiscal o Governo Federal perdeu em média R$ 82 bilhões por ano desde que o ex-presidente Jair Bolsonro (PL) mudou a regra em 2020 estabelecendo que em caso de empate a empresa vence sem que o Governo possa recorrer ao judiciário.

Segundo dados do Instituto Justiça Fiscal os municípios potiguares devem arrecadar mais de R$ 1 bilhão por ano com Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e o Governo do Rio Grande do Norte terá um incremento de R$ 1,3 bilhão no Fundo de Participação dos Estados (FPE).

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Apesar do discurso em defesa dos municípios, João Maia se alinha ao bolsonarismo na votação do retorno do voto de qualidade no Carf, que beneficiam prefeituras

Na votação na Câmara dos Deputados que aprovou o Projeto de Lei 2384 que devolve o voto de qualidade ao Governo Federal no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) não é possível saber quem votou contra ou a favor da proposta porque a votação do texto base foi simbólica.

Mas um dado chama atenção: o deputado federal João Maia (PL), cujo discurso de defesa dos municípios é a base de sua atuação política, se alinhou ao bolsonarismo na votação de destaques e requerimentos na sessão extraordinária da última sexta-feira.

Em parte das votações, o placar na bancada do Rio Grande do Norte foi de 5×3 com João Maia se juntando aos bolsonaristas General Girão e Sargento Gonçalves, ambos do PL.

De 11 votações, em três delas ele votou com o bolsonarismo e em outras duas se ausentou (requerimento de retirada de pauta e adiamento da votação). Outro que, apesar dos votos alinhados com a aprovação da matéria, também votou a favor do adiamento da votação foi Paulinho Freire (União Brasil), que também se colocada como defensor dos municípios.

Até 2020, o voto de qualidade garantia vantagem ao Estado em caso de empate no Carf com direito ao contribuinte de recorrer ao judiciário. O então presidente Jair Bolsonaro mudou para dar ganho ao contribuinte sem que o Estado possa recorrer à justiça, medida vista como benéfica aos sonegadores.

Segundo dados do Instituto Justiça Fiscal a volta do voto de qualidade no Carf, vai garantir ao Rio Grande do Norte R$ 2,4 bilhões vêm para o Rio Grande do Norte sendo R$ 1,3 bilhão para o Governo do Estado via Fundo de Participação dos Estados (FPE) e mais de R$ 1 bilhão para as prefeituras, via Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

O Blog do Barreto entrou em contato com a assessoria do deputado para pedir um posicionamento, mas não recebeu uma manifestação oficial.