A Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) alcançou mais um marco significativo no campo da inovação tecnológica, ao conquistar sua sexta patente, fruto de um esforço integrado, contando com o trabalho dedicado de um grupo comprometido de pesquisadores. O dispositivo em questão, intitulado “Morsa para Fixação de Enxerto para Testes de Tração em Máquina Universal de Ensaios EMIC”. O Morsa foi fruto do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), do engenheiro Marcos Vinicius da Silva Lavor.
A peça foi projetada para auxiliar nos testes de tração em materiais, proporcionando uma fixação precisa de enxertos para avaliação da sua resistência. “Com a capacidade de aplicar forças de tração uniformes, o dispositivo oferece flexibilidade ao acomodar uma variedade de diâmetros de enxertos, seja através de fixação direta ou indireta”, explica o professor Rodrigo Nogueira Codes, do Centro de Engenharia e um dos nomes à frente da Pesquisa.
A conquista da patente é mais do que um marco isolado, é um reflexo do compromisso da Universidade e de sua comunidade com a inovação e o progresso coletivo. Para o professor Rodrigo Codes, a inovação, hoje, já pode ser considerada um quarto e essencial pilar, ao lado do ensino, da pesquisa e da extensão. “Cada patente não apenas representa um avanço tecnológico, mas também simboliza a concretização de ideias visionárias e o compromisso com o desenvolvimento da sociedade”, pontuou o professor.
Ainda o professor, o grupo está muito feliz e entusiasmado com tamanha conquista e com o deferimento de mais uma patente, nessa interface interdisciplinar que une Medicina e Engenharia. “A nossa segunda patente, que é a sexta da nossa Ufersa, foi o desenvolvimento de um dispositivo experimental que nos permite realizar o ensaio mecânico e simular a reconstrução do ligamento cruzado anterior do joelho e testar a fixação dos parafusos de interferência, que fixam o enxerto aos ossos do fêmur e da tíbia. E com isso realizamos diversos ensaios mecânicos que validam nossos modelos de parafuso em material bioabsorvível impresso em 3D, que foi o objeto da nossa primeira patente. Veja AQUI. Ficamos felizes em contribuir para o portfólio da UFERSA e, principalmente, com soluções inovadoras para nossa sociedade”, completa o professor que integra também o Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais.
O Professor Diego Ariel, outro nome à frente do estudo, enfatiza a importância da interdisciplinaridade, algo que, segundo ele, dá gosto se ver na Ufersa. “A interdisciplinaridade mostra toda a sua força quando unimos esforços oriundos da medicina, comigo e com a professora Lana Lacerda, por exemplo, com Engenharia, através do professor Rodrigo Codes. Nossa expectativa é que venham mais trabalhos e conquistas, a Ufersa merece”, afirmou. A parceria entre a Engenharia e a Medicina já rendeu seis TCCs e uma dissertação de mestrado, além de três trabalhos de iniciação cientifica.
Dentro desse processo, o professor explica a importância da pesquisa para o curso de Medicina”Nosso grupo de estudos de ortopedia/laboratório de cirurgia experimental da Ufersa desenvolveu algumas técnicas cirúrgicas. Todavia, antes de utilizar na prática em humanos, tivemos o cuidado de planejar testes mecânicos, para garantirmos que nossas técnicas seriam de fato efetivas. Daí a parceria com a engenharia, que permitiu a construção de um dispositivo de testes para verificar a eficácia de nossas técnicas cirúrgicas. Com isso, vieram TCCs, dissertações de mestrado, publicações em revistas científicas e, por fim, a patente para UFERSA do nosso dispositivo de testes”.
O Professor Ariel ainda destaca todo o trabalho discente relacionado à conquista, sobretudo o do discente Marcos Lavor, do curso de Engenharia Mecânica. “A universidade vem se destacando cada vez mais como um celeiro de inovação, fomentando o desenvolvimento e impactando positivamente a sociedade. A obtenção da sexta patente representa mais uma conquista simbólica para nossa Universidade, reafirmando o compromisso com a excelência acadêmica e a produção científica de alto nível”, opinou o professor Ariel.