Um ano ruim

No plano pessoal vai tudo bem. Mas o mundo não se resume ao que acontece no entorno de meu umbigo. Para mim 2019 não foi um bom ano.

Tanta gente boa se foi. Perdemos João Carlos Brito, um dos melhores e mais completos jornalistas do Rio Grande do Norte. A voz de George Wagner se calou para sempre. Paulo Henrique Amorim e Ricardo Boechat se foram de forma repentina.

Na música perdemos João Gilberto, Beth Carvalho e Marcelo Yuka. Você pode até não gostar de forró, mas como não se chocar com a morte de Gabriel Diniz no auge do sucesso?

O ano de tantas perdas se encerra com o sepultamento do ex-deputado federal Paulo Wagner.

A lista de perdas é longa. Certamente esqueci de muita gente boa.

Tivemos a tragédia de Brumadinho. A Amazônia esteve sob constante ataque.

O Brasil passou vergonha em nível internacional. As coisas não foram boas este ano.

Os números são bem avaliados na economia, mas isso não converteu em melhorias para os mais necessitados. A carne se afastou da mesa do trabalhador e virou símbolo dos novos tempos em que a bolsa de valores é mais importante que a melhoria na vida dos que botam a cara no sol para desenvolver este país.

Na política a classe trabalhadora acumulou derrotas e só venceu quando reduziu danos em algumas propostas do Governo Bolsonaro.

As universidades estão sofrendo constantes ataques. Estamos encarando uma assustadora ascensão do obscurantismo. Nossas instituições foram testadas ao limite com Bolsonaro no poder.

A única saudade de 2019 vai ficar nas lembranças dos que se foram.

Vou parar por aqui porque essa retrospectiva lembra mais uma sessão de descarrego.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto