Uma eleição decisiva para o clã Rosado em Mossoró

Por Bruno Barreto*

O ano de 2020 pode marcar uma virada de chave na história política de Mossoró. Salvo duas curtas interrupções (Antônio Rodrigues de Carvalho em 1968 e Francisco José Junior na eleição suplementar de 2014) nos últimos 72 anos a capital do Oeste foi governada por alguém com sobrenome Rosado ou apoiado, quando a legislação não dava brechas, pelo clã político.

Após viver o auge de seu poderio político quando chegou a ter dois deputados federais, dois estaduais, senadora e depois governadora, além do comando de sempre na Prefeitura de Mossoró e representantes na Câmara Municipal a oligarquia está em declínio.

Se divididos conquistaram muito poder, agora com suas mais tradicionais facções ajuntadas, os Rosados nunca estiveram tão fragilizados.

Tudo fruto de uma disputa fraticida após a emblemática eleição de 2012 e pela pífia passagem de Rosalba Ciarlini pelo Governo do Estado. Os Rosados não conseguem cadeiras na Assembleia Legislativa há dez anos. A única vaga de deputado federal foi assegurada por meio de uma controversa disputa jurídica.

Outrora poderosa liderança política Sandra Rosado não consegue montar uma nominata de vereador no PSDB. Nem mesmo emplacar a filha Larissa Rosado como vice na chapa governista é uma realidade plausível.

A outra ponta do clã é liderada com mão de ferro por Carlos Augusto Rosado. Sua esposa Rosalba Ciarlini repete na quarta passagem pelo Palácio da Resistência o mau desempenho que teve no Governo do Estado. Sem uma situação econômica favorável e no auge da decadência da indústria petrolífera, Rosalba tem um acerto de contas com a história em 2020. Hoje paga como gestora o preço por não ter planejado, quando tinha condições para isso, alternativas para a economia local.

Não por acaso sua desaprovação é alta na capital do Oeste e seu principal trunfo é a fragmentação da heterogênea oposição local que hoje ostenta seis pré-candidatos, sendo três à direita e três à esquerda.

Se Mossoró tivesse segundo turno (prerrogativa para cidades com mais de 200 mil eleitores) cravaria que a mítica prefeita sofreria a primeira derrota de sua vitoriosa carreira política.

De toda forma o risco da derrota é real e pode significar o fim de uma das maiores dinastias políticas do Rio Grande do Norte.

*Artigo publicado no Jornal Agora RN.

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