Escrever a dissertação de mestrado que se converteu no livro “Os Rosados Divididos: como os jornais não contaram essa história” foi o maior desafio de minha vida. Conciliar o trabalho com a pesquisa acadêmica não foi fácil. Mas a criança nasceu e foi aprovada pela banca coordenada pelo professor Dr. Lemuel Rodrigues, a quem coube a orientação do trabalho.
Dissertação aprovada, título de mestre garantido, restava ir além. Transformar a pesquisa em livro. Mas para isso eram necessários alguns ajustes. Eliminar os trechos mais teóricos era o mais óbvio. Mas eram necessários alguns ajustes de linguagem e uma nova revisão. Isso foi feito. Agora, 14 meses após a defesa acadêmica, o livro está pronto.
Não posso deixar de destacar uma pessoa fundamental para que o projeto desse certo: minha esposa Ianara Brasil. Foi ela quem planejou o lançamento em cada detalhe, quem revisou o livro quando eu não tinha mais paciência e encontrou os erros que ninguém achou deixando o trabalho mais agradável ao leitor. Não posso deixar de agradecer ao escritor Clauder Arcanjo pela disponibilidade em conceder o Selo Sarau das Letras ao meu trabalho.
O livro foi fruto de um ano pesquisa. Li mais de duas mil edições da Gazeta do Oeste e O Mossoroense. Um trabalho cansativo tanto mentalmente quanto fisicamente. Não é tarefa simples trabalhar com fontes primárias. Requer disciplina, sacrifício e muita paciência para achar nas entrelinhas uma história que ninguém queria contar na época. Mas entre 1980 e 1988 achei muita coisa nos mínimos detalhes.
Quem ler o livro encontrará muitas respostas para histórias que se perderam no tempo, limitadas pelas lembranças, deturpações e traições que a memória sempre nos apronta.
Quando os Rosados se dividiram politicamente? Como foi o processo? Quando tivemos o primeiro embate Rosado x Rosado? Como foi? Na eleição de 1988 Rosalba Ciarlini só venceu quando recebeu o apoio de Dix-huit Rosado?
Essas são perguntas que serão respondidas ao longo da leitura. Também terão passagens sobre episódios tensos da política potiguar nos anos 1980 como o “Pacto da Solidão” e “Voto Camarão”.
Teremos a emergência de vários resultados eleitorais dos anos 1980 esquecidos na memória de nosso público.
Escrevi esse trabalho não só para que ele seja lido e reconhecido, mas também para ser alvo de contestação. A história está aí para ser ponto de partida para novos estudos e aprofundamento de um tema jamais avaliado em nível acadêmico. É preciso uma pesquisa no campo da oralidade ouvindo os personagens ainda vivos que tem muito a contar. Talvez eu faça, talvez seja outro. Mas é uma lacuna que ficou por uma questão de delimitação de tempo e tema.
Que surjam novos trabalhos sobre esse tema e vamos ao debate. Aguardo vocês no Memorial da Resistência na quinta-feira, dia 21, às 19h30.