O servidor da Universidade do Estado do Rio Grande Norte (UERN) num primeiro momento bateu palmas para a proposta feita pelo Governo do Estado. Receber os sonhados 12% ainda que a título de benefícios é melhor do que voltar ao trabalho de mãos abanando.
Mas num segundo momento surgem as reflexões. “Mas espere aí é a mesma coisa do abono sugerido da outra vez. Só fizeram mudar o nome”, pensa o técnico administrativo.
Pois é. O abono tapa o sol com a peneira porque não acrescenta nada em termos de aposentadoria. É uma derrota para o servidor. Quem já conviveu com abono sabe o trabalho que dá para incorporá-lo ao salário no futuro.
Há outra coisa que assusta. “Como é? Vão colocar esse percentual em cima de tudo? Tenho salário base, gratificação por função e outra por titulação. Será que é só sobre o salário base? Se for assim perco muito dinheiro”, pensa o professor doutor que além de dar aula ainda exerce funções administrativas na universidade.
É justamente esse segundo ponto que mais carece de esclarecimentos. Talvez seja o aspecto decisivo para a aprovação ou não da proposta do Governo do Estado.
A greve já se arrasta há quatro meses. Fazer greve cansa e o final do ano está chegando, tem muita gente com viagem marcada e essa paralisação prolongada pode atrapalhar planos pessoais.