Acompanhei atentamente o debate da Intertv Costa Branca. Uma discussão quente, mas não necessariamente produtiva pela crônica falta de proposta dos candidatos.
Nesse aspecto quem se sobressaiu foi o candidato Gutemberg Dias (PC do B), o único a focar em ideias e quando saiu dessa questão trouxe o debate para o campo ideológico, provocando críticas. Para mim foi válido. O eleitor tem, sim, que saber qual a ideologia do candidato. O questionamento à Tião Couto (PSDB) foi válido.
O “candidato zumbi”, Francisco José Junior (PSD), agiu como um autêntico personagem do seriado “The Walking Dead” não atacando quem estava imune, neste caso a imunidade era não ter o sobrenome Rosado. Sobrou para a ex-governadora Rosalba Ciarlini (PP). Ela foi alvo constante dos ataques do prefeito, que como um zumbi, tirava nacos da carne política da pepista que não conseguia se sobressair ao recorrer a evasivas e foi várias vezes cobrada a responder as perguntas.
O ponto alto de Rosalba foi quando ela ironizou dizendo não saber como se dirigir ao prefeito se como candidato ou ex-candidato. Outro momento em que ela teve uma boa sacada foi quando disse que não sabia se o prefeito era Francisco, Francisco José Junior, Silveira ou Silveirinha. Foi só. Ela partiu para o ataque contra Tião explorando o assunto da Prest (veja AQUI) cuja realidade não bate com os argumentos dela.
Rosalba mostrou-se irritada, não conseguiu prestar contas com argumentos sólidos, sempre se limitando ao “Mossoró me conhece”, “Mossoró sabe o que eu já fiz” ou “vou fazer muito mais”. Ela também se atrapalhou ao falar dos processos judiciais. Não soube lidar com os fantasmas que rondam seu projeto e que certamente seriam explorados na campanha como o blog tinha antecipado (veja AQUI).
Tião Couto mostrou-se inseguro no começo do programa, mas aos poucos ganhou confiança. Está claro que ele age em bloco com Francisco José Junior. Prova disso, que na primeira pergunta o prefeito abordou a questão do abastecimento de água, um assunto que o tucano domina. Tião tem limitações para se expressar, isso é fato, mas mostrou evolução.
Já o “candidato zumbi”, Francisco José Junior fez o que se esperava dele: explorar a retórica privilegiada, a boa memória e o conhecimento de dados governamentais. Estava evidente que ele foi ao debate com o foco na desconstrução da imagem de Rosalba. Ele tirou ela do sério várias vezes. Cumpriu a questionável missão a que se propôs.
Nas trocas de farpas e ataques quem se superou foi Gutemberg Dias que mais uma vez reforçou a imagem de político preparado. Focou em propostas e agradou o eleitor que cobra isso dos candidatos. Saiu maior que entrou.
Vamos aguardar o segundo round na TCM amanhã.