É a segunda eleição consecutiva e a primeira em nível municipal que a tradicional família Rosado, que dominou a política de Mossoró por quase 70 anos, passa abaixo do papel de coadjuvante.
A influência do clã foi mínima. O mais próximo de um sucesso foram as duas ex-deputadas Sandra e Larissa Rosado celebrando a reeleição da vereadora Marleide Cunha (PT).
Ainda assim o papel delas foi menor do que o propagado em suas redes sociais. Marleide foi reeleita pelo histórico de luta sindical, pelo bom mandato que exerceu e teve nesta ala dos Rosados um plus para ultrapassar a marca de três mil votos.
A ex-toda poderosa da política local, a ex-governadora Rosalba Ciarlini (PP), sequer conseguiu eleger uma nominata competitiva no PP. Foi mera coadjuvante na campanha do terceiro colocado na disputa pela Prefeitura de Mossoró, Genivan Vale (PL), que apostou muito mais na figura do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nem parece que há quatro anos, antes de ser derrotada por Allyson Bezerra (UB), ela ostentava o título de “maior eleitora de Mossoró”. Foi assim por três décadas, não é mais.
A eleição de 2024 termina sem nenhum Rosado eleito.
Os dois candidatos a vereador sequer exploraram o sobrenome se apresentando como “Vingt-un” e “Tarcisinho Show”. Não deu certo. Os dois tiveram menos de mil votos.
Nos anos 2000, o saudoso jornalista Nilo Santos cunhou a frase que representava bem o auge do poder da família: “Os Rosados são situação, oposição e alternativa”. Eram tempos da polarização entres os grupos de Rosalba e Sandra em que o empresário Marcelo Rosado tentava entrar como terceira via.
Hoje estão longe do poder, não reúnem forças para liderar a oposição e sequer podem cogitar ser uma terceira via.
Em 2004, o então candidato a prefeito Francisco José, o pai, sugeriu dar férias aos Rosados como slogan de campanha. Na época não colou, apesar do terceiro lugar com boa votação. Quando quis, Mossoró mandou logo a família para a fila dos aposentados da política.