Da louvação de Xand no “Pingo” a necessidade de mentir sobre o público do evento: o uso político do Cidade Junina por Allyson

Allyson e sua imagem e semelhança no Chuva de Bala (Foto: redes sociais/Allyson Bezerra)

Esse provavelmente foi o último Mossoró Cidade Junina formalmente comandado pelo prefeito Allyson Bezerra (UB), que em abril do de 2026 vai precisar renunciar ao cargo para disputar o Governo do Rio Grande do Norte.

Hoje ele lidera as pesquisas, mas já começa a dar sinais de fadiga eleitoral após os últimos acontecimentos como a revelação do escândalo de corrupção revelado pelo Blog do Barreto na série “Os Segredos de Allyson”.

O Cidade Junina 2025 foi uma aposta do prefeito para abafar o assunto e se projetar em nível estadual. A primeira meta ele conseguiu em parte porque a festa acumulou problemas que acabaram se sobressaindo no noticiário da mídia que não integra o consórcio que o blinda. A segunda intenção apresenta indícios de objetivo não atingido.

A verdade é que esse foi a edição do MCJ mais problemática da gestão de Allyson, que vinha enfileirando eventos bem-sucedidos.

Ele começou o “Pingo da Mei Dia” histórico pelo público recorde de 244 mil pessoas sendo ovacionado pelo cantor Xand Avião, que pediu votos para ele ser eleito governador, um crime eleitoral escancarado. Na mesma semana, o Ministério Público Eleitoral abriu uma investigação para apurar o caso.

Um vídeo editado pelo ex-candidato a prefeito de Mossoró Victor Hugo (UP) elencou a série de abusos cometidos pelos artistas nos trios elétricos durante o “Pingo”.

Outro problema foi a promessa cumprida parcialmente de colocar um piso no Arraiá do Povo. Na verdade, ele colocou uma espécie de pó de asfalto que deixou o lugar ainda mais quente. Além disso, barraqueiros denunciaram lama nos dias de chuva alertando para o risco de choques elétricos.

No entorno da Estação das Artes mais problemas com o exagero nas interdições no trânsito, que limitaram até acesso a hospitais. Isso irritou uma parte significativa da população que não aceitou os transtornos no trânsito.

Outro ponto ruim foi a relação com os barraqueiros naquele polo. A mudança de local na Estação das Artes foi mal-recebida porque deixou os comerciantes prejudicados sobretudo nos dias de menor público (que não foram poucos). A irritação foi enorme, mas silenciosa pelo medo de represálias.

No Cidadela foram registrados episódios de desorganização com artistas reclamando de maus tratos e falta de planejamento. O caso mais emblemático foi o da banda de reggae Raganort (Confira o vídeo)

Voltando a Estação das Artes, a falta de planejamento resultou em públicos pífios como os dos shows de Zezé di Camargo & Luciano e de Leonardo. Esse último foi um caso a parte, cantando caindo de bêbado.

Outro ponto constrangedor foi incluir a dupla Jorge Mateus na programação mesmo sem contrato assinado. Após a mídia informar que Mossoró não estava na agenda divulgada pelos sertanejos, Allyson reafirmou o show que acabou não acontecendo. Pior que isso: a gestão não deu satisfação ao público, frustrando fãs.

De última hora ele incluiu artistas consagrados como Elba Ramalho e Geraldo Azevedo.

Isso sem contar as reclamações sobre a desorganização na Arena das Quadrilhas que resultaram em desabafo, nota de repúdio do Diretor administrativo da Liquajutern, Alex Melo.

No Boca da Noite mais fraco dos últimos anos, o entorno do prefeito apresentou três números diferentes em 24 horas sobre a quantidade de gente: 200 mil, 145 mil e 129 mil. Todos acima dos números baseados em metodologia científica que apontou 94 mil pessoas.

Diante de tantos problemas, o prefeito apostou em números fantasiosos sobre o público presente ao Cidade Junina para dizer que o evento de 2025 foi maior que o de 2024, o que os estudos científicos realizados numa parceria entre PM/Uern/CDL discordam (saiba mais AQUI).

Isso sem contar o abuso no Chuva de Bala no País de Mossoró em que foi colocado um ator caracterizado à semelhança de Allyson, um jovem de 33 anos, para interpretar o cinquentão Rodolfo Fernandes. O caso foi alvo de várias críticas nas redes sociais.

Allyson começou sendo lançado ao Governo e terminou tendo que apelar para mentiras para diminuir os efeitos do Cidade Junina mais caótico da gestão.

 

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto