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Lawrence permitiu que votação em “conta gotas” de retirada de direitos dos servidores desgastasse Allyson

No jogo de xadrez na crise entre o prefeito Allyson Bezerra (SD) e os servidores municipais, por causa da retirada de direitos aprovada na última terça-feira, um fato passou despercebido: o comportamento do presidente da Câmara Municipal Lawrence Amorim (SD).

Lawrence jogou o jogo com discrição e frieza. O presidente da Câmara Municipal se fortalece quando torna o prefeito dependente dele.

Deixou que a votação dos projetos transcorresse a conta gotas. Na sexta-feira, dia 9, encerrou a sessão alegando falta de segurança. Na terça-feira, 13, voltou a alegar insegurança porque um manifestante entrou no plenário. Na quarta-feira, 14, se juntou aos governistas no esvaziamento do plenário.

Assim a crise passou pelas três semanas do Mossoró Cidade Junina com a aprovação dos projetos só no último dia 20.

A condução de Lawrence com a votação a conta gotas prolongou o desgaste do prefeito com os servidores. Allyson foi obrigado a tomar as rédeas da situação tendo que gravar vídeos e conceder entrevistas sobre projetos que ele inicialmente queria ver aprovados sem que o assunto estivesse no debate público. O que se pretendia ser um rolo compressor sobre os servidores com pouca repercussão terminou virando uma luta alucinada para conter danos.

Um detalhe faz a crise.

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Muita calma nessa hora! Crise com servidores é insuficiente para derrubar popularidade de Allyson

Quem não gosta do estilo de governar do prefeito Allyson Bezerra (SD) enxergou na crise criada pelo próprio burgomestre com os servidores municipais uma possibilidade e derrubar sua popularidade estratosférica.

Allyson tem 86% de aprovação na última pesquisa Seta divulgada pelo Blog do Barreto em outubro do ano passado e o mesmo índice na TS2 apresentada pela TCM em dezembro de 2022.

A única pesquisa de 2023 foi do Instituto Logos, divulgada pelo Blog Diário Político, apresentou 77% de ótimo/bom, um desempenho espetacular.

Com esses números é ilógico acreditar que uma crise isolada derrube a popularidade do prefeito. Ela provocou desgaste, minimizou a agenda positiva do Mossoró Cidade Junina e criou problemas que mais a frente podem gerar consequências como a união dos sindicatos e das oposições. Além do vazamento de informações negativas por parte de efetivos que passaram a ter antipatia pelo prefeito.

Mas para derrubar uma avaliação positiva é necessário um conjunto de fatores. Por enquanto não há, embora considere que a gestão tenha alguns problemas sérios com relação à buraqueira nas vias públicas que vem sendo minimizada com obras pontuais.

Isso é pouco para derrubar a popularidade. A queda da avaliação de um governo costuma ser um processo lento e gradual.

Veja o exemplo do prefeito do Natal Álvaro Dias (Republicanos). Em 2020, ele tinha aprovação de 65% no Instituto Seta. Em maio deste ano ele apareceu  com 33% de avaliação positiva neste mesmo instituto. Foram três anos para ele cair 32 pontos percentuais. Para isso pesaram escândalos de corrupção, crise no transporte público, envolvimento em polêmicas nas eleições do ano passado, enfrentamento com os servidores, buraqueira, crise na saúde e outros problemas.

Foi um conjunto de fatores tão avassalador que nem a blindagem midiática do prefeito foi suficiente para conter o derretimento da popularidade de Álvaro. Ainda assim ele continua sendo um ator importante na eleição de 2024.

Já Allyson, na maioria das vezes, administra os problemas sem desgaste no debate público e agora conta com R$ 200 milhões financiados junto à Caixa Econômica Federal que cairão como uma luva. São R$ 80 milhões agora no segundo semestre e mais R$ 120 milhões ano que vem para fazer investimentos que vão ajudar a diluir o desgaste.

Não existe bala de prata em política e se a oposição quiser vencer terá que se organizar e definir uma agenda no debate público para confrontar o prefeito.

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Prefeito condiciona receber sindicatos em separado e provoca impasse

O prefeito Allyson Bezerra (SD) está exigindo receber os sindicatos em separado para negociar os pontos dos Projetos de Lei Complementares 17 e 57, mas os representantes dos quatro sindicatos querem ser recebidos juntos alegando que a pauta é de interesse de todas as categorias.

O prefeito inicialmente tinha vetado receber a vereador Malrdeide Cunha e o agente de trânsito Alamo Duarte, mas diante da rejeição dos trabalhadores ele oficiou ao Sindserpum e ao Sindssam para que viessem ao Palácio da Resistência às 14h. Cada representante sindical poderia entrar acompanhado de duas pessoas.

Embora o ofício omita essa informação, o prefeito exige conversar em separado, o que gerou revolta das lideranças. Confira no vídeo abaixo:

O prefeito também foi ao Twitter dizer que cancelou a agenda para aguardar os servidores e que está aguardando.

“São 15:20h e continuo no aguardo dos sindicatos para reuniões como foram convidados. Fiz pedido que o diálogo seja feito de forma pacífica e com esclarecimentos. Não se pode repetir no Palácio da Resistência as cenas como na Câmara Municipal”, afirmou. “Precisamos que o diálogo ocorra com tranquilidade e de forma pacífica. Cancelei toda minha agenda administrativa da tarde para receber cada sindicato e ouvir as argumentações de todas as categorias. Espero que as questões políticas sejam deixadas de lado para o bom #diálogo”, complementou.

O prefeito abriu fogo contra os sindicatos ao enviar projetos de lei que retiram direitos dos servidores. Ele nega isso. Os projetos ainda não foram votados por pressão das variadas categorias que ocuparam sexta-feira, ontem e hoje as galerias da Câmara Municipal.

Os servidores estão acampados na porta do Palácio da Resistência.