A Secretaria de Assistência Social do Assú realizou hoje no Cine Teatro Pedro Amorim a solenidade de encerramento da campanha Agosto Lilás. Reunindo membros da gestão, o evento marcou o mês de ações realizadas pela Prefeitura que trabalhou pela conscientização e combate à violência contra a mulher e contou com a palestra de Udymar Pessoa Dantas Cardoso com o tema Agosto Lilás: Mês de Conscientização no Combate à Violência contra a Mulher.
A campanha Agosto Lilás atua na base de informação como fonte de conscientização à toda população em defesa das mulheres.
A Secretaria de Assistência Social do Assú desempenhou durante todo mês palestras, adesivaços e ações para levar mais conhecimento à população, fazendo que cresça a consciência social pelo fim da violência contra a mulher.
Na ocasião, também foram realizadas apresentações culturais com usuários dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos rural e urbano, além da assuense Priscila Arrazo e intervenção cultural com a poetisa Antonieta Guilherme que, através da poesia, realizou homenagem à senhora Luzialba Pinheiro de Mendonça, usuária do Serviço de Convivência urbano.
A manifestação organizada pelas mulheres de Natal, como parte da programação do Agosto Lilás, mês de ações voltadas para o combate à violência contra mulher foi marcada por um gesto de profunda agressividade e intimidação às manifestantes. Na oportunidade, Um homem sacou um revólver e intimidou as militantes para que elas saíssem da rua e permitissem sua passagem de moto.
Chama a atenção nesta triste história, que o homem, identificado como Betuel Silva Chagas, é filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). A legenda é nacionalmente conhecida por suas posições progressistas e relação estreita com o movimento feminista e a luta contra o feminicídio, além de ter abertamente posturas antiarmamentistas. Betuel, que é vigilante e tem 39 anos é filiado ao PSOL desde 2014.
Procurado pelo Blog do Barreto o presidente estadual do PSOL, Danniel Morais explicou que o Betuel não milita organicamente no partido há alguns anos e que sua desfiliação não foi consolidada por algum erro interno na hora de repassar os dados ao Tribunal Regional Eleitoral (TER). Daniel destacou que a Setorial de Mulheres do PSOL já encaminhou a expulsão formal de Betuel.
“Na verdade esse homem não faz parte do PSOL e já deveria ter sido desfiliado. Agora vamos realizar sua expulsão formal, pois informalmente ele já não compõe as nossas fileiras há bastante tempo. O PSOL não admite casos de violência contra mulher e machismo e a atitude dele vai totalmente de encontro ao pensamento e ação do partido” destacou Danniel.
O Presidente do PSOL/RN ainda destacou que a Setorial de Mulheres do Partido lançou uma nota oficial condenando o ato do então filiado. Confira a nota na íntegra
VIOLÊNCIA SOFRIDA EM ATO DO AGOSTO LILÁS – MÊS DE LUTA PELO O FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER!
Unidas, mulheres de vários partidos, coletivos e movimentos sociais foram às ruas no dia de ontem, 25/08/2021, em ato de alusão ao mês do Agosto Lilás, construído com o objetivo de chamar atenção da sociedade sobre os diversos tipos de violência sob as quais estamos submetidas, e a urgente necessidade de que o Estado assuma a responsabilidade e garanta a segurança e vida das mulheres. Nesse sentido, o bairro do Alecrim, em Natal/RN, foi o local escolhido, por ter sido cenário do assassinato brutal de Joice Cilene, morta pelo seu companheiro no dia 11/08/2021 a facadas numa das calçadas das lojas do centro.
É com muito pesar e revolta, que semana a semana temos presenciado nos noticiários, os crescentes casos de feminicídio em nosso Estado, um dos mais letais do país para mulheres e pessoas LGBT. Calcula-se pelo menos 23 vítimas, desde o início da pandemia até agora, enquanto a violência doméstica cresceu em até 44,3%. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Sou da Paz (ISP) e publicada pelo jornal Folha de São Paulo mostrou que nos últimos 20 anos, 51% das mortes de mulheres vítimas de violência letal foram mortas por disparo de arma de fogo por arma de fogo, onde 70,04% dessas mulheres são negras, 51, 8% eram jovens de até 29 anos e 43% das vítimas fatais residiam no Nordeste do Brasil.
Apesar desse cenário, nos últimos anos, o desmonte das verbas destinadas à segurança e vida das mulheres tem sido ainda mais acelerado, e é expressiva a relação entre o aumento da violência feminicida, e a redução dessas políticas públicas. o Governo Bolsonaro nessa direção praticamente zerou o orçamento do Ministério da mulher, da família e dos direitos humanos, enquanto concentra os seus esforços em facilitar o acesso de armas a sociedade civil, mesmo diante da crise econômica, política e sanitária que estamos vivenciando, aprofundada por seu governo, e institucionalizando nos mais diversos campos e domínios a sua política de morte.