No dia 6 de dezembro do ano passado o deputado federal General Girão (PL) escreveu no Twitter que os CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores) poderiam fazer parte de um efetivo mobilizável das Forças Armadas.
“Temos convicção de que aqueles homens e mulheres que são atiradores cadastrados como CAC’s podem, sim, fazer parte de um efetivo mobilizável para as Forças Armadas. Afinal de contas, já são hábeis no manuseio da arma como instrumento de defesa”, escreveu.
Era num contexto em que os bolsonaristas tinham espalhado uma fake news que o Exército tinha aberto um alistamento de civis para contestar as eleições.
O post de Girão foi após o esclarecimento de que tinha se equivocado, que na verdade era um cadastramento para receber notícias do Exército no E-mail (Newsletter).
Girão reforçava com aquele post como os CACs poderia ser úteis como linha auxiliar do Exército seis dias antes de do quebra quebra promovido em Brasília no dia da diplomação do presidente Lula e 32 dias antes do golpe fracassado de 8 de janeiro.
Agora, sabemos via delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que havia um grupo radical de conselheiros capitaneado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro e pela ex-primeira-dama Michele Bolsonaro que defendia que um golpe de estado fosse dado.
“De acordo com o relato de Cid, esse grupo costumava dizer que Bolsonaro tinha apoio da população e dos atiradores esportivos, conhecidos como CACs (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador), para uma tentativa de golpe”, diz reportagem do jornalista Aguirre Talento do UOL.
Naquele contexto, vários acampamentos golpistas estavam montados em frente aos quarteis em todo Brasil e Bolsonaro resistia em fazer uma manifestação pública para desmobilizar os movimentos.
O plano golpista nunca se consumou por falta de apoio dos comandantes militares, segundo Mauro Cid.
Girão, foi indiciado pela Polícia Federal por incitar atos golpistas.