Por Daniel Menezes*
Os interesses econômicos são importantes, mas a ideologia também não pode ser retirada da conta. Conforme as pesquisas de opinião publicadas pela Folha de SP, mais de 80% da população é a favor do passaporte vacinal para estabelecimentos fechados. A cobrança já virou regra na Europa e na América do Norte. Foi a forma encontrada por eles para manter o funcionamento normal da economia, fazer com que as pessoas procurem a vacinação e o cidadão seja protegido contra a nova onda de covid-19.
Porém, setores empresariais do RN resistem a medida. Perdendo de vista que o passaporte é uma forma inclusive de afastar qualquer perspectiva de emprego de ações de isolamento e manter tudo aberto, eles preferem aderir a uma ideologia negacionista, alegando que estão sendo penalizados. Mas de que forma? Por solicitar uma reles comprovação apoiada pela grande maioria da população que permitirá manter a normalidade econômica?
E ainda justificam a não cobrança com fake news como pode ser lido em matéria da tribuna do norte. Conforme o representante de uma associação, vacinados e não vacinados transmitem da mesma forma (leia a entrevista aqui). Ora, esta é a mesma fala dita pelo presidente da república Jair Bolsonaro, mas é falsa. Vacinados transmitem cinco vezes menos estando doentes e também por um período menor do que não vacinados. Basta acompanhar as pesquisas que estão saindo nos jornais (leia aqui, aqui e aqui).
Era racional supor que os estabelecimentos comerciais fazem de tudo pela segurança de seus clientes e pelo funcionamento da economia, mas parece que não é bem assim. Fala mais alto o desejo de agradar ideologias extremistas, principalmente quando ela tem fortes representantes do governo federal aqui no RN.
*É professor da UFRN e sociólogo.
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