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Pela segunda vez, Comitê Científico do Nordeste orienta lockdown imediato em Natal e Mossoró

É a segunda vez que o Comitê alerta sobre situação de Mossoró e Natal (Imagem: Reprodução – Boletim 08/ Comitê Científico do Nordeste)

O Comitê Científico do Consórcio Nordeste para a Covid-19 sinalizou, pela segunda vez, que medidas de isolamento social rígido (lockdown) devem ser adotadas, imediatamente, pelas Prefeituras de Natal e Mossoró, entre outras cidades de outros estados do Nordeste. A orientação foi feita através do Boletim 08, emitido pela comissão na segunda-feira passada, 1º, e disponível no site do Comitê.

No documento, o órgão avalia a situação do ritmo de crescimento de casos do novo coronavírus e de óbitos no Nordeste e mantém o posicionamento de que o momento de flexibilizar as medidas de isolamento social não chegou. De acordo com o boletim, “este Comitê continua mantendo a posição de que ainda não é o momento propício de flexibilizar as medidas de isolamento social, uma vez que o pico da epidemia da Covid-19 não foi atingido em nenhum Estado da Região Nordeste”.

Diante da análise de dados que mostram a evolução no número de casos confirmados e de óbitos, o Comitê reforçou a necessidade de manter o lockdown nos estados e municípios que já haviam decretado essa forma mais rígida de isolamento – Fortaleza, São Luiz e a Grande Recife, sinalizou, mais uma vez, a adoção das medidas em municípios de três estados e, a partir de dados referentes ao final de semana, orientou, pela primeira vez, o lockdown em municípios outros dois estados do Nordeste.

“Desta forma, este Comitê reitera a necessidade de manter o isolamento social rígido (lockdown) dos Estados e Municípios que decretaram essas medidas, anteriormente. Além disso, o Comitê sinaliza, pela segunda vez, que essas medidas também deveriam ser adotadas, imediatamente, pelas Prefeituras de Natal e Mossoró, no Rio Grande do Norte; Campina Grande, na Paraíba e Arapiraca e São Miguel dos Campos, em Alagoas. Com os dados obtidos no último final de semana, o Comitê também recomenda pela primeira vez a implementação de um isolamento social mais rígido nas cidades de Imperatriz, no Estado do Maranhão, e Aracaju, no Estado de Sergipe”, diz o documento.

A partir de diferentes análises, o Comitê concluiu que em nenhum Estado do Nordeste a pandemia parou de crescer. Com relação ao Rio Grande do Norte, ao final do documento em que faz o resumo individual dos estados nordestinos, o órgão afirma: “O Comitê reitera a recomendação para implementação em caráter de urgência do regime de isolamento social rígido para as cidades de Natal e Mossoró. Considerando-se a situação grave de falta de leitos na região metropolitana de Natal, este Comitê também passa a monitorar esta região com mais ênfase, a partir desta data”, diz o texto.

RN tem indicação de ‘trancamento’ em todos os critérios de Matriz de Risco 

No mesmo boletim, o Comitê Científico do Consórcio Nordeste apresentou uma ‘Matriz de Risco’. Trata-se, segundo o texto, de uma seleção com 13 parâmetros divididos em três categorias – Tensão sobre o sistema de saúde (C1), Situação local da epidemia (C2) e Isolamento social e influência geográfica (C3), além do fator de reprodução, que é a taxa que demonstra o crescimento da infecção.

O objetivo é oferecer aos gestores da Região Nordeste mais facilidade na decisão tanto sobre o estabelecimento de diferentes níveis de isolamento social, como no de flexibilização, “assim como propor um critério quantitativo e homogêneo para guiar suas próprias recomendações”, acrescenta o documento.

Cada um dos parâmetros, é descrito com intervalo de pontos numéricos para classificação de risco – baixo (0 a 50), médio (51-80) ou alto (81 a 100). “Para facilitar a interpretação, cada uma destas categorias também recebeu uma cor: verde (baixo risco), amarela (risco médio), e vermelha (alto risco)”, explica o boletim. “Uma vez que o total de pontos de risco calculado por esta matriz seja obtido, o valor do Índice de Reprodução (R) será usado como multiplicador deste score final, de acordo com uma fórmula simples”, acrescenta.

O boletim ilustra a situação atual de todos os estados nordestinos, com base nos valores obtidos para cada uma das categorias, referente ao período de 24 a 30 de maio. De acordo com a figura, o Rio Grande do Norte tem indicação de ‘trancamento’ nas três categorias, basicamente, devido as situações de Mossoró e da Grande Natal, segundo afirmou o Comitê.

Ainda conforme o documento, a matriz foi traçada com base na análise de várias matrizes de risco internacionais e de um modelo implementado pelo Governo da Paraíba. O Comitê informa que, em breve, disponibilizará uma nota técnica com os detalhes de como calcular o os valores para cada um dos parâmetros, assim como os pesos atribuídos a cada um deles.

 

RN tem avaliação crítica quando nas três categorias de Matriz de Risco apresentada pelo Comitê Científico (Imagem: Reprodução – Boletim 08/ Comitê Científico do Consórcio Nordeste)
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Comitê Científico do Consórcio Nordeste recomenda lockdown em Mossoró e Natal

Em boletim, Comitê disponibiliza mapas com informações para subsidiar planejamento de eventuais bloqueios (Imagem: Reprodução/Boletim do Comitê Científico do Consórcio Nordeste)

As duas maiores cidades do Rio Grande do Norte estão entre os municípios nordestinos com indicação de lockdown por parte do Comitê Científico do Consórcio Nordeste. A orientação foi publicada ontem, 21, em Boletim disponível no site da comissão, que tem coordenação dos cientistas Miguel Nocolelis e Sérgio Rezende e representação de oito dos estados da Região. Atualmente, o RN está sem representação no órgão.

“Em razão da continuidade de curvas crescentes de casos e óbitos em toda a região Nordeste, o Comitê Científico de Combate ao Coronavírus continua apoiando, de forma unânime, a manutenção e ampliação das medidas de isolamento social como única forma eficiente de reduzir o número de contágios e evitar a sobrecarga e o colapso dos sistemas de saúde”, afirma o documento.

De acordo com o Comitê Científico, que justifica a obrigação profissional em realizar o alerta, vários estados, capitais e municípios específicos do Nordeste preencheram todos os critérios, aprovados e publicados pelo órgão, para adoção do isolamento mais restritivo ou lockdown, termo em inglês que vem sendo utilizado para se referir à medida mais restringente de isolamento. Os critérios citados no documento são curva crescente de casos e óbitos e ocupação de leitos de UTIs e/ou enfermarias superior a 80%. “Portanto, a partir de hoje [ontem, 21] estas localidades podem ter que utilizar esta medida para diminuir as curvas de expansão da pandemia e evitar uma velocidade ainda maior no número de óbitos”, acrescenta o boletim.

“Neste primeiro momento, o Comitê julga que as condições para o lockdown, já utilizado em diferentes formatos em São Luiz, Fortaleza e na área metropolitana do Recife, também já se fazem presentes na área metropolitana de João Pessoa (83-88% de ocupação de leitos de UTI nas últimas 48h) e em Campina Grande (83% de ocupação de leitos de UTI), no estado da Paraíba, nas cidades de Mossoró e Natal, no estado do Rio Grande do Norte e nas cidades de Arapiraca (85-92% dos leitos de enfermaria ocupadas nas últimas 48h) e São Miguel dos Campos (91% dos leitos de enfermaria ocupados) no estado de Alagoas. Salvador, na Bahia, chegou no limite ao atingir 80% dos leitos de UTI ocupados no dia 20 de maio”.

O documento esclarece que a orientação é uma recomendação científica direcionada a governadores e prefeitos, a quem cabe a decisão de implementar ou não a recomendação.

De acordo com o boletim, a manutenção e ampliação desta medida se torna ainda mais urgente diante do crescimento do número de casos de dengue e chikungunya no País. Além da intensificação das medidas de isolamento, o órgão recomenda ainda o reforço na criação de Brigadas Emergenciais de Saúde e testagem para Covid-19 e Dengue.

O boletim completo pode ser visualizado no site do Comitê Científico do Nordeste.

Ocupação de leitos

 

Regiões Oeste e Metropolitana têm forte pressão por leitos (Imagem: Reprodução/ Fonte: RegulaRN – SESAP – LAIS)

A taxa de ocupação dos leitos no Rio Grande do Norte tem se mantido elevada em várias unidades de Saúde. Nesta sexta-feira, 22, a taxa de ocupação na Região Oeste é de 91,3% (incluindo as cidades de Mossoró e Pau dos Ferros, e de 97,5% na Região Metropolitana de Natal, segundo dados do RegulaRN (dados observados às 10h42).

Ainda de acordo com o portal, em Mossoró, 100% dos leitos do Hospital São Luiz e 95,5% dos leitos do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) estavam ocupados no horário citado.

Na Região Metropolitana, a taxa de ocupação do Hospital da Polícia, Hospital Dr. Luiz Antonio, Hospital Municipal de Natal e Hospital Rio Grande era de 100%. No Hospital Giselda Trigueiro 93,1% dos leitos estavam ocupados.

O índice de ocupação do Hospital Regional Telecila Freitas Fontes, no Seridó era de 58,82% e no Hospital Regional Dr. Cleodon Carlos de Andrade, em Pau dos Ferros, a ocupação era de 25%. Durante a semana, no entanto, esses índices chegaram a ser mais elevados. Inclusive, a cidade de Pau dos Ferros a ocupação também chegou aos 100%.

Às 10h49 da manhã de hoje, 71 pacientes atendidos em prontos-socorros aguardavam por um leito específico para tratamento de sintomas do Covid. Desses, 21 estavam na espera por leitos críticos.