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Girão tropeça das palavras ao dizer que é inocente porque não há provas

O deputado federal General Girão (PL) deu uma entrevista na sexta-feira à 98 FM em que afirmou ser inocente das acusações de incitação ao golpe de estado no final do ano passado.

O principal argumento é de que não há provas.

“Não tive nada, nenhuma articulação, nenhuma reunião. Não tem nenhuma prova efetiva contra mim de que eu planejei algum tipo de emprego, muito menos o 8 de janeiro. Primeiro, que eu nem estava lá. Eu não fui ao 8 de janeiro, eu não estive no acampamento de Brasília. Nada disso eu fui. Eu confio na Justiça”*, declarou.

O problema é que as provas de que General Girão incitou a escalada golpista estão aí e foram geradas pelo próprio bolsonarista nas redes sociais.

Primeiro em 6 de dezembro ele sugeriu junto com outros políticos de extrema-direita que bolsonaristas se alistassem num canal do Exército como se como se fosse um alistamento de civis contra o resultado das eleições. Na verdade era uma newsletter para divulgar informações daquela força armada.

“Temos convicção de que aqueles homens e mulheres que são atiradores cadastrados como CAC’s podem, sim, fazer parte de um efetivo mobilizável para as Forças Armadas. Afinal de contas, já são hábeis no manuseio da arma como instrumento de defesa”, chegou a escrever Girão no Twitter. Depois de constatar que divulgou uma informação errada ele mesmo confessou as intenções nos posts seguintes confira:

Seis dias depois bolsonaristas causaram tumultos em Brasília no dia da diplomação do então presidente eleito Lula da Silva (PT).

Girão, no dia 19 daquele mesmo mês, protagonizaria a maior exposição de sua escalada golpista aos manifestantes que pediam golpe militar na porta do 16º Batalhão de Infantaria Motorizado (16 RI), em Natal. “Eu quero dizer para vocês que essa semana é a semana que tá começando as festividades de Natal. Sim ou não? Então, todo mundo aqui eu espero que tenha sido bom filho, bom pai, bom irmão, boa esposa e aí botem o sapatinho na janela que Papai Noel vai chegar essa semana. Acreditem em Papai Noel. Pode até ser camuflado também”, disse.

Veja: ele sugeriu um “‘Papai Noel’ camuflado” em um contexto em que as pessoas pediam a intervenção militar para reverter o resultado eleitoral.

No dia 8 de janeiro quando poucas horas antes dos atos golpistas, Girão comparava a segurança em Brasília a uma “fortaleza medieval” em tom de estímulo aos golpistas em legenda em vídeo postado nas redes sociais. “Estão transformando a proximidade da Praça dos Três Poderes/Brasília numa FORTALEZA MEDIEVAL. E tudo porque precisam afastar o POVO, o verdadeiro SOBERANO DO BRASIL. Lembrando que estamos terminando apenas a primeira semana GovLula e 70 dias de acampamentos patrióticos. Entenderam?”, escreveu no post.

Não é por acaso que Polícia Federal não acreditou nos argumentos dele e concluiu que ele estimulou os atos golpistas. O caso agora vai para a Procuradoria-geral da República e em sendo oferecida denúncia ele será julgado no Supremo Tribunal Federal (STF).

*aspas extraídas do Portal da 98 FM.

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Girão confunde pregação golpista com atividade parlamentar ao se manifestar sobre inquérito

Alvo de inquérito da Polícia Federal por incitar os atos preparatórios para o golpe fracassado de 8 de janeiro, o deputado federal General Girão (PL) deu uma demonstração de que não tem a menor ideia do que separa o exercício da atividade parlamentar de uma pregação golpista.

Girão deu uma entrevista à Rádio Cidade em Natal na semana passada em que se defendeu das acusações que vem sofrendo de envolvimento no 8 de janeiro.

“O que eu posso dizer é que eu exerci minha atividade parlamentar e também como cidadão eu tenho todo o direito de chegar e dizer que não concordo com o governo federal”, disse.

Girão não exerceu a atividade parlamentar ao prometer um “Papai Noel Camuflado” na Porta do 16º Batalhão de Infantaria Motorizado do Exército (16 RI), em Natal, no dia 21 de dezembro do ano passado nem quando no dia 6 daquele mesmo mês sugeriu que Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs) se tornassem “efetivos mobilizáveis” das forças armadas para “defender a pátria”.

Isso não é atividade parlamentar. É crime previsto nos artigos 359-L e 359-M da Lei 14.197/2021. Já a atividade parlamentar prevê a proposição de leis, fiscalização do poder executivo e a apresentação de emendas para os redutos eleitorais.

Girão não tem a menor ideia do que faz um deputado.

Com informações do Agora RN.

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Investigação da Polícia Federal encontra indícios de que Girão sabia de articulação golpista ao prometer “Papai Noel camuflado”

O cerco está se fechando sobre o envolvimento do deputado federal General Girão (PL) no movimento golpista articulado logo após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) para o presidente Lula (PT) no dia 30 de outubro.

A Polícia Federal identificou uma série de posts em que o deputado estimula a sanha golpista do bolsonarismo tendo como destaques a sugestão para formar uma organização paramilitar de CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores) e uma fala na semana do atentando à bomba fracassado no Aeroporto de Brasília.

Há uma série de posicionamentos de Girão que coincidem com os eventos ocorridos em 12 e 24 de dezembro, além, claro, do golpe fracassado de 8 de janeiro.

Em 6 de dezembro, Girão escreveu no Twitter que homens e mulheres poderia formar um efetivo mobilizável para as forças armadas. Vários bolsonaristas se cadastraram no Exército, achando que estavam sendo convocados para um golpe, conforme reportagem do Portal Metrópoles.

No dia 12, data da diplomação de Lula, bolsonaristas queimaram carros e ônibus em um protesto cujo pretexto seria a prisão de um suposto líder indígena.

No dia 19 de dezembro Girão fez um discurso, documentado em vídeo, na porta do 16º Batalhão de Infantaria Motorizado (16 RI), em que promete aos golpistas de porta de quartel um presente de Natal vindo de um “Papai Noel Camuflado”. “Eu quero dizer para vocês que essa semana é a semana que tá começando as festividades de Natal. Sim ou não? Então, todo mundo aqui eu espero que tenha sido bom filho, bom pai, bom irmão, boa esposa e aí botem o sapatinho na janela que Papai Noel vai chegar essa semana. Acreditem em Papai Noel. Pode até ser camuflado também”, afirmou.

No final daquela mesma semana, na véspera do Natal, George Washington de Oliveira Sousa, o “Marabá”, faria um atentado a bomba fracassado no Aeroporto de Brasília.

O atentado só não teve sucesso porque o motorista de um caminhão-tanque de combustível percebeu que o artefato estava no veículo e acionou a polícia.

“Marabá” foi condenado a nove anos e quatro meses de prisão.

Antes do ato, Washington chegou a pedir a Girão apoio dos CACs nas ações golpistas.

No dia do golpe fracassado de 8 de janeiro, horas antes da intentona na Praça dos Três Poderes, Girão postou um vídeo nas redes sociais em que afirmou que “Estão transformando a proximidade da Praça dos Três Poderes/Brasília numa FORTALEZA MEDIEVAL” ao se referir as medidas de segurança tomadas para conter os golpistas.

Ao pedir abertura de inquérito contra Girão a Polícia Federal alega estar certa de que o deputado “parecia estar ciente de que algo importante para ele e seus seguidores estava prestes a acontecer”.

Na última quinta-feira a Procuradoria-Geral da República atendeu ao pedido e solicitou autorização ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para investigar Girão.

O pedido foi atendido.

Outro lado

O deputado enviou nota ao Blog em que nega relações com George Washington e lamenta a situação. Ele recorre a uma fala de Lula para questionar se para a mída a democracia é relativa.

Confira a nota:

Primeiramente, não houve em nenhum momento ligação da minha pessoa ao acusado. Ele esteve presente em uma audiência pública no Senado Federal, onde eu também estive, junto com outra dezena de parlamentares. Não o convidei, não fui eu quem autorizei sua entrada e nunca lhe proferi palavra alguma.

Em segundo lugar, em relação às mensagens localizadas no celular do acusado e direcionadas a mim, informo que minhas redes sociais são públicas e abertas para comentários e mensagens diretas. Como defensor da liberdade de expressão, não privo minhas redes de receberem mensagens, até mesmo críticas. Recebo milhares de mensagens diariamente e, em sua maioria, nem eu e nem a minha assessoria conseguimos visualizar ou respondê-las. A mensagem atrelada ao processo é uma dessas. Não foi visualizada. E, pelo seu teor antidemocrático, se fosse visualizada, certamente, seria descartada. Pois não condiz com a atuação do meu mandato, do meu caráter e nem com a Constituição.
Nos preocupa que acusações sem provas sejam “recolhidas” sem o mínimo de responsabilidade possível e sem dar o direito de defesa, que seria o caminho natural no nosso regime democrático. Ou será que esses órgãos de “mídia”, assim como Lula, entendem que a democracia é relativa?

General Girão
Deputado Federal – PL RN