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Prefeito dá passo para se entender com estudantes

O prefeito Francisco José Junior (PSD) segue encarando a manifestação dos estudantes que acampam no Palácio da Resistência. A pressão para revogar o reajuste de 50% nas passagens de ônibus continua.

Mas um passo foi dado. O prefeito recebeu os meninos. O diálogo foi reaberto. A proposta de reduzir a passagem para R$ 2,90 não foi bem aceita é verdade. Mas ao receber os manifestantes o prefeito colabora para que os ânimos se acalmem. Agora é ter paciência e apresentar uma nova proposta.

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Receba os meninos, prefeito

Um conselho público ao prefeito Francisco José Junior (PSD). Serei bem objetivo: receba os meninos, prefeito.

Já fui do movimento estudantil. Já acampei na Reitoria da UERN buscando melhorias para o curso de comunicação social cuja primeira turma integrei. Na época (2005), não demoramos meia hora no protesto porque o então reitor Milton Marques abriu as portas do gabinete para nós. Acordo feito, voltamos à sala de aula.

Um ano antes a outrora ESAM (Escola Superior de Agricultura de Mossoró) teve o gabinete do diretor invadido. Josivan Barbosa abriu as portas e recebeu os estudantes. Acordo feito, todos foram para casa.

Os meninos querem falar com o prefeito. Não adianta mandar secretários. Querem conversar com quem dá a palavra final. Demorar a fazer isso só vai restar a pior das soluções: entrar com uma ordem de despejo. Francisco José Junior não tem condições políticas de tirar uma manifestação política dessas na marra. Só resta o melhor dos caminhos: conversar com os estudantes.

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Denúncia do MPF é revés em todas as esferas para grupo de Sandra Rosado

A denúncia do Ministério Público Federal contra os deputados Laíre Rosado, Sandra Rosado e Larissa Rosado é um grande revés e acontece num momento em que o PSB mossoroense começa a encontrar um rumo para a sucessão do próximo ano.

Conforme o MPF, o trio fez parte de um desvio de recursos na ordem de R$ 2,7 milhões na Casa de Saúde Dix-sept Rosado. Cabe a Justiça Federal julgar se a denúncia é procedente ou não. Mas o estrago político com a execração pública já está feito.

O grupo de Sandra Rosado enfrenta dificuldades financeiras e políticas por ser oposição nas três esferas de poder. Por outro lado, eleitoralmente ainda é muito forte. O potencial de votos é praticamente o único trunfo que lhe resta, principalmente pela empatia de Larissa Rosado com o eleitorado.

Não foi por acaso que ela foi com folga a deputada estadual mais votada em Mossoró em 2014. Sandra foi a federal mais votada na cidade. Isso não pode ser desprezado. Mas o capital político é algo volátil e depende da conjuntura. Essa denúncia deve deixar o grupo mais fragilizado eleitoralmente.

Acredito que o plano “A” do grupo é um entendimento com a ex-governadora Rosalba Ciarlini (PP). Numa eventual negociação política a denúncia do MPF deixa o grupo com menos capacidade argumentativa, mas ainda é forte para indicar um eventual vice da “Rosa”.

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Vitória de Canindé Maia é marcada pelo estilo conciliador

Eleições - Kallio e Canindé

A notícia todos já sabem. Canindé Maia venceu a eleição para presidente da sub-seccional de Mossoró da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A conquista começou a ser construída há mais de um ano quando o causídico/contador começou a se articular nos bastidores.

Bom de conversa, conciliador e atencioso… Canindé Maia tem tudo para manter o clima de calmaria na outrora incendiária (do ponto de vista negativo) OAB/Mossoró. Ainda vou fazer uma análise sobre a gestão de Aldo Fernandes que na minha opinião pacificou a entidade que passou por três eleições, a meu ver, traumáticas.

Canindé teve um grande adversário. Denis Tavares é professor da UERN e um quadro qualificado que foi para o sacrifício em nome de um grupo de insatisfeitos.

A classe dos advogados de Mossoró vive um novo momento. Os dois principais grupos se uniram e como consequência surgiu uma nova via formada com integrantes insatisfeitos do antigo grupo majoritário.

Não foi por acaso que Canindé teve 486 votos contra 261 de Denys Tavares. Uma maioria 225 sufrágios. Para se ter ideia, Aldo Fernandes teve pouco menos de 20 votos na disputa anterior.

Quadro da votação

Votantes: 759
Chapa 10 – 486
Chapa 20 – 261
Nulos: 06
Brancos: 06
Diferença 225

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Jório adota postura de magistrado

“Sou aliado e não alienado”. É o mantra do presidente da Câmara Municipal Jório Nogueira (PSD).  No meio da polêmica em torno da votação prematura da antecipação dos royalties da Petrobras ele deu uma aula de como conduzir uma sessão polêmica.

Fez uma proposta intermediária para que fosse realizada uma audiência pública hoje e a votação da antecipação dos royalties em sessão extraordinária amanhã. A bancada governista rejeitou. A oposição aceitou.

Seguiu o regimento e deu sequência aos trabalhos. Sem arroubos deixou a oposição falar à vontade dando o direito à minoria de protestar.

Hoje ele teve uma postura de magistrado. Estadista ele será no dia que mantiver uma sessão até o final quando está em jogo um projeto que contraria os interesses dele. No primeiro teste ele não passou quando estava em jogo a criação da Fundação Aldenor Nogueira.

Mas ontem Jório esteve de parabéns.

Para a bancada governista a postura de magistrado foi mais uma “tirada de braço da seringa”. “Ele abandou a bancada”, resmungou um governista ao Blog do Barreto.

Como na vida, a política é feita de escolhas. Jório preferiu conduzir a sessão de uma forma decente e assim fez.

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ABC rebaixado por culpa da diretoria

O coração do torcedor alvinegro está sofrido. O ABC está matematicamente rebaixado ao inferno da Série C. A dor é maior porque isso acontece em pleno ano do centenário. Culpados? Todos que integram a diretoria do clube que deveria fazer uma renúncia coletiva assim que terminar o Campeonato Brasileiro.

Esperar o que de um clube que trocou seis vezes de técnico ao longo da temporada sendo que o primeiro deles foi demitido com o time estando invicto?

Ir para a Série C não é garantia de retorno. O Campeonato está cada dia mais difícil. Esse ano nenhum clube nordestino subiu para a Série B. O ano de 2016 não será fácil para os alvinegros.

Nota triste para algumas pessoas de Mossoró que comemoraram a queda do ABC pelo simples fato de ser um time de Natal. Não sabem o prejuízo que isso traz para o futebol potiguar que perde vagas na Copa do Brasil e fica mais enfraquecido. Lamentável.

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“Fritadora” de vices sente gostinho de ser interina

Hoje a ex-governadora Wilma de Faria (PSB) é vice-prefeita. Aliás prefeita em exercício de Natal. O destino político pregou uma peça com a socialista que sempre se irritou com quem assumiu o posto dela querendo mostrar serviço.

Wilma comandou o executivo cinco vezes. Em quatro delas teve problemas com seus vices.

Historiar é preciso.

Quando foi eleita prefeita de Natal em 1988, o vice dela era Ney Lopes de Souza (PFL). Não demorou muito para que eles se estranhassem e antes da metade do mandato, Ney já estava eleito deputado federal e de mudança para Brasília.

Quando foi eleita em 1996, Wilma tinha como parceiro de chapa Marcílio Carrilho que terminou descartado por ela.

Por ironia o único vice de Wilma que não lhe causou problemas foi justamente o mais explosivo deles: Carlos Eduardo, atual prefeito de Natal. Não se tratou de uma afinidade, mas de necessidade. De olho no Governo do Estado ela usou com eficiência o atual pedetista que lhe deu suporte nas eleições de 2002.

No Governo, ela passou o primeiro mandato à turras com Antonio Jácome que terminou trocando o PSB pelo PMN em 2005 e voltou a Assembleia Legislativa no ano seguinte.

Com Iberê Ferreira houve até um bom relacionamento, mas ele passou quatro anos sem saber se seria realmente o candidato wilmista ao Governo do Estado em 2010. A socialista também estimulava as postulações de Carlos Eduardo, Robinson Faria e João Maia. No fim predominou o peso da caneta: Wilma não abriu mão da força de Iberê que estaria com a caneta na época em que ela tentaria se tornar senadora.

Agora Wilma está de passagem pelo poder. Logo no primeiro dia ela teve agenda de quem quer mostrar serviço, coisa que seus vices lhe tiravam a paciência no cada vez mais distante passado.

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Tanta bobagem por uma mera frase

O ENEM esse ano foi marcado pela “polêmica” questão em que se utiliza pela frase de Simone de Beauvoir  “Ninguém nasce mulher. Torna-se mulher”.

Alguns idiotas foram para as redes sociais dizer que é o PT querendo colocar “minhoca” na cabeça dos jovens. Outros vieram com a obviedade biológica de que a pessoa nasce homem e mulher.

Tanto tempo perdido com uma questão fácil cuja frase foi meramente alegórica. A “polêmica” é fruto de uma mistura de preconceito com falta de conceito de quem não tem leitura ou ao menos capacidade de interpretar um texto.

Resumo a frase de Simone de Beauvoir com um aprendizado que tive numa das cadeiras que paguei no mestrado com o professor português Fernando Bessa: “a sexualidade é uma construção social”.

Tudo o que somos é uma escolha nossa. Sofremos influências, mas somos nós os responsáveis pelos nossos atos.

Assim como ninguém nasce mulher. Torna-se mulher. Ninguém nasce imbecil. Torna-se imbecil.

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Um anão que cresce a cada derrota para o gigante

No intricado jogo político de Mossoró, a bancada da oposição ao prefeito Francisco José Junior (PSD) é como um anão inteligente que reconhece suas limitações físicas (neste caso a incapacidade numérica de vencer uma votação) e é capaz de transformá-las em superação.

A oposição tem conseguido tirar proveito de cada situação polêmica e convertido isso em ações que lhe rendam dividendos políticos. Veja o caso da antecipação dos royalties da Petrobras.

Enquanto o governismo não se explica, a oposição detona a proposta e utiliza as redes sociais de forma magistral com postagens de vídeos explicando as consequências negativas da iniciativa.

Em um vídeo, Francisco Carlos (PV) afirma que a iniciativa vai tirar uma das principais receitas do município por anos.

Em outro vídeo, Lairinho Rosado (PSB) clama pela participação da sociedade para convencer o prefeito a mudar de ideia e cita as cidades de Natal e Assu como exemplos municípios que estão sobrevivendo em meio a crise.

Enquanto isso, a bancada governista é o gigante desengonçado que tem muita força e vence sempre a qualquer custo, mas por onde passa deixa cacos difíceis de serem juntados.

Num parlamento não adianta apenas ter a força para vencer no voto. É preciso ter capacidade para dar satisfação ao povo.

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Chamem a “Mão Branca”

Dentro os jornais antigos que pesquiso para minha dissertação de mestrado, encontro fatos curiosos que aos poucos vou trazendo à tona neste Blog do Barreto. Hoje pela manhã um assunto me chamou a atenção em meio as confusões entre Rosados, Maias e Alves: a violência que começava a tomar conta da cidade já no comecinho dos anos 1980.

Numa das manchetes de O Mossoroense de junho de 1980 um fato me provocou reflexão: a notícia sobre uma possível vinda do grupo de extermínio “Mão Branca” liderado por policiais de Campina Grande (PB). A mera possibilidade causou pânico entre os bandidos conforme as publicações da época.

Numa das edições O Mossoroense chegou a publicar a lista dos bandidos mossoroenses marcados para morrer nas mãos dos policiais “justiceiros”.

O curioso é que a noticia meramente especulativa assustou os bandidos da época segundo O Mossoroense. A bandidagem preferiu se esconder com medo.

Claro que não é o caso de se chamar policiais para fazerem justiça com as próprias mãos, mas o cumprimento das leis e um Código Penal rígido e com previsão da obrigatoriedade do trabalho para os apenados teria um efeito semelhante ao da “Mão Branca” nos bandidos de hoje.

Aliado a isso, teríamos que ter um trabalho sério de educação, esporte e lazer. Nossa sociedade pode ser bem melhor.